Público
O Público tem a partir de hoje uma nova direcção que decidiu apresentar-se por um editorial que não considero como particularmente feliz, com alguns lugares comuns.
No entanto ao ler isto:
Os editoriais, a partir de hoje, deixarão de ser assinados. Os editoriais expressarão o pensamento desta direcção e deste jornal sobre o mundo que procuramos descrever, compreender e analisar página a página. Não queremos doutrinar nem vender receitas. Queremos interrogar o mundo. Daremos expressão a todos os pontos de vista, mas afirmaremos os nossos. Os editoriais serão escritos pelo novo Gabinete Editorial, composto pela direcção e mais cinco jornalistas do PÚBLICO - Teresa de Sousa, Jorge Almeida Fernandes, Margarida Santos Lopes, Ricardo Garcia e Vítor Costa.
não pude deixar de me lembrar deste dito francês:
"un chameau est un cheval dessiné par un comité".
Podem dizer-me que é habitual grandes órgãos de comunicação não terem editoriais assinados, mas o facto é que eu prefiro que o sejam.
Para além daquela de quererem "interrogar o mundo" ser mais um lugar comum sem qualquer significado ou conteúdo. Fica bonito... mas não quer dizer nada.
Não se poderá dizer que o Público perdeu hoje um leitor, pois eu nunca fui um leitor fiel do Público (nem do Público, nem de nenhum jornal, compro o que mais interessa em cada dia), mas o facto é que este editorial, para mim, não é propriamente a melhor maneira para "repor essa credibilidade ameaçada".
Já agora, os elementos da nova direcção pode explicar o que querem dizer com isto: ""conscientes que estamos da percepção pública de um excesso de peso ideológico no jornal". O que é que isso quer dizer? Que com a saída de JMF, o peso ideológico deixou de existir? É que se há algum peso ideológico no jornal, ele não era apenas o do JMF, mas principalmente o de alguns jornalistas e das suas notícias(?) tendenciosas e opinativas, sempre simpáticas para a esquerda e extrema esquerda.
Enfim, mais um que entrou na ordem.