Cultura e Rivoli
Confesso que as produções do La Féria não me encantam e, por isso, não fui ainda ao Rivoli desde que ele lá fas as suas produções. De igual modo, na anterior fase do Rivoli, também nunca lá fui, pois a programação não me interessava absolutamente nada (não tenho culpa, os meus interesses são outros...).
Logo que Rio acabou com a anterior situação do Rivoli, absolutamente insustentável, acusaram-no de inculto e de outras coisas do género. É o costume. Quem não subsidia ou avaliza, de uma forma ou outra, as actividades de "artistas" e "criadores" é logo acusado de ser contra a cultura.
Mas de cultura estamos a falar? Será que o Município tem que suportar os gostos de uma minoria? É que o Rivoli, ao contrário do que diziam os "rivolucionários", não era do povo, mas apenas de alguns.
Povo, ou antes (gosto mais), pessoas, é o que não falta agora ao Rivoli. Pode dizer-se que, sim, agora, o Rivoli é do povo. Por isso, concordo com Manuel Serrão quando, no Jornal de Notícias de ontem, ele diz:
Independentemente das doutas decisões dos tribunais, a decisão política de transformar o Rivoli num Teatro ao serviço dos munícipes deixando de o tratar como uma sala de espectáculos para entreter meia dúzia de pseudo intelectuais politicamente comprometidos, foi talvez a decisão mais acertada dos mandatos de Rui Rio.
Não são os espectáculos de alta cultura de que os anteriores "proprietários" do Rivoli gostam. Pois não, não são... Mas, ao menos, são espectáculos que têm espectadores. Já é qualquer coisa (embora também esteja longe de ser brilhante).