Bicentenário da reconquista de Chaves
Passam-se hoje 200 anos que o General Silveira reconquistou Chaves aos franceses, que a tinham conquistado anteriormente, no seu caminho para o Porto. Com esta acção, ainda antes da batalha de Soult travaria junto ao Porto e que levaria à entrada dos franceses no Porto e ao desastre da Ponte das Barcas, Silveira começara a fechar o caminho de saída dos franceses pelo lado de Chaves, fazendo com que, pelas suas acções posteriores, os franceses ficassem isolados entre as acções de guerrilha de Silveira no nordeste transmontano e os ingleses vindos de Lisboa.
Como diz Carlos Azeredo no seu livro "Aqui não passaram! O erro fatal de Napoleão" (2005, Civilização: Porto):
Psicologicamente a reconquista de Chaves teve notável repercussão, que não só deu a Silveira um renome de patriota e militar enérgico, como lhe trouxe em poucos dias um considerável acréscimo de efectivos, que acorreram, quer da sua Província, quer do Minho, pois finalmente tinha surgido um chefe em quem as populações acreditavam e que tinha prestígio.
«A influência deste feito de Armas no destino da Campanha tinha que ser extraordinário», diria mais tarde o Marechal Jourdan, responsável pela conduta das operações das forças imperiais na Península.
A campanha ibérica de Napoleão foi uma verdadeira catástrofe, pois ao contrário do que acontecera nas suas campanhas pelo centro da Europa, onde as populações dos países derrotados se mantiveram mais ou menos quietas, na península Ibérica os franceses não lutaram apenas contra os exércitos regulares, mas contra toda uma população que aparecendo por todos os lados tentavam infligir baixas às tropas francesas. Fio uma guerra de guerrilha total, que implicou o uso de 300 000 soldados franceses na península, mas em que raramente, para as batalhas, o exército francês tinha mais de 60 000 homens, pois os outros tinham que assegurar a sua segurança.