Guerra das línguas
Antonio de Nebrija (1444-1522), no seu Prólogo a la Gramatica de la Lengua Castellaña escreveu que "siempre la lengua fue compañera del imperio". E, pelo menos, desde essa altura, muitos entenderam que o avanço de uma língua é uma consequência natural do avanço do império que a fala.
E, ao ler esta notícia no Le Monde, parece-me que muitos deputados franceses também acreditam nisto (claro que, neste caso, o "império" é o americano). O caso é simples de contar: trata-se de um projecto lei a ser votado na Assembleia Nacional francesa que permitirá a ratificação do Protocolo de Londres sobre patentes europeias. E, porquê tanta contestação? Porque o dito projecto de lei permitirá, se adoptado:
au déposant d'un brevet européen de ne plus avoir à traduire sa partie "description" dans les trois langues actuellement obligatoires (français, anglais et allemand), mais dans une seule d'entre elles.
Isto é, quem registar uma patente na Europa passaria a poder fazê-lo em apenas uma das três línguas oficiais, não precisando de fazer a tradução que, como refere a notícia, fica bastante cara.
Ao que parece, apenas 7% das patentes são apresentadas em francês, originalmente. Não sei quantas serão em alemão, mas, certo é, a grande maioria serão apresentadas em inglês. Por isso "les défenseurs de la francophonie redoutent aussi que le protocole ne marque une nouvelle étape vers le " tout anglais".
Chegamos ao busílis da questão: o inglês. Os franceses aceitam mal a perda de influência que a sua língua regista em relação ao inglês nos últimos 50 anos. Não sei é se eles poderão fazer alguma coisa para inverter a situação. De qualquer modo, considero que o Protocolo de Londres é uma boa ideia.
Penso, no entanto, que muita gente sobrestima este perigo da colonização pelo inglês. E a ironia de tudo isto é que muitos americanos pensam que o castelhano está progredir de um modo demasiado veloz nos Estados Unidos.
Poremos concluir que a diversidade linguística da Europa é um dos seus maiores atractivos, mas também uma fonte de problemas. No entanto, seria uma pena se essa diversidade se perdesse. Mas há muitas maneiras de proteger esta diversidade que não passam propriamente por o caso aqui em discussão.
E, ao ler esta notícia no Le Monde, parece-me que muitos deputados franceses também acreditam nisto (claro que, neste caso, o "império" é o americano). O caso é simples de contar: trata-se de um projecto lei a ser votado na Assembleia Nacional francesa que permitirá a ratificação do Protocolo de Londres sobre patentes europeias. E, porquê tanta contestação? Porque o dito projecto de lei permitirá, se adoptado:
au déposant d'un brevet européen de ne plus avoir à traduire sa partie "description" dans les trois langues actuellement obligatoires (français, anglais et allemand), mais dans une seule d'entre elles.
Isto é, quem registar uma patente na Europa passaria a poder fazê-lo em apenas uma das três línguas oficiais, não precisando de fazer a tradução que, como refere a notícia, fica bastante cara.
Ao que parece, apenas 7% das patentes são apresentadas em francês, originalmente. Não sei quantas serão em alemão, mas, certo é, a grande maioria serão apresentadas em inglês. Por isso "les défenseurs de la francophonie redoutent aussi que le protocole ne marque une nouvelle étape vers le " tout anglais".
Chegamos ao busílis da questão: o inglês. Os franceses aceitam mal a perda de influência que a sua língua regista em relação ao inglês nos últimos 50 anos. Não sei é se eles poderão fazer alguma coisa para inverter a situação. De qualquer modo, considero que o Protocolo de Londres é uma boa ideia.
Penso, no entanto, que muita gente sobrestima este perigo da colonização pelo inglês. E a ironia de tudo isto é que muitos americanos pensam que o castelhano está progredir de um modo demasiado veloz nos Estados Unidos.
Poremos concluir que a diversidade linguística da Europa é um dos seus maiores atractivos, mas também uma fonte de problemas. No entanto, seria uma pena se essa diversidade se perdesse. Mas há muitas maneiras de proteger esta diversidade que não passam propriamente por o caso aqui em discussão.