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Super Flumina

Liberae sunt enim nostrae cogitationes - Cícero (Mil. 29 - 79) . Um blog de Rui Oliveira superflumina@sapo.pt

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Liberae sunt enim nostrae cogitationes - Cícero (Mil. 29 - 79) . Um blog de Rui Oliveira superflumina@sapo.pt

Preocupações...

O senhor Albino Almeida, eterno presidente da CONFAP, diz que a visita papal e correspondente tolerância de ponto é um grande transtorno para os pais. A outra confederação, CNIPE, também se mostra desagradada, pois diz que este facto vai obrigar muitos pais a faltar ao trabalho.

 

Estou comovido com tanta sensibilidade para com os pais e as suas dificuldades. É claro que quando os funcionários públicos fazem greves os pais também sofrem. Quando os trabalhadores dos transportes colectivos fazem greve, os pais voltam a sofrer. Se os professores fazem greves, os pais voltam a sofrer. Há provas de aferição, ficas com as filhas em casa durante a manhã (foi o que me aconteceu hoje).

 

Tantas e tantas situações em que os pais têm que arranjar soluções para os filhos, mas foi no caso da visita do Papa que estes senhores  decidiram fazer coro. De qualquer modo, nunca pensei em me queixar contra estas situações por não ter onde pôr os filhos. As escolas não são depósitos de meninos e, por mim, até prefiro que as minhas filhas estejam na escola apenas quando têm aulas.

 

A visita do Papa mexe com a cabecinha de muita gente; levantama questão da laicidade do estado, dos custos da visita (mas apoiam o TGV) e não sei o que mais. Enfim...

Outros entendimentos de multiculturalismo

Por cá (quando digo por cá, digo no Ocidente), gosta muito de se falar de multiculturalismo e diversidade cultural, como se isto fosse, per si, uma coisa boa. Não é boa, nem má em si mesmo, é um facto da vida com o qual temos que conviver e aceitar, sendo que este aceitar não inclui a aceitação de práticas que vão contra os direitos humanos dos indivíduos (como, por exemplo, os crimes de honra). Este aceitar não implica estar com pruridos politicamente correctos, sempre com medo de ofender alguém. O respeito é uma estrada com dois sentidos. Se a assim não for, estamos a falar de cobardia.

 

Mas, por outras paragens, não se dão ao trabalho de gostar dessas coisas modernaças como a diversidade e coisas tais. Assim, na Malásia, onde 60% da população é muçulmana, o próprio governo quer recorrer da decisão de um tribunal superior que decidiu que num jornal da Igreja Católica malaia Deus seja mencionado como Alá.

 

Isto explica-se porque a ideia de um Deus único foi primeira introduzida naquelas paragens por comerciantes árabes. Quando os missionários lá chegaram, foi esta palavra árabe que utilizaram para falar do Deus cristão. Há séculos que é assim que os cristão malaios nomeiam Deus.

 

Mas, com o reforço do Islão político na vida malaia, até isto é agora motivo de protesto, com diversos grupos muçulmanos a reclamarem exclusivamente para os muçulmanos o uso da palavra, com o próprio governo ao lado deles.

 

Vamos ver como isto acaba.

O Santo Condestável

Foi canonizado hoje D. Nuno Álvares Pereira, herói e santo. A sua influência na história de Portugal é absolutamente indelével e que permitiu a continuação da existência de Portugal. Tivesse Portugal sido incorporado em Castela no final do século XIV e, dificilmente, seríamos hoje em dia um país independente.

 

À influência político-militar junta-se uma dimensão religiosa e uma fé sem limites, que sempre o guiou. Por isso, como disse o Papa Bento XVI disse que "em qualquer situação,  mesmo de carácter militar e bélica, é possível actualizar e realizar os valores e princípios da vida cristã".

 

Foi, sem dúvida, uma figura ímpar na história portuguesa, santificado pelo povo bem antes de ter sido santificado pela Igreja.

Pacifista, mas não idiota (útil)

Curiosa esta notícia do The Times of India, em que o Dalai Lama diz algo que me parece ser de senso comum: que a não violência não serve para combater o terrorismo (destaques meus):

 

"It is difficult to deal with terrorism through non-violence," the Tibetan spiritual leader said delivering the Madhavrao Scindia Memorial Lecture here.

He also termed terrorism as the worst kind of violence which is not carried by a few mad people but by those who are very brilliant and educated.

"They (terrorists) are very brilliant and educated...but a strong ill feeling is bred in them. Their minds are closed," the Dalai Lama said.

 

E ainda teve tempo para dizer que a prevenção é a única hipótese e que teve, desde o início, uma grande empatia com George W. Bush.

Falar claro

A RTP-N está a dar hoje de manha muito destaque às declarações de D. José Policarpo, quando este alertou as jovens portuguesas para os problemas que ocorrem se casarem com um muçulmano.

 

Depois de lidas as notícias do jornal e ouvidas as declarações que passaram na televisão, não estou a ver onde está o escândalo. Será que o Senhor Cardeal Patricarca disse alguma mentira? Não me parece.

 

Deste modo, só posso saudar D. José Policarpo por não se intimidar com considerações de politicamente correctas e dizer exacta e claramente aquilo que pensa.

Problema mal resolvido

O Vaticano tem um problema com Israel, parece que só a contragosto reconhece Israel como um país com direito a existir. Esta relação problemática entre o Vaticano e Israel não é de agora, nem exclusivo deste papa, como se pode ver por este artigo de Sandro Magister, em WWW.Chiesa, em que é feita uma análise à visão da Igreja em relação a Israel. Como aí se escreve (destaques meus):

 

Di certo le autorità della Chiesa cattolica non difendono l’esistenza di Israele – che i suoi nemici vogliono annientare ed è la vera, ultima posta in gioco del conflitto – con la stessa esplicita, fortissima determinazione con cui alzano la voce in difesa dei principi “innegoziabili” riguardanti la vita umana.

Lo si è visto nei giorni scorsi. Le autorità della Chiesa e lo stesso Benedetto XVI hanno levato la loro voce di condanna contro "la massiccia violenza scoppiata nella striscia di Gaza in risposta ad altra violenza" solo dopo che Israele ha iniziato a bombardare in quel territorio le postazioni del movimento terroristico Hamas. Non prima. Non quando Hamas consolidava il suo dominio feroce su Gaza, massacrava i musulmani fedeli al presidente Abu Mazen, umiliava le minuscole comunità cristiane, lanciava ogni giorno missili contro le popolazioni israeliane dell'area circostante.

Nei confronti di Hamas e della sua ostentata "missione" di cancellare lo stato ebraico dalla faccia della terra, di Hamas come avamposto delle mire egemoniche dell'Iran nel Vicino Oriente, di Hamas come alleato di Hezbollah e della Siria, le autorità vaticane non hanno mai acceso l'allarme rosso. Non hanno mai mostrato di giudicare Hamas un rischio mortale per Israele, un ostacolo alla nascita di uno stato palestinese, oltre che un incubo per i regimi arabi dell'area, dall'Egitto alla Giordania all'Arabia Saudita.

 

E, para melhorar, ou seja, piorar, as coisas há na Igreja quem partilha a ideia de que a existência de Israel é provisória (destaques meus):

 

"L'amara realtà è che, nella regione mediorientale, la presenza di Israele è ritenuta 'provvisoria', e la garanzia della sopravvivenza dello stato ebraico è riposta – per quanto sia amaro dirlo – nella sua superiorità militare".

Il problema è che la "provvisorietà" dello stato di Israele è pensiero condiviso da una parte significativa della Chiesa cattolica. Ed è questo pensiero a influire sulla politica vaticana nel Vicino Oriente, a bloccarla su vecchie opzioni prive di efficacia e a impedirle di afferrare le novità che pur sono divenute evidenti in questi giorni, tra le quali la crescente, fortissima avversione ad Hamas dei principali regimi arabi e degli stessi palestinesi dei Territori, oggettivamente più vicini oggi alle ragioni di Israele di quanto non lo sia il Vaticano.

 

Por tudo isso, não surpreendem as palavras do cardeal Renato Martino ao dizer que a Faixa de Gaza se assemelha a um campo de concentração são o reflexo desse problema do Vaticano. É lógico que é uma comparação perfeita e completamente estúpida, mas está dentro da tradição vaticana quando se trata de Israel.

 

Seria bom que o Vaticano ulrapassasse este complexo em relação a Israel e que deixasse de considerar que, sempre que há um conflito, os palestinianos são sempre vítimas e os israelitas sempre os agressores.

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