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Super Flumina

Liberae sunt enim nostrae cogitationes - Cícero (Mil. 29 - 79) . Um blog de Rui Oliveira superflumina@sapo.pt

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Liberae sunt enim nostrae cogitationes - Cícero (Mil. 29 - 79) . Um blog de Rui Oliveira superflumina@sapo.pt

O caminho da servidão

A intervenção do Estado na economia é no que dá:

 

But now, in a little-noticed move, the House Financial Services Committee, led by chairman Barney Frank, has approved a measure that would, in some key ways, go beyond the most draconian features of the original AIG bill. The new legislation, the "Pay for Performance Act of 2009," would impose government controls on the pay of all employees -- not just top executives -- of companies that have received a capital investment from the U.S. government. It would, like the tax measure, be retroactive, changing the terms of compensation agreements already in place. And it would give Treasury Secretary Timothy Geithner extraordinary power to determine the pay of thousands of employees of American companies.


[...]


In addition, the bill gives Geithner the authority to decide what pay is "unreasonable" or "excessive." And it directs the Treasury Department to come up with a method to evaluate "the performance of the individual executive or employee to whom the payment relates."

 

 

Pouco a pouco, o polvo quer lançar os seus tentáculos...

E agora, vamos falar de ténis

Não é normal eu falar de ténis, mas as performances de Frederico Gil são, no mínimo, animadoras. Durante anos esperei que um tenista português (nas senhoras, a Michelle já tem conseguido isso) fosse capaz daquelas surpresas que por vezes vemos e ser capaz de derrotar alguém que estivesse no top 50 dos tenistas mundiais.

 

Gil, ultimamente, tem conseguido bater-se com tenistas que estavam acima do seu ranking e demonstrar um bom nível de ténis. Por outro lado, tem subido consistentemente no ranking estando já em 74.º lugar e poderá subir ainda mais.

 

Frederico Gil teve hoje uma prestação notável com Nadal. Espero que Gil continue a jogar assim, pois pode ser que o nosso ténis melhor um pouco os seus até agora modestos resultados.

Bicentenário da tragédia da ponte das barcas

          Mal correu a voz de que os franceses tinham forçado algumas baterias, logo se espalhou o pânico, naturalmente, numas forças que não tinham qualquer disciplina a moderar o desânimo e o instinto de conservação da vida: foi a debandada geral, tendo-se dirigido parte desta gente para a ponte do Douro a caminho de Vila Nova de Gaia.

         Chegou aquela mole informe de gente à ponte das barcas quando ali já tinham começado aretirar, por ordem do Brigadeiro Vaz Parreira as pranchas do pontão central a fim de cortar a ponte; mas à vista da gente que avançava a operação foi suspensa, ficando contudo a passagem limitada na largura de algumas pranchas e deste modo muito mais estreita que a largura total do tabuleiro da ponte por onde acorria a multidão.

         Foi esta a desgraçada causa da morte de muitas centenas de populares, pois empurrados pelos que vinham atrás, eram atiados ao boqeuirão que as pranchas retiradas deixavam em aberto; apenas se salvaram uma pequena parte das pessoas que se fizeram à ponte.

         Para cúmulo da tragédia, uma bateria instalada na Serra do Pilar e que estava apontada para a defesa da ponte, abriu desordenadamente fogo, matando muitos da multidão, e aumentando assim a confusão entre os que procuravam fugir.


         O rio Douro, correndo indiferente no seu curso milenário, ia arrastando a caminho da Barra, centenas de cadáveres ou magotes de desgraçados que se debatiam nas vascas da agonia.

 

(Carlos Azeredo, Aqui Não Passaram! O Erro fatal de Napoleão, Porto; Civilização, 2005, p. 158.)

Liberdade de expressão

A liberdade de expressão é um conceito sempre na boca de muitos, mas frequentemente atropelado por aqueles que tanto o reclamam. Vem isto a propósito, deste post n'O Insurgente, com o qual estou totalmente de acordo, sobre a intervenção de Le Pen no Parlamento Europeu e do coro de pateadores da sua intervenção. Entre estes últimos, até há quem se vanglorie da sua participação no atentado à liberdade de expressão.

 

O conceito de liberdade de expressão não é novo na Europa Ocidental, pois era um conceito essencial para a democracia ateniense, visto que a isegoria (igualdade no falar) era um dos seus aspectos mais importantes, juntamente com a isonomia (igualdade de direitos ou perante a lei) e a isocracia (igualdade no poder). E, em Atenas, ao contrário dos dias de hoje, a liberdade de expressão era praticamente ilimitada. Como diz José Ribeiro Ferreira (in A democracia na Grécia Antiga, Coimbra, Livraria Minerva, 1990, p. 175):

 

Nenhuma democracia moderna, por mais aberta que seja, concede uma liberdade de expressão tão ampla como a que se vivia em Atenas.

 

Modernamente, aceitam algumas restrições à liberdade de expressão. Já John Stuart Mill,  em 1859, em On Liberty (tradução de Maria Teresa Malafaia, in O Pensamento Vitoriano, Lisboa, Edições 70, 1992, p. 78),  dizia que:

 

Ninguém pretende que as acções sejam tão livres como as opiniões. Pelo contrário, mesmo as opiniões perdem a sua imunidade quando as circunstâncias em que são expressas são tais que a sua expressão constitui uma instigação positiva para algum acto prejudicial


Na Europa Ocidental, alguns países punem, quanto a mim erradamente, todo aquele que faz declarações negacionistas, que negam o Holocausto ou a sua dimensão e importância. O que Le Pen fez ontem foi repetir um erro, uma opinião facilmente desmontável. Ora, por muito lamentáveis que sejam (e são!) as declarações de Le Pen, ele tem todo o direito a fazê-las. E as suas teses negacionistas não devem ser abafadas, devem é ser desmontadas e demonstradas como completamente falsas.

 

Todo o ruído que ontem foi feito no Parlamento Europeu para o abafarem só demonstra uma vontade totalitária de não ouvir os outros. E isso é preocupante. Ontem, foi a Le Pen, ninguém sabe se no futuro próximo, não será a qualquer outro deputado que se lembre de dizer algo que não agrade aos eurocratas.

Bicentenário da reconquista de Chaves

Passam-se hoje 200 anos que o General Silveira reconquistou Chaves aos franceses, que a tinham conquistado anteriormente, no seu caminho para o Porto. Com esta acção, ainda antes da batalha de Soult travaria junto ao Porto e que levaria à entrada dos franceses no Porto e ao desastre da Ponte das Barcas, Silveira começara a fechar o caminho de saída dos franceses pelo lado de Chaves, fazendo com que, pelas suas acções posteriores, os franceses ficassem isolados entre as acções de guerrilha de Silveira no nordeste transmontano e os ingleses vindos de Lisboa.

 

Como diz Carlos Azeredo no seu livro "Aqui não passaram! O erro fatal de Napoleão" (2005, Civilização: Porto):

 

Psicologicamente a reconquista de Chaves teve notável repercussão, que não só deu a Silveira um renome de patriota e militar enérgico, como lhe trouxe em poucos dias um considerável acréscimo de efectivos, que acorreram, quer da sua Província, quer do Minho, pois finalmente tinha surgido um chefe em quem as populações acreditavam e que tinha prestígio.

«A influência deste feito de Armas no destino da Campanha tinha que ser extraordinário», diria mais tarde o Marechal Jourdan, responsável pela conduta das operações das forças imperiais na Península.

 

A campanha ibérica de Napoleão foi uma verdadeira catástrofe, pois ao contrário do que acontecera nas suas campanhas pelo centro da Europa, onde as populações dos países derrotados se mantiveram mais ou menos quietas, na península Ibérica os franceses não lutaram apenas contra os exércitos regulares, mas contra toda uma população que aparecendo por todos os lados tentavam infligir baixas às tropas francesas. Fio uma guerra de guerrilha total, que implicou o uso de 300 000 soldados franceses na península, mas em que raramente, para as batalhas, o exército francês tinha mais de 60 000 homens, pois os outros tinham que assegurar a sua segurança.

 

 

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