Dislates onusianos
Aquele órgão das Nações Unidas completamente inútil que se chama Conselho de Direitos Humanos, que substitui um outro órgão também completamente inútil (chamada Comissão de Direitos Humanos), quer bater o recorde da sua antecessora e ficar desacreditado em muitos menos anos do que ela.
Para se ver o funcionamento desta sinistra entidades, peguemos em duas notícias, a propósito das acções deste órgão em duas questão internacionais: Tibete e Israel.
Segundo o Público, o Conselho de Direitos Humanos da ONU não prevê discutir a situação no Tibete. A notícia é mais do que explícita:
Em declarações à AFP, um diplomata europeu confirmou as denúncias, revelando que antes da sessão de ontem “o embaixador chinês preveniu os europeus para evitarem fazer declarações” sobre os abusos no Tibete. O diplomata explicou que, além da pressão directa sobre os seus parceiros ocidentais, Pequim conta com a solidariedade de outras nações asiáticas e de países africanos, com quem tem relações comerciais privilegiadas.
Dos 47 países representados no Conselho, criado em Junho de 2006 para substituir a ineficaz Comissão, 13 são africanos e outros 13 asiáticos – uma situação que Pequim tem sabido usar para evitar críticas à situação dos direitos humanos no país. Da mesma forma, Pequim tem-se solidarizado com várias nações africanas, como é o caso do Sudão, seu principal parceiro económico na região, condenado pelo conflito étnico em Darfur.
O Conselho de Direitos Humanos da ONU encerra amanhã as quatro semanas de sessão plenária, estando prevista para amanhã a adopção de uma série de resoluções. Nenhuma menciona a situação no Tibete. “Apenas três países nos disseram que estariam prontos a apoiar a ideia de uma sessão extraordinária sobre o Tibete”, lamentou Julie Gromellon.
Por outro lado, o mesmo Conselho decidiu nomear para investigador das políticas de Israel nos territórios palestinianos um judeu americano que comparou, anteriormente, as acções de Israel com a dos nazis. Ou seja, um idiota útil. Aqui, esta caricatura de entidade minimamente séria nem se deu ao trabalho de querer parecer imparcial.
Como de costume, nestes últimos tempos, só um país, o Canadá (que melhorou muito neste aspecto, devido ao seu governo conservador) é que esteve à altura. A UE, mais uma vez, anda por lá a fazer figura de corpo presente.
Canada, a member of the Human Rights Council, questioned the appointment of Falk. “Canada has serious concerns about whether the high standards established by the council…will be able to be met by this individual,” said Marius Grinius, the Canadian delegate.
Nisto tudo há para mim um mistério. Por que é que países democráticos entram nestas palhaçadas da ONU. Já está visto que, quer a Comissão, quer o Conselho de Direitos Humanos não funcionam. Este Conselho é selectivo, só algumas causas é que são mencionadas (a dos palestinianos quase que monopoliza o Conselho), parecendo não haver outras causas ou problemas de direitos humanos no mundo.
Até agora, este Conselho tem sido de uma total irrelevância. Mas, se calhar, é isso mesmo que se pretende.