Ouvi de modo mais ao menos desatento o discurso de Obama e, francamente, não me pareceu nada de especial. Mas, enfim, também sou suspeito, pois para mim o Obama não é nada de especial, pelo que também não espero grande coisa dele.
Vi agora que o Público fez e publicou on-line a tradução do discurso do Obama para português. Acho uma excelente iniciativa seja qual for a qualidade do discurso. O único reparo que queria aqui fazer não se relaciona com a qualidade (ou falta dela) da tradução, mas antes a um pequeníssimo pormenor: é que a tradução vem assinada como Público.
Ora, o Público não é, que eu saiba, um tradutor (nem sequer há qualquer ferramenta de tradução automática chamada Público), pelo que a tradução foi feita por alguém (tenha sido uma ou mais pessoas não interessa). Assim sendo, seria da mais elementar justiça pôr o nome do tradutor (esteja ele ligado ou não jornal por qualquer tipo de vínculo).
A tradução é um trabalho intelectual (para o qual não basta saber línguas - já os antigos sabiam disto) que deve ser reconhecido, pelo menos, com a divulgação do nome do seu autor.
Curiosa esta notícia do The Times of India, em que o Dalai Lama diz algo que me parece ser de senso comum: que a não violência não serve para combater o terrorismo (destaques meus):
"It is difficult to deal with terrorism through non-violence," the Tibetan spiritual leader said delivering the Madhavrao Scindia Memorial Lecture here.
He also termed terrorism as the worst kind of violence which is not carried by a few mad people but by those who are very brilliant and educated.
"They (terrorists) are very brilliant and educated...but a strong ill feeling is bred in them. Their minds are closed," the Dalai Lama said.
E ainda teve tempo para dizer que a prevenção é a única hipótese e que teve, desde o início, uma grande empatia com George W. Bush.
A RTP-N está a dar hoje de manha muito destaque às declarações de D. José Policarpo, quando este alertou as jovens portuguesas para os problemas que ocorrem se casarem com um muçulmano.
Depois de lidas as notícias do jornal e ouvidas as declarações que passaram na televisão, não estou a ver onde está o escândalo. Será que o Senhor Cardeal Patricarca disse alguma mentira? Não me parece.
Deste modo, só posso saudar D. José Policarpo por não se intimidar com considerações de politicamente correctas e dizer exacta e claramente aquilo que pensa.
O Vaticano tem um problema com Israel, parece que só a contragosto reconhece Israel como um país com direito a existir. Esta relação problemática entre o Vaticano e Israel não é de agora, nem exclusivo deste papa, como se pode ver por este artigo de Sandro Magister, em WWW.Chiesa, em que é feita uma análise à visão da Igreja em relação a Israel. Como aí se escreve (destaques meus):
Di certo le autorità della Chiesa cattolica non difendono l’esistenza di Israele – che i suoi nemici vogliono annientare ed è la vera, ultima posta in gioco del conflitto – con la stessa esplicita, fortissima determinazione con cui alzano la voce in difesa dei principi “innegoziabili” riguardanti la vita umana.
Lo si è visto nei giorni scorsi. Le autorità della Chiesa e lo stesso Benedetto XVI hanno levato la loro voce di condanna contro "la massiccia violenza scoppiata nella striscia di Gaza in risposta ad altra violenza" solo dopo che Israele ha iniziato a bombardare in quel territorio le postazioni del movimento terroristico Hamas. Non prima. Non quando Hamas consolidava il suo dominio feroce su Gaza, massacrava i musulmani fedeli al presidente Abu Mazen, umiliava le minuscole comunità cristiane, lanciava ogni giorno missili contro le popolazioni israeliane dell'area circostante.
Nei confronti di Hamas e della sua ostentata "missione" di cancellare lo stato ebraico dalla faccia della terra, di Hamas come avamposto delle mire egemoniche dell'Iran nel Vicino Oriente, di Hamas come alleato di Hezbollah e della Siria, le autorità vaticane non hanno mai acceso l'allarme rosso. Non hanno mai mostrato di giudicare Hamas un rischio mortale per Israele, un ostacolo alla nascita di uno stato palestinese, oltre che un incubo per i regimi arabi dell'area, dall'Egitto alla Giordania all'Arabia Saudita.
E, para melhorar, ou seja, piorar, as coisas há na Igreja quem partilha a ideia de que a existência de Israel é provisória (destaques meus):
"L'amara realtà è che, nella regione mediorientale, la presenza di Israele è ritenuta 'provvisoria', e la garanzia della sopravvivenza dello stato ebraico è riposta – per quanto sia amaro dirlo – nella sua superiorità militare".
Il problema è che la "provvisorietà" dello stato di Israele è pensiero condiviso da una parte significativa della Chiesa cattolica. Ed è questo pensiero a influire sulla politica vaticana nel Vicino Oriente, a bloccarla su vecchie opzioni prive di efficacia e a impedirle di afferrare le novità che pur sono divenute evidenti in questi giorni, tra le quali la crescente, fortissima avversione ad Hamas dei principali regimi arabi e degli stessi palestinesi dei Territori, oggettivamente più vicini oggi alle ragioni di Israele di quanto non lo sia il Vaticano.
Por tudo isso, não surpreendem as palavras do cardeal Renato Martino ao dizer que a Faixa de Gaza se assemelha a um campo de concentração são o reflexo desse problema do Vaticano. É lógico que é uma comparação perfeita e completamente estúpida, mas está dentro da tradição vaticana quando se trata de Israel.
Seria bom que o Vaticano ulrapassasse este complexo em relação a Israel e que deixasse de considerar que, sempre que há um conflito, os palestinianos são sempre vítimas e os israelitas sempre os agressores.
Há que ser claro no actual conflito do Médio Oriente e saber de que lado se está. Por mim, nunca tive dúvidas que, neste conflito, a razão está do lado do Israel. Nenhum país do mundo pode ser atingido por mais de 7000 rockets nos últimos 8 anos sem nada fazer para proteger a sua população.
O Hamas, relembre-se, quer destruir o estado de Israel, aliás, está tão interessado nesse objectivo que não se importa de sacrificar a sua população civil. Sim, porque se há um elevado número de vítimas civis é porque o Hamas se esconde entre ela, colocando-a numa situação impossível, pois é usada como escudo humano.
Não sei se Israel conseguirá os seus objectivos com esta operação, mas certo é que eu não estou a ver como é que se chega a um acordo de paz com uma organização que apenas quer a destruição do adversário, nem que para isso sacrifique a sua própria população.
E o mais sinistro é que o Hamas espera capitalizar ganhos políticos sobre o sangue dos seus compatriotas.
O FCP é primeiro, lugar que já nos habituou. É agora é esperar que o aguente até ao fim do campeonato. Já gosto mais assim deste tabela classificativa.
...lá se vai fazendo o caminho para termos documentos raros acessíveis. A biblioteca digital Luís de Camões vai disponibilizar 1200 documentos dos últimos 5 séculos, sem restrições, já a partir de 8 de Janeiro.
Gosto particularmente desta oportunidade que a Internet me dá de consultar e descarregar documentos que de outro modo nunca alcançaria. Portugal ainda está um pouco atrasado, mas começamos a ter já alguma coisa neste campo.
Por isso, não poderia deixar de manifestar o meu contentamento pelo facto. 1200 documentos não é muito, mas já não é nada mau.