Hoje, o Público diz que o carro eléctrico da Nissan-Renault, objecto de uma enorme operação de propaganda do nosso primeiro, não terá impacto na economia.
Depois do fiasco Magalhães, que a blogosfera rapidamente desmontou (por exemplo, pelo Gabriel Silva), esta direcção comercial que temos, a que por vezes também se chama governo de Portugal, anda novamente a exagerar na amplitude dos negócios que faz, que, afinal, são bastante pífios.
Será que esta notícia faz parte da cruzada do Público? Ou apenas o que vai acontecer na realidade?
Num comentário ao meu post A falta que os clássicos fazem (II) a Adriana refere que não é só a leitura dos clássicos que faz falta, mas também da Bíblia, como livro fundador da nossa cultura judaico-cristã.
De facto, um maior conhecimento bíblico, não são evitaria que alguins tradutores passassem vergonhas (que era disso que se falava nesse post), mas também aumentaria a capacidade de compreensão e/ou interpretaçãode muito que se passa no nosso mundo.
É que, ao contrário do que muitos possam pensar, a Bíblia não é uma colecção de superstições/mitos religiosos de um pequeno povo que vivia numa terra para onde confluíram os grande impérios da Antiguidade, mas uma verdadeira biblioteca composta por livros muito diferentes entre si e, que além de tudo, têm, em alguns passos, uma elevadíssima qualidade literária.
Mas, a Bíblia é também o testemunho da história de um povo que vive naquela terra há mais de 3000 anos (apesar de haver muita gente a querer negar isso). Frequentemente, a única fonte histórica para determinados factos é um dos livros da Bíblia. E, nos últimos tempos, alguns desses factos históricos são confirmados por descobertas arqueológicas.
Esta que li hoje no The Jerusalem Posté relativa ao tempo do reinado do rei Sedecias (597-586 a.C.), último rei de Judá. Numa escavação foi encontrado um selo de Godolias, filho de Pachiur, ministro do rei Sedecias. Tal como diz a notícia, este selo é o segundo a ser encontrada naquela zona, pois há algum tempo foi encontrado um outro selo, desta vez de um outro ministro desse mesmo rei, Jucal, filho de Chelemias. O interessante deste assunto é que estes dois ministros aparecem referidos no livro de Jeremias (38, 1-4):
Chefatias, filho de Matan, e Godolias, filho de Pachiur, e Jucal, filho de Chelemias, e Pachiur, filho de Malaquias, ouviram as palavras que Jeremias dirigira a todo o povo: «Assim fala o Senhor: 'Aquele que ficar nesta cidade morrerá à espada, de fome e de peste; e aquele que sair para se entregar aos caldeus será tomado como despojo, mas terá a vida salva.' Oráculo do Senhor: 'A cidade será entregue nas mãos do exército do rei da Babilónia, para que a conquiste.'»
Sigo aqui a tradução da Nova Bíblia dos Capuchinhos, realizada a partir dos textos originais.
Certamente no subsolo de Jerusalém há muitos outros vestígios que confirmarão outros factos mencionados na Bíblia. Mas, é sempre fascinante quando tal acontece.