Dá sempre gosto ver que há gente que nunca desilude e Hugo Chavez é um desses. As suas últimas declarações sobre a Líbia reportadas pelo Diário de Notícias são mesmo um mimo:
"Montaram em Qatar uma praça verde fictícia e a tomaram, e essa foi a mentira que difundiram ao mundo", disse.
O presidente da Venezuela, falava durante um concelho de ministros, transmitido em directo pela estação estatal Venezuelana de Televisão, onde voltou a questionar as intenções do "império".
"Vejam a capacidade de manipulação mediática do império, em especial dessas horas que estão destruindo um país irmão como a Líbia e por sua vez a desmontagem mediática que trouxe à luz pública um meio de comunicação russo, na [montagem] da suposta tomada da Praça Verde, em que até actores profissionais teriam actuado", disse.
Enfim, como comentador de política internacional Chavez continua igual a si próprio.
É claro que nesta luta contra o "imperialismo" Chavez não está sozinho, o PCP também nunca desilude como se pode ver por esta notícia do Sol. Enfim...
Enquanto vejo o Portugal - Brasil na final de sub-20, decidi dar uma volta pela net, pois neste sábado não tive muito tempo para irsso. E, ao passar pelo i, vi um título que muito surpreendeu: Défice de 3% do PIB em 2013 é "intangível", diz primeiro-ministro francês. Não é por nada, mas isto soou-me logo a má tradução. É que é uma frase que a maioria das pessoas terá dificuldade em interpretar.
Mas, foi ler a notícia, assinada pela Lusa, e que lá diz é o seguinte:
“Foi definida uma trajetória de finanças públicas que prevê o retorno a um défice de 3 por cento em 2013 e isso é intangível”, escreveu Fillon.
Bem, por aqui se percebe que a palavra que melhor traduziria o que Fillon disse, e que seria muito mais compreensível para o leitor (sobretudo no título), era "intocável". Claro que me poderão dizer que intagível também pode significar o que não pode ser tocado, o que é intocável (consultar, p. ex., o Houaiss), pelo que, formalmente, a tradução está correcta. Mas, facto é, que, sobretudo num título, ela não é muito clara, e o leitor tem que pensar um pouco sobre o significado da palavra. Aliás, nem sequer foi original na minha estranheza, pois os comentários à notícia reflectem a mesma estranheza e o entendimento que eu tive.
Quando se traduz, têm que ser fazer escolhas e ssas escolhas podem depender de diversos factores e, até, da forma com abordamos teoricamente uma tradução (ou a tradução em geral). Nas notícias, penso que se deve traduzir, sem tentar fazer interpretações autênticas do que está escrito, do modo mais claro possível para o leitor, para que este não se ponha a fazer conjecturas do que estaria escrito no original. E, francamente, isso acontece-me muitas vezes quando leio notícias. Dou comigo a pensar o que estaria no original, o que me leva, quando tenho tempo para tal, a procurar na Web, a notícia que poderá ter dado origem aquilo que eu estou a ler.
Neste caso específico, a minha escolha recaíria em "intocável", pois penso que ela transmite da melhor forma em português a ideia que Fillon escreveu em francês. Por vezes, isto parcerá uma picuinhice, mas as traduções estão cheias destes pequenos nadas.
P.S.: Já agora, só para que fique registado, em francês, Fillon disse:
É comovente ver a preocupação com os dinheiros públicos por parte dos manifestantes da marcha antipapa. Tão preocupados que ele estão com o desperdício no erário público. É claro que, em Espanha, não faltam motivos para se manifestar contra o desperdício do dinheiro público, por exemplo, os vários aeroportos fantasmas alegremente construídos nos últimos anos.
É claro que os indignados e companhia não querem saber para nada do custo da visita do Papa para o erário público espanhol. A explicação é bem mais simples: é o já velho e habitual jacobinismo e anticlericalismo da esquerda espanhola e afins. Nada de novo, afinal.
A repressão na Síria continua a todo o vapor e novas cidades começam a ser vítimas da fúria assassina do governo sírio. Agora foi a vez de Latakia, que foi atacada até por mar. Nesta região há um campo de refugiados palestinianos que também foi atacado, provocando a fuga de 5 000 a 10 000 pessoas, segundo a ONU. O mundo continua a associar para o lado, ignorando os já milhares de mortos provocados por essa repressão e nem os auto-intitulados defensores dos direitos dos palestinianos vieram protestar por esta última acção síria. É claro que se fosse Israel a fazer o bombordeamento outro galo cantaria e já estariam para aí a falar do genocídio. Mas enfim, sírios a matar sírios ou sírios a matar palestinianos não é coisa que lhes interesse muito.
Ontem, o governo divulgou o processo de avaliação dos professores. Confesso que não é um assunto a que eu dê uma grande atenção. No entanto, penso que nos últimos anos, primeiro, com Maria de Lurdes Rodrigues, depois Isabel Alçada e agora, pelos vistos, com Nuno Crato se tem dado demasiada atenção e, sobretudo, dispendido muita energia e tempo com um assunto que não é, nem de perto nem de longe, um dos maiores problemas da educação em Portugal.
Vamos ter mais um processo desgastante, de atrito que, provavelmente não vai levar a lugar algum. E para avaliar o quê? A qualidade dos professores ou a progressão na carreira? É que não é exactamente a mesma coisa.
Ontem os jornais diziam que Vítor Gaspar iria hoje anunciar cortes na despesa. Hoje, afinal, o ministro das finanças vem extorsionar mais um pouco os portugueses com um aumento do IVA na electricidade e gás. Começo a perder a paciência com este governo.
O Benfica informou a CMVM que vendeu o Roberto por 8,6 milhões de euros ao Saragoça. Pinto da Costa disse no Porto Canal que isso eram milhões de treta. Não faço ideia se são ou não de treta, mas se for verdade, talvez não seja mal começar a acreditar no Pai Natal. Pode ser que tenhamos sorte...