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Super Flumina

Liberae sunt enim nostrae cogitationes - Cícero (Mil. 29 - 79) . Um blog de Rui Oliveira superflumina@sapo.pt

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Liberae sunt enim nostrae cogitationes - Cícero (Mil. 29 - 79) . Um blog de Rui Oliveira superflumina@sapo.pt

Há mentiras e mentiras

Conforme o JCD nota neste post, a pergunta que Paulo Ferreira faz na sua coluna de opinião do Jornal de Notícias de ontem é puramente retórica. Já todos sabemos que quem mentiu descaradamente chegou a primeiro-ministro de Portugal. Por isso, não é por aí que o Paulo Rangel não chega a primeiro-ministro.

 

Engraçado é a forma como Paulo Ferreira acaba o referido escrito:

Se vencer a luta pela liderança do partido e concorrer a primeiro-ministro, como saberemos se, a cada declaração de substância que produz, não estará Rangel a mentir? E se chegar a primeiro-ministro? Que confiança deve Rangel merecer dos portugueses?

Solução possível: talvez tenhamos que o fazer passar, regularmente, por um detector de mentiras. Para descanso de todos nós

 

Talvez Paulo Ferreira devesse aplicar esse mesmo princípio ao actual primeiro-ministro, não?

 

Mas não me parece que isso aconteça, este mesmo Paulo Ferreira foi capaz de dizer sem se rir, ontem, na RTP-N, que Vítor Constância desempenhou com imparcialidade o seu cargo de governador do Banco de Portugal. Yeah, right!

 

Cada tiro, cada melro

No seguimento da falsa afirmação de que os glaciadors dos Himalaias derreteriam até 2035, (meu post anterior), agora o Telegraph vem dizer que a redução do gelo nos Alpes, Andes e África devida ao aquecimento global afirmada pelo relatório de 2007 do IPCC foi baseada num artigo de uma revista e numa tese de mestrado que recolheram opiniões de montanhistas e guias de montanha, mas sem dados científicos.

 

Sinceramente não sei se o gelo está em retracção ou não nas mais altas montanhas do mundo, mas o que se pode concluir daqui é que o IPCC está é mais interessado em fazer política.

Ainda a Red Bull Air Race

Embora sendo portuense de nascimento e senhorense por residência, nada me preocupou a Red Bull Air Race ter ido para Lisboa, pois a empresa organizadora tem toda a liberdade de querer procurar outras paragens. Quanto à transparência do processo, isso aí é outra coisa, e pela notícias entretanto sabidas, parece-me ue a negociação não foi, particularmente, um sucesso.

 

Digo isto, porque entretanto têm-se sabido alguns pormenores que, a serem verdade, deveriam preocupar os munícipes lisboetas e oeirenses. Primeiro, a notícia de que a câmara de Lisboa e, em menor medida, a de Oeiras, assumiram o risco financeiro se não houver patrocinadores, coisa que não acontecia com o Porto e Gaia, depois, a câmara de Lisboa tem dúvidas quanto à correcta interpretação do contrato, sendo que pode haver o risco de a Red Bull ter o exclusivo da publicidadena área da prova, inviabilizando a angariação de patrocínios, fazendo com que as duas câmaras mais a ATL tenham que pagar os 3,5 milhões de euros.

 

Isto parece uma autêntica trapalhada. Vamos lá ver se não serão os munícipes a pagarem toda esta sede de protagonismo (se calhar pensarem que a Red Bull deixava Porto e Gaia só pelos lindos olhos de Lisboa - parece-me lógico que o que eles queriam era melhorar o contrato).

 

Só mais um pormenor. Sinceramente não compreendo o espanto dos vereadores por o contrato estar em inglês, nem o facto da resolução dos litígios ser em Viena. Se assim está é porque as partes assim o acordaram e são inúmeros os contratos com entidades portugueses que estão noutras línguas e com a resolução de litígios fora de Portugal. Para mim, isso parece-me o menor dos problemas (desde que as pessoas sejam competentes e saibam o questão a fazer e a assinar).

2009 não deixa saudades

Este ano que acabará em breve não deixa muitas saudades. Aliás todo este início de séc. XXI é um perfeito desastre para Portugal, pelo que a crise apenas que rebentou no ano passado apenas veio acrescentar um pouco mais de miséria.

 

O problema vem desde o consulado de Guterres, tempo em que as reformas deveriam ter sido feitas, mas em que o governo socialista de então preferiu gastar alegremente e em festa o dinheiro então chegado.

 

Acabada a festa guterrista, tivemos os governos de coligação PSD/CDS e, mais uma vez, uma oportunidade perdida. Durão Barroso nada fez, nada reformou e Santana Lopes também . É cerrto que não o deixaram, nunca saberemos do que seria capaz, mas a acumulação de episódios infelizes, uma má imprensa e um presidente socialista interromperam a experiência (de qualquer modo, Santana já reconheceu que foi um erro ter aceitado o governo naquelas condições).

 

Desde 2005 que somos (des)governados por Sócrates (não pelo PS). É para mim claro que este senhor tem um projecto de poder pessoal, comportamentos autoritários e pouco dado a aceitar críticas. Sócrates desperdiçou a sua maioria absoluta em guerras estúpidas e em pseudo-reformas que não chegaram a lado nenhum. Como bons socialistas que são aumentaram a despesa e fizeram a "consolidação" orçamental à base de impostos (tendo a carga fiscal aumentado), tendo aumentado o peso do Estado na economia.

 

Agora, depois de ter perdido a maioria absoluta, o governo Sócrates parece cansado e não irá, de modo algum, tomar as medidas necessárias. Irá é, certamente, inventar mil artifícios para sacar mais dinheiro dos contribuintes, porque se há coisa que não sabe fazer é cortar na despesa, para além de ir insistir na quimera do investimento público.

 

Enfim, 2010 também não augura nada de bom.

Terá sido mesmo o tradutor?

A notícia já não é nova, pois passou-se no dia em que Khadafi discursou na assembleia-geral das Nações Unidas. Segundo o Correio da Manhã, Khadafi deixa tradutor de rastos.

 

Não quero ser picuinhas, mas Khadafi não deixou o tradutor de rastos, quando muito deixou o intérprete de rastos. Não é exactamente a mesma coisa.

 

Eu sou tradutor, mas nunca serei um intérprete. Cada profissão tem  especificidades próprias que as tornam bastante diferentes. O intérprete embora se prepare para quilo que vai fazer tem que ter sempre uma rapidez de pensamento e um desembaraço admiráveis. Eu prefiro, mesmo com prazos apertados, mais da reflexão que a tradução permite.

 

Novamente a praxe

Lentamente a justiça vai abordando o problema dos excessos da praxe. Depois dos casos de Macedo de Cavaleiros e de Santarém, chegou a vez de um caso muito mais grave, o caso passado na tuna da Universidade Lusíada de Famalicão em 2001. Com o processo-crime arquivado, a família moveu um processo cível que teve agora uma decisão, com a Universidade Lusíada a ser considerada como responsável.

 

É bom que as universidades não se demitam das suas responsabilidades, pois a grande parte nada faz para controlar os excessos da praxe. Este caso é demasiado lamentável para se falar muito sobre ele e deveria envergonhar toda academia.

 

Já por diversas manifestei neste blog a minha oposição às praxes. A conversa da integração não me convence e ler testemunho como este no Correio da Manhã não são muito encorajadores:

 

"COMEMOS NO CHÃO MAS É DIVERTIDO",

Ricardo Caeiro, 17 anos, Universidade de Évora

As praxes facilitam a integração. Os veteranos metem-nos ovos na cabeça, pintam-nos a cara e as mãos, mas o melhor são os jantares. Comemos no chão, com uma colher, mas é divertido e não pagamos. Ninguém se sente humilhado.

 

Enfim, cada um diverte-se como quer. Mas actividades como esta não me parecem muito inteligentes. Para se sentirem integrados têm que ser humilhados (mesmo que sintam que não), insultados e outras coisas que tal. Parece-me que os "doutores" têm é problemas de auto-estima.

 

Por outro lado, nunca percebi onde está o divertimento de andar em rebanho, como meia dúzia de pastores vestidos de negro a dar ordens. Tudo isto é arcaico, básico...  

 

Odi profanum uulgus et arceo

Mas que governo nos saiu na rifa

Primeiro, tivemos um primeiro-ministro a fazer promoção ao Magalhães na cimeira ibero-americana do ano passado, agora temos um ministro da economia a promover as papas Maizena.

 

Passando por cima do aspecto publicitário, não há dúvida que temos um ministro da economia com grande capacidade argumentativa, vindo defender um servidor público, Basílio Horta, que decidiu imiscuir-se na campanha eleitoral europeia.

 

De Basílio Horta nunca tive boa opinião e, por isso, muito naturalmente, nas eleições em que ele se opôs a Mário Soares eu votei nulo, pois estas duas hipóteses eram igualmente más. Se o Basílio Horta democrata-cristão (ou lá o que o valha) já não era grande coisa, o Basílio Horta socrático ainda é pior, esquecendo-se das funções que ocupa. Se quer voltar à política, não tenho dúvidas que o Sócrates lhe assina a proposta de militante.

 

De qualquer modo, talvez fosse bom que este governo se dedicasse um pouco a governar, pois isto de andar sempre na comunicação social e inaugurações não lhe deve deixar muito tempo para combater  a crise.

 

Enfim, é este o (des)governo que temos.

25 de Abril

Comemorou-se hoje mais um 25 de Abril. O 35.º aniversário da Revolução do Cravos. E nas declarações, que se repetem todos os anos, se ouve que "falta cumprir Abril" ou que o "25 de Abril foi uma revolução inacabada". Sinceramente, não sei o que quer dizer que é "preciso cumprir Abril". Cheira-me a coisa religiosa. Provavelmente, "cumprir Abril" é instaurar o paraíso na Terra. Mas, isso já nós sabemos, acaba sempre mal, pois no século XX já foi tentado e morreram milhões de pessoas. 

 

Não acredito em paraísos na Terra e nem sequer preciso de recorrer ao famoso tópico  pessimista barroco do "homo homini lupus". Não considero que as sociedades tenham que ser uma selva, mas o que é verdade é que não há regimes ideais e, reconheço, que o homem é imperfeito, pelo que imperfeitas serão as suas realizações. Todavia, é sempre possíveis melhorá-las e é isso que devemos fazer, mas sem acreditar na "marcha inexorável do progresso" (tão do agrado do século XIX) que supostamente a humanidade deveria trilhar. Como disse G. K. Chesterton (em What's Wrong With the World),  "one of the first things that are wrong is this: the deep and silent modern assumption that past things have become impossible" .  Não podemos dar nada por garantido.

 

Do 25 de Abril fica sobretudo a implantação da democracia, certamente imperfeita, mas ainda assim democracia, o que já não é pouco. O queriam mais? Muito e eu também. Agora, cheira-me que esse cumprir Abril é do domínio da utopia e, como se sabe, as utopias costumam ser totalitárias.

 

Para mim, o 25 de Abril está a cumprir enquanto Portugal for uma democracia. Tudo o resto cabe também anós fazermos alguma coisa para sermos e estarmos melhores.

 

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