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Super Flumina

Liberae sunt enim nostrae cogitationes - Cícero (Mil. 29 - 79) . Um blog de Rui Oliveira superflumina@sapo.pt

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Liberae sunt enim nostrae cogitationes - Cícero (Mil. 29 - 79) . Um blog de Rui Oliveira superflumina@sapo.pt

Uma pequena dúvida

Hoje, na televisão, vi o advogado do Vitória de Guimarães dizer que tinha enviado para a UEFA o parecer de Freitas do Amaral na sexta-feira passada, devidamente traduzido. Isto claro, numa tentativa mais de alcançar na secretaria aquilo que não alcançou no campo, isto é, chegar directamente à Liga dos Campeões.

 

Mas, a minha dúvida nem tem nada a ver com futebol e estes trocadilhos jurídicos. Tem antes como uma dúvida que me surgiu quando ele disse que enviou o parecer traduzido na sexta-feira passada. Até pensei que tinha ouvido mal. Mas não, o Record refere isso mesmo:

 

[...] o requerimento foi enviado segunda-feira depois de, sexta-feira, ter seguido, devidamente traduzido, o parecer do professor Freitas do Amaral, encomendado pela FPF, que depois adoptou as suas indicações, assim como o comunicado do presidente da FPF, Gilberto Madaíl.

 

E qual é a minha dúvida? É simples:

 

O parecer de Freitas do Amaral tem 137 páginas (pode ser encontrado aqui). Embora não sejam páginas muito cheias, penso que o documento deve ter mais de 20 000 palavras (mas mesmo que tenha menos, sempre serão muitos milhares de palavras).

 

Segundo, o parecer foi publicado no sítio da FPF na sexta-feira, dia 25 de Julho, tendo este parecer, segundo as notícias daquela semana, sido entregue na Federação no dia anterior.

 

O Guimarães até poderia ter recebido o parecer antes da publicação da FPF (coisa em que não acredito muito), mas nunca o poderá ter recebido antes da FPF.

 

A minha dúvida é: como conseguiram eles traduzir e enviar ainda na própria sexta-feira o dito parecer? É que a não ser que tivessem conhecimento do parecer com uma antecedência razoável,  o Guimarães nunca conseguiria traduzir e enviar para a UEFA o parecer nesse dia 25 de Julho. Será que utilizaram um programa de tradução automática? Utilizaram vários tradutores e juntaram tudo no final (má solução)?

 

Agora a sério, é que, sinceramente e como tradutor profissional que traduz várias centenas de mlhares de palavras por ano, gostava mesmo de saber como o fizeram...

 

Post scriptum: Já agora, espero que o Guimarães lute por chegar à Liga dos Campeões por direito próprio. É que por este modo, está difícil.

Sensibilidades...

Parece que o governo de Putin não gostou que Bush tivesse equiparado o comunismo soviético ao nazismo. Terá ofendido os veteranos soviéticos que combateram na 2.ª Guerra Mundial (ou Grande Guerra Patriótica segundo a propaganda soviética).

 

O nazismo e o comunismo terão muitas diferentes, mas ambos são totalitários, com completo desrespeito pelas liberdades individuais, desrespeito pela vida humana, controlo total da vida dos cidadãos, com líderes iluminados, "führer" ou "paizinho dos povos", que tinham um poder ilimitado como jamais os chamados monarcas absolutos europeus dos séc. XVII e XVIII alguma vez tiverem, não só porque tinham outros meios, mas porque estes ditadores do séc. XX não estavam limitados pelas subtis relações de poderes a que esses monarcas estavam sujeitos.

 

Por isso, os russos bem podem indignar-se, mas, na essência, Bush tem razão. Comunismo e nazismo (fascimo) ideologias igualmente destruidoras. A história pô-las em campos diferentes, mas elas são filhas da mesma mãe.

Serviço público?

A RTP recuperou o direito de transmitir um jogo de futebol da Liga por semana, batendo a TVI. Para o fazer parece que entregou direitos dos Jogos Olímpicos de Pequim à SportTV. Se a RTP fosse uma empresa privada nada disto me incomodaria. Mas, a RTP é pública, é gerida com o nosso dinheiro, e, supostamente, deveria fazer serviço público. Não me parece que isto seja serviço público, pois tanto a TVI como a SIC o poderiam fazer em canal aberto. E, aliás, para fazer serviço público não era preciso uma televisão de estado.

A falta que os clássicos fazem (II)

Há uns tempos, escrevi o post A falta que os clássicos fazem, a propósito da tradução na série televisiva "Mentes Criminosas", no AXN, de um nome da mitologia grega: Caronte.

 

Hoje, no mesmo AXN, mas na série CSI Nova Iorque, Caronte aparece de novo como "Charon" e o Estige era o "Styx". Parece que se continua a não ler os clássicos.

 

Jogos a sério? Para quê?

Não sei que raio de serviço público é o da RTP para transmitir jogos a brincar do Porto, Benfica e Sporting e ignorar o primeiro jogo a sério de uma equipa portuguesa, neste caso o Braga, que até venceu na Turquia.

 

Eu sou adepto do Porto, mas os primeiros jogos amigáveis costumam ser mauzinhos (ontem, o do Benfica foi uma seca de todo o tamanho), pelo que antes preferiria ver um jogo a sério, mesmo que nenhum dos três grandes esteja envolvido.

 

Mas, pelos vistos, este jogo não era suficientemente importante para o futebol português... Para a RTP a clubite é mais importante.

 

Dizem que a mentalidade dos dirigentes portugueses do futebol tem que mudar. Mas, só a dos dirigentes? E a dos jornalistas? E a dos adeptos? Assim não se vai lá.

Fundações privadas mas não muito

Leio no Público que a Fundação José Saramago vai receber a Casa dos Bicos para aí instalar o seu pólo português, bem como a biblioteca do escritor. Na votação da Câmara, só o PSD e o Movimento Lisboa com Carmona é que se opuseram, e muito bem, a esta cedência.

 

É claro que António Costa vem logo dizer que as objecções levantadas se devem a uma questão de "mesquinhez da direita portuguesa que nunca perdoou a José Saramago ter recebido o prémio Nobel".

 

Este é o tipo de crítica que se faz quando se quer lançar o opróbio sob a opinião contrária e não se a quer discutir racionalmente. De notar que até Ruben de Carvalho recomendou rigor na proposta, de modo a ela não estar ferida de qualquer ilegalidade.

 

Por mim, estou sempre contra a participação do estado, quer pela administração central ou local, em fundações privadas. As fundações devem ser criadas com fundos privados. Quem não tem dinheiro para fazer uma fundação, não a faz.

 

Já basta a Fundação Mários Soares que recebe subsídios do estado e da Câmara Municipal de Lisboa. Assim, qualquer um faz uma fundação.

 

Quanto à questão do prémio Nobel, estamos conversados. Nos últimos 20 anos (para ser simpático), os prémios têm sido distribuídos por critérios que nem sempre têm que ver com a literatura e não é pela recepção desse prémio que se vê se estamos ou não na presença de um grande escritor.

 

Saramago, como escritor, é-me completamente indiferente. Não é, nem de longe, nem de perto, um dos meus escritores portugueses favoritos. Tenho dois livros dele para ler há bastante tempo, mas sempre que começo um deles acabo por encontrar outros livros mais interessantes (costumo ler mais do que um livro ao mesmo tempo) e, pimba, lá fica o Saramago para trás. Enfim, um dia há-de ser...

Os verdes são inimigos da liberdade

É certo que há verdes e verdes, mas não posso deixar de estar de acordo com este artigo de Brendan O'Neill, no Guardian, Greens are the enemies of liberty:

 

Environmentalists want to curb our freedom far more than the government's anti-terrorist laws ever will

[...]

Environmentalists are innately hostile to freedom of speech. Last month James Hansen, one of the world's leading climate change scientists, said the CEOs of oil companies should be tried for crimes against humanity and nature. They have been "putting out misinformation", he said, and "I think that's a crime". This follows green writer Mark Lynas's insistence that there should be "international criminal tribunals" for climate change deniers, who will be "partially but directly responsible for millions of deaths". They will "have to answer for their crimes", he says. The American eco-magazine Grist recently published an article on deniers that called for "war crimes trials for these bastards… some sort of climate Nuremberg."

[...]

But perhaps the main way that environmentalism undermines the culture of freedom is by its ceaseless promotion of guilt. In the environmentalist era, we are no longer really free citizens, so much as potential polluters. We are continually told – by government, by commentators, by radical activists – that everything we do, from wearing disposable nappies to using deodorant to allowing ourselves to be cremated, is harmful to our surroundings.

[...]

Some greens openly admit they are on the side of illiberalism. George Monbiot describes environmentalism as "a campaign not for more freedom but for less". Environmentalism is instinctively and relentlessly illiberal, and it is doing more to inculcate people with fear, self-loathing and a religious-style sense of meekness than any piece of anti-terror legislation ever could. If you believe in freedom, you must reject it.

 

O ambientalismo converteu-se numa nova religião. Por isso, não é de admirar que os seus seguidores, animados do zelo dos iluminados ou recém-convertidos, queiram eliminar os opositores. Qualquer utopia é totalitária. Como seguidores de uma utopia, os verdes são, na sua maioria, totalitários.

 

Cabe-nos a nós rejeitar estes excessos e pôr-lhes um travão nestas tentações totalitárias e iliberais.

 

 

Subsídios, subsídios, subsídios...

O nosso ministro da Cultura está a dar uma entrevista na SIC-N e pensa que há uma criação artística que não pode  existir sem  ser subsidiada. Por isso se deve  subsidiá-la.

 

Enfim, mais uma das desculpas estafadas para suportar a existência de um ministério da Cultura e da cultura de subsidiodependência que grassa pelos meios artísticos.

Embrulha mais uma

Parece estar a ficar repetitivo, mas se se confirmar esta notícia da SIC, parece mesmo que vai haver muita azia lá para os lados da Luz...

 

Adenda

É oficial. O TAS recusou os recursos de benfiquistas e vimaranenses. Penso que se o Benfica pusesse no campo o empenho que pôs nestes jogos de secretaria era capaz de ter mais sorte e ganhar qualquer coisinha. Assim, passa a vida a apanhar bonés.

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