Leio e (já não) fico espantado com o que diz o Duque de Bragança, pretendente ao trono, sobre a Síria: "Al-Assad é um homem muito bem intencionado".
Como se costuma dizer, "de boas intenções está o inferno cheio". A repressão na Síria tem sido muito intensa, com centenas de mortos. Bem mais violenta do que aquela que levou à intervenção internacional na Líbia. Por motivos geoestratégicos não interessa à Europa Ocidental, Estados Unidos e Israel meterem-se no assunto. O Duque de Bragança, se quer ser levado a sério (já vai um bocado tarde para isso), não pode dizer coisas destas. Um ditador é um ditador. Ainda por cima um que não hesita em matar o seu próprio povo.
Na vida nada há de definitivo, pelo que não sei se alguma vez a monarquia será restaurada em Portugal. Mas parece-me que os monárquicos têm um problema de credibilidade com o actual pretendente.
Afinal, embora muito a custo, até os cientistas que acreditam no aquecimento global antropogenético reconhecem que a temperatura da superfície da Terra não subiu entre 1998 e 2008, embora não saibam bem porquê.
Given the widely noted increase in the warming effects of rising greenhouse gas concentrations, it has been unclear why global surface temperatures did not rise between 1998 and 2008.
É claro que, no final, eles concluem que o aquecimento global é antropogenético mas que, pelo, caminho, de vez em quando, esse aquecimento é interrompido:
The finding that the recent hiatus in warming is driven largely by natural factors does not contradict the hypothesis: “most of the observed increase in global average temperature since the mid 20th century is very likely due to the observed increase in anthropogenic greenhouse gas concentrations (14).”
[...]
The 1998-2008 hiatus is not the first period in the instrumental temperature record when the effects of anthropogenic changes in greenhouse gases and sulfur emissions on radiative forcing largely cancel. In-sample simulations indicate that temperature does not rise between the 1940’s and 1970’s because the cooling effects of sulfur emissions rise slightly faster than the warming effect of greenhouse gases.
De qualquer modo, já não é mau reconhecerem que a temperatura não subiu. Quanto ao resto, penso que estamos muito longe da “settled science” que muitos reclamavam.
A renúncia ao mandato de deputado de Fernando Nobre é o terminar de uma manobra política de que eu nunca percebi o alcance nem as putativas vantagens que daí adviriam. Quando se convida um independente é porque se espera que esse independente traga algo mais, uma espécie de vantagem competitiva. Mas com Fernando Nobre, quer pela personalidade quer pelas suas anteriores tergiversões políticas. era difícil ver o que Nobre traria, até porque com a campanha presidencial ficou-se a perceber um pouco melhor quem era Fernando Nobre. Também não ajudou nada a rábula da presidência da Assembleia da República.
Enfim, com a sua renúncia, fecha-se este parêntese político, que mais não for do que um factor de diversão e que, dificilmente, terá rendido qualquer voto suplementar (se é que não fez perder alguns) ao PSD.