Ainda a Red Bull Air Race
Embora sendo portuense de nascimento e senhorense por residência, nada me preocupou a Red Bull Air Race ter ido para Lisboa, pois a empresa organizadora tem toda a liberdade de querer procurar outras paragens. Quanto à transparência do processo, isso aí é outra coisa, e pela notícias entretanto sabidas, parece-me ue a negociação não foi, particularmente, um sucesso.
Digo isto, porque entretanto têm-se sabido alguns pormenores que, a serem verdade, deveriam preocupar os munícipes lisboetas e oeirenses. Primeiro, a notícia de que a câmara de Lisboa e, em menor medida, a de Oeiras, assumiram o risco financeiro se não houver patrocinadores, coisa que não acontecia com o Porto e Gaia, depois, a câmara de Lisboa tem dúvidas quanto à correcta interpretação do contrato, sendo que pode haver o risco de a Red Bull ter o exclusivo da publicidadena área da prova, inviabilizando a angariação de patrocínios, fazendo com que as duas câmaras mais a ATL tenham que pagar os 3,5 milhões de euros.
Isto parece uma autêntica trapalhada. Vamos lá ver se não serão os munícipes a pagarem toda esta sede de protagonismo (se calhar pensarem que a Red Bull deixava Porto e Gaia só pelos lindos olhos de Lisboa - parece-me lógico que o que eles queriam era melhorar o contrato).
Só mais um pormenor. Sinceramente não compreendo o espanto dos vereadores por o contrato estar em inglês, nem o facto da resolução dos litígios ser em Viena. Se assim está é porque as partes assim o acordaram e são inúmeros os contratos com entidades portugueses que estão noutras línguas e com a resolução de litígios fora de Portugal. Para mim, isso parece-me o menor dos problemas (desde que as pessoas sejam competentes e saibam o questão a fazer e a assinar).