D. Francisco Manuel esquecido?
É este o nome do artigo que Guilherme d'Oliveira Martins publica hoje no Público. De facto, amanhã, 23 de Novembro, é o 4.º centenário do nascimento de D. Francisco Manuel de Melo, um autor que, de facto, parece esquecido. Razão tem Oliveira Martins quando diz:
Passaram quatrocentos anos, um número redondíssimo, mas, para surpresa de muitos, eis que um pesado silêncio parece ter caído sobre a efeméride. Invocam-se mil medianias, mas do escrito que, no século XVII, foi com Vieira referência de maturidade da nossa prosa fica a marca da ausência.
Oliveira Martins não encontra razões para este esquecimento, pelo que conclui muito acertadamente:
Não vale a pena, porém, tentar encontrar mais razões, uma vez que o que deve ser feito, está ao nosso alcance. Mais do que discursos ou de que fogo-fátuos, será aconselhável ir à estante e ler D. Francisco Manuel, irónico ou sisudo, mas crítico. Será esse o motivo do esquecimento?
D. Francisco Manuel de Melo contribuiu em parte para o nome deste blog. Na FLUP, em Literatura Portuguesa, estudei o poema "Sobre os rios" de Camões e o "Canto da Babilónia" de D. Francisco Manuel de Melo e fiquei absolutamente impressionado por estes dois poemas. Quando criei o blog, pensei logo no salmo que lhes deu origem (quanto ao nome em latim, confesso que tenho uma enorme paixão pelo latim). Por outro lado, mais do que o Renascimento, gosto particularmente do Maneirismo e do Barroco.
D. Francisco Manuel de Melo, é descrito na História da Literatura Portuguesa de A. J. Saraiva e O. Lopes como "a personificação mais acabada da cultura aristocrática peninsular na época da Restauração" em Portugal.