Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Super Flumina

Liberae sunt enim nostrae cogitationes - Cícero (Mil. 29 - 79) . Um blog de Rui Oliveira superflumina@sapo.pt

Super Flumina

Liberae sunt enim nostrae cogitationes - Cícero (Mil. 29 - 79) . Um blog de Rui Oliveira superflumina@sapo.pt

NATO, Kosovo e criminosos

Já há algum tempo que não escrevia sobre o Kosovo, mas quem quiser saber a minha opinião, basta escrever a palavra Kosovo em "pesquisar este blog" e dar-lhe-á 14 resultados, referentes às entradas em que, por um motivo ou outro, falei neste tema.

 

Tendo em conta o que eu disse anteriormente, não fui certamente surpreendido por esta notícia do Público, sobre a acusação, num relatório do Conselho da Europa, feita ao primeiro-ministro do Kosovo de actividades criminosas na recolha ilegal de órgãos humanos. O relatório, que pode ser lido aqui, O relatório diz coisas que qualquer observador imparcial sabia. Por exemplo:

 

13. The appalling crimes committed by Serbian forces, which stirred up very strong feelings worldwide, gave rise to a mood reflected as well in the attitude of certain international agencies, according to which it was invariably one side that were regarded as the perpetrators of crimes and the other side as the victims, thus necessarily innocent. The reality is less clear-cut and more complex.

 

14. The Parliamentary Assembly strongly reaffirms the need for an absolutely uncompromising fight against impunity for the perpetrators of serious human rights violations, and wishes to point out that the fact that these were committed in the context of a violent conflict could never justify a decision to refrain from prosecuting anyone who has committed such acts (see Resolution 1675 (2009)).

 

15. There cannot and must not be one justice for the winners and another for the losers. Whenever a conflict has occurred, all criminals must be prosecuted and held responsible for their illegal acts, whichever side they belonged to and irrespective of the political role they took on.

 

Facto é que a NATO permitiu que os combatentes do UÇK tivessem durante bastante tempo mão livre sobre o território, tal como o relatório o reconhece:

 

9. During the decisive phase of the armed conflict, NATO took action in the form of air strikes, while land operations were conducted by the KLA, de facto allies of the international forces. Following the departure of the Serbian authorities, the international bodies responsible for security in Kosovo very much relied on the political forces in power in Kosovo, most of them former KLA leaders.

 

10. The international organisations in place in Kosovo favoured a pragmatic political approach, taking the view that they needed to promote short-term stability at any price, thereby sacrificing some important principles of justice. For a long time little was done to follow-up evidence implicating KLA members in crimes against the Serbian population and against certain Albanian Kosovars. Immediately after the conflict ended, in effect, when the KLA had virtually exclusive control on the ground, many scores were settled between different factions and against those considered, without any kind of trial, to be traitors because they were suspected of having collaborated with the Serbian authorities previously in place.

 

Sempre fui contra a intervenção da NATO do Kosovo porque, na prática, ela nada resolveu, apenas criou um estado pária e falhado que suga dinheiro aos contribuintes europeus e serve como plataforma do banditismo internacional.

A França tem razão

Num momento de grande crise, pode parecer altamente impopular e, para muitos, até imoral, mas o ministro da defesa francês tem razão quando diz que “os países europeus demitiram-se, na maioria, de uma ambição simples: dispor de um aparelho militar que lhes permita ter peso nas questões mundiais” (em francês, aqui). Muita gente pensará que os exércitos não são mais necessários, que é coisa do passado, ou então que estamos no mundo pacífico em que tudo se resolve com diplomacia. Errado, completamente errado.

 

G. K. Chesterton disse que "If I am to discuss what is wrong, one of the first things that are wrong is this: the deep and silent modern assumption that past things have become impossible". Ninguém nos diz que no futuro a Europa não precise de ter um sistema militar que assegure a sua autonomia nesta área. Não compreender esta necessidade é pensar que vivemos num mundo de fantasia isolado do resto do mundo, onde os conflitos violentos continuam a ocorrer e a nações se armam cada vez mais.

Líricos...

Através do 5 dias fiquei a saber que há uns pândegos que querem realizar uma ioditice qualquer chamada "No Berlusconi Day". Que Berlusconi não flor que se cheire, estamos de acordo. Mas também considero que entre ele e o Prodi, os italianos fizeram a escolha certa.

 

Quanto à democracia italiana estar em perigo, tenho as minhas dúvidas. Parece-me que a portuguesa está bem pior. Mas, afinal, o que é que estes senhores querem. Berlusconi foi eleito e a menos que cometa alguma crime, deverá cumprir o seu mandato se para isso tiver engenho e arte (embora as coisas no seu governo não estejam a ir lá muito bem).

 

Mas, enfim, que ser divirtam ao menos com a iniciativa.

Tratado de Lisboa

Hoje, entrou em vigor o Tratado de Lisboa com (alguma) pompa e circunstância. De facto, também o motivo não era de muito pompa ou festa, pois o processo de ratificação deste tratado foi tortuoso e muito pouco transparente. A escolha de Van Rumpoy e Catherine Ashton foi também mais um sinal da falta de transparência e até da alguma irrelevância que os cargos para os quis foram escolhidos terão.

 

Enfim, a união burocrática a que temos tido direito.

O sim da Irlanda

À segunda, a Irlanda disse sim ao Tratado de Lisboa. Não fiquei propriamente contente, ainda para mais porque se passou o mesmo filme que já se tinha passado com Maastricht quando os dinamarqueses à primeira reprovaram o tratado e fizeram um segundo referendo para que eles dissessem sim. O problema é que quando se obtém o resultado que os eurocratas querem, deixa de haver novos referendos.

 

E os irlandeses até foram felizes, puderam votar. Nós não tivemos essa sorte.

Democracia à moda da extrema-esquerda

Quando se fala do perigo pelos resultados da extrema-direita nas eleições europeias, talvez fosse de notar que grande parte da violência urbana que acontece actualmente na Europa é obra de grupos extremistas de esquerda, da Itália à Suécia.

Por isso, não admira que estes "antifascistas" suecos tenham andado em nome do combate ao fascismo a agredir pessoas e assaltar sedes de outros partidos, conforme informa o jornal The Local.

"We noted around twenty incidents of violence against people or property. The Sweden Democrats were not the only ones affected; the Liberal and Moderate parties were also hit," said Johan Olsson, chief analyst for Säpo's constitutional protection division. [...]
"It's part of what they call their anti-fascist agenda. They don't believe that parties they consider critical of immigrants or opposed to workers' rights should be permitted to operate undisturbed," Olsson told news agency TT.


É comovente a tolerância que estes "antifascistas" têm para com as opiniões dos outros. E já se sabe o que acontece quando este tipo de "anti-fascistas" sobem ao poder: crescem os gulags.

Ainda as eleições de ontem

Depois das eleições de ontem, não há dúvida que as próximas eleições legislativas não serão um passeio para o PS, como muita gente propalava ainda não há muito tempo. Quando saiu a sondagem da Marktest que colocou o PSD na frente, muita gente na blogosfera escreveu coisas do género "vou sonhando", "nem em sonhos" e coisas como essas, para além de escritos mais ou menos irónicos sempre a apoucar o PSD. Ontem, muita dessa blogosfera esteve, estranhamente, calada depois das 20 horas. Parece que o sapo custou a engolir.

 

A percentagem do PSD não foi muito elevada, mas é um primeiro sinal e, como acima foi dito, tal nem sequer era contemplado por muitos dos comentadores há umas poucas semanas atrás. Nem esta percentagem pode servir para diminuir a vitória do PSD tal como fez Louçã ontem. Facto é que, o PSD se recolocou na corrida para a vitória nas Legislativas.

 

De qualquer modo, foi um pouco ridículo por parte da SIC apresentar uma sondagem para as Legislativas, num dia em que se contavam votos. Parece que já estava feita de propósito para 1) lançar o PS para as legislativas (caso este vencesse as Europeias); 2) diminuir o impacto da vitória do PSD (que, provavelmente, eles imaginariam como caso impossível). Foi um exercício inútil.

 

Quanto ao resto, é realmente impressionante haver mais de 20% de votos em partidos de extrema esquerda. Muita gente reclamava do PSD alternativas às políticas do PS. Se a gente olhar para as alternativas da extrema esquerda, veremos apenas ideias para afundar ainda o país. Enfim, mas conseguiram convencer mais de 20% do eleitorado. Suponho que nas Legislativas não terão este valor.

PSD ganhou mesmo

A esta hora, parece mesmo que, a não ser que se passa algo muito estranho nas poucas freguesias que faltam, o PSD vai vencer. É bom, é mesmo muito bom. A única coisa má são os mais de 20% da extrema esquerda. Enfim, mas pode ser que nas legislativas eles voltem a encolher. Espera-se.

Mais sobre mim

foto do autor

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Links

Blogs

  •  
  • Notícias

  •  
  • Política e Economia

  •  
  • Religião

    Arquivo

    1. 2020
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    14. 2019
    15. J
    16. F
    17. M
    18. A
    19. M
    20. J
    21. J
    22. A
    23. S
    24. O
    25. N
    26. D
    27. 2018
    28. J
    29. F
    30. M
    31. A
    32. M
    33. J
    34. J
    35. A
    36. S
    37. O
    38. N
    39. D
    40. 2017
    41. J
    42. F
    43. M
    44. A
    45. M
    46. J
    47. J
    48. A
    49. S
    50. O
    51. N
    52. D
    53. 2016
    54. J
    55. F
    56. M
    57. A
    58. M
    59. J
    60. J
    61. A
    62. S
    63. O
    64. N
    65. D
    66. 2015
    67. J
    68. F
    69. M
    70. A
    71. M
    72. J
    73. J
    74. A
    75. S
    76. O
    77. N
    78. D
    79. 2014
    80. J
    81. F
    82. M
    83. A
    84. M
    85. J
    86. J
    87. A
    88. S
    89. O
    90. N
    91. D
    92. 2013
    93. J
    94. F
    95. M
    96. A
    97. M
    98. J
    99. J
    100. A
    101. S
    102. O
    103. N
    104. D
    105. 2012
    106. J
    107. F
    108. M
    109. A
    110. M
    111. J
    112. J
    113. A
    114. S
    115. O
    116. N
    117. D
    118. 2011
    119. J
    120. F
    121. M
    122. A
    123. M
    124. J
    125. J
    126. A
    127. S
    128. O
    129. N
    130. D
    131. 2010
    132. J
    133. F
    134. M
    135. A
    136. M
    137. J
    138. J
    139. A
    140. S
    141. O
    142. N
    143. D
    144. 2009
    145. J
    146. F
    147. M
    148. A
    149. M
    150. J
    151. J
    152. A
    153. S
    154. O
    155. N
    156. D
    157. 2008
    158. J
    159. F
    160. M
    161. A
    162. M
    163. J
    164. J
    165. A
    166. S
    167. O
    168. N
    169. D
    170. 2007
    171. J
    172. F
    173. M
    174. A
    175. M
    176. J
    177. J
    178. A
    179. S
    180. O
    181. N
    182. D
    183. 2006
    184. J
    185. F
    186. M
    187. A
    188. M
    189. J
    190. J
    191. A
    192. S
    193. O
    194. N
    195. D
    196. 2005
    197. J
    198. F
    199. M
    200. A
    201. M
    202. J
    203. J
    204. A
    205. S
    206. O
    207. N
    208. D
    209. 2004
    210. J
    211. F
    212. M
    213. A
    214. M
    215. J
    216. J
    217. A
    218. S
    219. O
    220. N
    221. D
    222. 2003
    223. J
    224. F
    225. M
    226. A
    227. M
    228. J
    229. J
    230. A
    231. S
    232. O
    233. N
    234. D