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Super Flumina

Liberae sunt enim nostrae cogitationes - Cícero (Mil. 29 - 79) . Um blog de Rui Oliveira superflumina@sapo.pt

Super Flumina

Liberae sunt enim nostrae cogitationes - Cícero (Mil. 29 - 79) . Um blog de Rui Oliveira superflumina@sapo.pt

Lá se foi o consenso...

Interessante o artigo escrito Michael Asher Survey: Less Than Half of all Published Scientists Endorse Global Warming Theory. Eis o que foi investigado (destaques meus):

In 2004, history professor Naomi Oreskes performed a survey of research papers on climate change. Examining peer-reviewed papers published on the ISI Web of Science database from 1993 to 2003, she found a majority supported the "consensus view," defined as humans were having at least some effect on global climate change. Oreskes' work has been repeatedly cited, but as some of its data is now nearly 15 years old, its conclusions are becoming somewhat dated.

Medical researcher Dr. Klaus-Martin Schulte recently updated this research. Using the same database and search terms as Oreskes, he examined all papers published from 2004 to February 2007. The results have been submitted to the journal Energy and Environment, of which DailyTech has obtained a pre-publication copy. The figures are surprising.

Of 528 total papers on climate change, only 38 (7%) gave an explicit endorsement of the consensus. If one considers "implicit" endorsement (accepting the consensus without explicit statement), the figure rises to 45%. However, while only 32 papers (6%) reject the consensus outright, the largest category  (48%) are neutral papers, refusing to either accept or reject the hypothesis.  This is no "consensus."

[...]

Schulte's survey contradicts the United Nation IPCC's Fourth Assessment Report (2007), which gave a figure of "90% likely" man was having an impact on world temperatures. But does the IPCC represent a consensus view of world scientists? Despite media claims of "thousands of scientists" involved in the report, the actual text is written by a much smaller number of "lead authors." The introductory "Summary for Policymakers" -- the only portion usually quoted in the media -- is written not by scientists at all, but by politicians, and approved, word-by-word, by political representatives from member nations. By IPCC policy, the individual report chapters -- the only text actually written by scientists -- are edited to "ensure compliance" with the summary, which is typically published months before the actual report itself.

By contrast, the ISI Web of Science database covers 8,700 journals and publications, including every leading scientific journal in the world.

Pois é, mas há algumas pessoas que nos querem fazer crer que todos os cientistas pensam que o homem é o causador do aquecimento global. Enfim...

Regulamentações...

O blog Tradutor Profissional do Danilo Nogueira tornou-se, há já algum tempo leitura habitual para mim. Pelo menos o Danilo fala da nossa profissão comum bem mais do que eu (que sou sempre um pouco preguiçoso para falar sobre o assunto).

Nesta entrada, o Danilo fala sobre a regulamentação da profissão de tradutor. Não sei muito sobre o estado da tradução no Brasil, mas eu também sou contra a regulamentação da profissão de tradutor em Portugal. E, no meu caso, nem sequer é por falta de habilitação específica. Mas por saber como foi a minha formação universitária na altura em que fiz o curso (se não fossem as minhas outras habilitações, provavelmente nunca poderia fazer tradução técnica tal como faço actualmente), é que digo que a tradução não deve ser limitada só  quem detém uma licenciatura específica (tal como o jornalismo não deveria ser limitado a quem tem um curso de comunicação social). Espero voltar com maior profundidade ao assunto.

Só desejo que, agora que o governo português que regulamentar o acesso a profissões, como se pode ler nesta notícia do Portugal Diário - com a já conhecida fúria controleira a que este governo nos habituou -, essa Comissão Interministerial não se lembre da tradução.

Para pior já basta assim...

Idiotas e perigosos antidemocráticos (II)

A entrevista que o Correia da Manhã faz ao porta-voz do Movimento Verde Eufémia vem confirmar, se tal ainda fosse necessário, que este eco-terroristas podem ser idiotas, mas são também perigosos para a democracia. Eles estão-se, literalmente, nas tintas para as regras democráticas.

Gualter Baptista, 28 anos, engenheiro do ambiente e investigador na área da economia ecológica, garante que as pessoas identificadas pela polícia se mantiveram fora dos limites da propriedade e aqueles que destruíram a plantação, incorrendo num crime de invasão de propriedade, não chegaram a ser identificados pelos agentes da autoridade.

“A prisão seria um acto de muito baixa democracia, uma vez que não se atentou contra a vida de ninguém”, refere ao CM o activista, sublinhando que, no caso de ser necessário, existe “um grupo de pessoas simpatizantes que já se disponibilizaram para dar apoio jurídico”.

Este senhor goza com as autoridades (que, valha a verdade, não fez nada de muito inteligente, aon contrário do que disse o ministro), dizendo que esteve lá mas não fez nada, fizeram os outros que não foram identificados e depois acha que a pisão seria injusta porque não se atentou contra a vida de alguém. Mas, este gajo é burro, ou quê? Só as pessoas que atentam contra a vida de outros é que são presas? E, um tipo que não respeita a propriedade privada, nem as leis da república, nem as regras de democracia, quer dizer-nos o que é um acto de alta ou baixa democracia.

E também acha que o agricultor não está informado. Ele, Gualter, sim, está informado, é um senhor sabe-tudo, um iluminado. Tanta arrogância deve ser sinónimo de igual ignorância, sobretudo no que se trata das regras de viver em democracia. E, ainda tem a lata de dizer que foram os amigos do agricultor que tentaram agredir os eco-terroristas (ele chama-lhes "activistas"). Para este senhor Gualter deve ser normal que as pessoas nada façam para evitar que as suas propriedades sejam destruídas. E ainda ofereceram sacas de milho ao agricultor... Que beneméritos!

Estes eco-terroristas querem fazer acções de "desobediência civil", mas não assumem as responsabilidades dessas acções. Acham que não foi uma acção criminosa, mas política. Claro que, para este Gualter, com este seu deprezo pelo estado direito, isso de vandalizar propriedade propriedade não tem qualquer problema. Afinal, eles querem salvar o mundo.

Por vezes compensa...

Já passam das 3 das manhã e ainda estou a televisão. Neste caso, atletismo (que juntamente com o futebol e o automobilismo foram o trio de desportos que mais gosto).

Apesar de agora se estar apenas em eliminatórias (depois da maratona masculina corrida em quase 2h 16 para o vencedor), já valeu a pena ver a 2.ª eliminatóira dos 3000 M obstáculos femininos. A Sara Moreira não se deu por vencida e chegou à final. A rapariga tem garra, espero é que nunca seja atacada pelo complexo Fenando Mamede.

Na Maratona, o nosso melhor classificado foi o Chaíça em 22.º. Estou com saudades de ver um meio-fundo e fundo português mais poderoso, mas parece-me que não é por aí que vamos conseguir alguma coisa.

Mais uma idiota útil

Já toda a gente sabe que não é por se ser figura pública ou artista ou outra coisa qualquer no âmbito da cultura que se tem bom senso ou até, ideias esclarecidas.

Deste vez foi Fanny Ardant que decidiu dizer disparates, numa entrevista à revista italiana feminina A. Segundo o Libération, Fanny Ardant  disse:
 

«J’ai toujours considéré le phénomène des Brigades rouges comme passionnant et captivant. C’était une époque où il fallait choisir son camp, il y avait ceux qui décidaient de prendre les armes et qui pouvaient tuer ou se faire tuer. Aujourd’hui en Italie […], les seuls intérêts sont économiques», déclare l’actrice à l’hebdomadaire féminin A (Anna). Alors qu’on lui faisait remarquer que de nombreux protagonistes italiens de l’époque avaient «fini au gouvernement», elle a répondu: «Vous en avez un qui pour moi est un héros. Renato Curcio. Lui n’est pas devenu un homme d’affaires.»


Esta senhora considera como herói um assassino... Brilhante.

Novas velhas histórias: o plágio

De vez em quando, há uma qualquer figura pública apanhada em plágio ou acusada de plágio. Desta vez a fava calhou a Luís Flipe Menezes que segundo o Público copiou textos no seu blog que depois assinou como seus.

O weblogue do candidato à presidência do PSD, Luís Filipe Menezes, continha, até ontem ao final do dia, vários plágios de textos publicados em sites da Internet, nomeadamente na Wikipédia, sem qualquer referência à origem. Em alguns artigos assinados por Menezes, que é presidente da Câmara de Gaia, não há uma única linha da sua autoria.

Não sou leitor do blog de Menezes, pelo que não posso pronunciar-me pelo que lá se escreve, mas espanto-me sempre quando as figuras públicas se arriscam a copiar frases de outros textos quando, actualmente com a Internet, é relativamente mais fácil descobrir a origem de certos textos (porque ainda por cima plagiam textos que estão online).

Se eu não escrevo no blog tanto quanto desejaria, tal não se deve só a falta de tempo por causa de trabalho, mas também porque, frequentemente, me dá preguiça de fazer uma pesquisa mínima para escrever sobre alguma coisa. Na falta dessa pesquisa, prefiro nada escrever ou então citar, mas assinalando a fonte.

Não sei se isto é o princípio da dupla precaução (Arroja dixit) por aí tão falado na blogosfera, mas penso que é mínimo.

Os políticos dispensavam este tipo de problemas, que obviamente acabam por fazer alguma mossa escusadamente.

Idiotas e perigosos antidemocráticos

Para quem tinha dúvidas sobre a íntriseca génese antidemocrática das ideias utópicas (que são sempre em nome daquela coisa esquisita chamada "bem comum") a acção de destruição de um hectare de milho transgénico por uma cambada de idiotas nacionais e estrangeiros (a idiotia não tem passaporte) devia abrir os olhos.

Agora o MAI vem dizer que vai investigar:

«O MAI considera inaceitável qualquer acto de violência ou de destruição de bens patrimoniais alheios, que configura um ilícito criminal», refere um comunicado do Ministério divulgado hoje a propósito do incidente.

«Tendo em conta os eventuais ilícitos criminais praticados, seguir-se-á agora uma investigação a cargo dos órgãos de polícia criminal competentes que, no inquérito, será dirigida pelo Ministério Público, nos termos do Código do Processo Penal», adianta o comunicado.


No entanto, não sei o que vão investigar e quem vão responsabilizar, visto que o DN informa-nos que a GNR deixar escapar a maioria do 'grupo do milho'.

Não sei se o milho transgénico é bom ou mau, mas não é isso que está em questão. Os fins não podem justificar os meios. E esta gentinha que anda sempre a querer o bem da humanidade e do planeta Terra é pessoal do mais intolerante que há, não convivendo muito bem com a democracia (que eles geralmente abominam, apesar de tirarem dela todas as vantegens possíveis).


O estado tem leis e essas leis devem ser cumpridas. Esta gente infrigiu a lei, terá que pagar por isso...

Totalitarismo fiscal abatido (para já)

Em 18 de Julho passado, escrevi a entrada Totalitarismo fiscal n'O Insurgente, em que me insurgia contra a proposta do governo de levantamento do sigilo bancário.

Na altura manifestei dúvidas quanto a posição do Presidente, mas Cavaco Silva teve o bom-senso de enviar esta propostapara o Tribunal Constitucional, pois manifestamente duvidava da sua constitucionalidade.

Hoje, veio a boa notícia, pois o TC chumbou a proposta do governo de levantamento do sigilo bancário por motivos fiscais, nos termos propostos pelo governo.

Em declarações aos jornalistas no final da leitura da decisão, no Palácio Ratton, o presidente do TC, o juiz conselheiro Rui Moura Ramos afirmou que aquelas disposições constituem uma «limitação ao exercício de um direito» e são desproporcionadas.


«O contribuinte poderia ser levado a não exercer o direito a reclamar ou a impugnar para não sofrer a consequência», afirmou Rui Moura Ramos, frisando que a norma é «desproporcionada» para os fins que pretendia atingir.


Rui Moura Ramos alertou que «sem controle judicial» e «sem a autorização do contribuinte», o levantamento automático do sigilo bancário nos termos previstos no diploma constituiria «uma limitação ao exercício de um direito».

Bem prega Frei Tomás

Ainda recentemente Hélder Guégués escrevia uma entrada sobre os falsos cognatos, mencionado expressamente o caso da palavra "casual". Nem de propósito, hohe no Publico, numa notícia sobre o almoço de Bush e Sarkozy, a jornalista Margarida Santos Lopes escreve:

Num "almoço casual", que mais parecia uma cimeira informal, os presidentes dos EUA e França realçaram o que os une e desvalorizaram as divergências.

Tal como Hélder Guégués acho perfeitamente dispensável o significado anglicizado de "casual". Nem que para isso se tenha que reformular a frase...

Tradução

Não são muitas as vezes que a comunicação social fala de tradução (eu próprio poderia falar um pouco mais de tradução aqui, mas num período de grande intensidade de trabalho, como têm sido os últimos dois anos, raramente me apetece falar sobre o assunto), pelo que o Público de Domingo chamaou a minha atenção, porque na primeira página, em cima, tinha uma chamada para um artigo da Pública que dizia isto:

Tradutores
Quem são os que resistem à tirania do inglês

Logo o título me fazia um pouco de impressão. Isto de "tirania do inglês" é coisa que leva água no bico. Hei-de, com mais tempo voltar a esta questão da hegemonia do inglês que, para mim, é bastante mais aparente do que real (é claro que a realidade é diferenciada para os vários sectores das actividades humanas).

Na abertura do artigo de Bruno Horta, diz ainda o seguinte:

Marginais e resistentes
Em Portugal há línguas que só alguns dominam. E das quais não há dicionários ou gramáticas. Agora que decorre em Xangai, na China, o 18º Congresso Mundial da Federação Internacional de Tradutores - entre 4 e 7 de Agosto -, fomos à procura dos tradutores literários que resistem à tirania do inglês.

Bom, já ficamos a saber mais alguma coisa: 1.º há línguas que em Portugal não têm muita gente que as saiba; 2.º afinal não se vai falar de toda a tradução, mas apenas de tradução literária; 3º e por algum motivo, estes senhores que traduzem estas línguas raras resistem à tirania do inglês (porquê?)

No primeiro caso, o jornalista fala-nos de tradutores de línguas como o islandês, árabe, finlandês, húngaro e dinamarquês. Naturalmente, são línguas que não tem muitos tradutores em Portugal. Mas, muitas outras também as não têm. De qualquer modo, é sempre bom termos traduções directas da língua em questão. Mas este aspecto foi apenas para lançamento do artigo.

No segundo caso, a questão da tradução literária / não literária. A tradução literária pode ter, e tem, mais prestígio, mas no total de traduções efectuadas em todo o mundo, é uma parte muito, muito pequena. Mas, das vezes que reparei num artigo sobre tradução num meio de comunicação de massas, estes artigos falam-nos quase sempre de tradução literária. É mesmo uma questão de prestígio, não?

A dicotomia tradutor literário/ tradutor não literário é para mim algo que pertence ao passado, mas é algo que persiste na mente de muita gente.

Yves Gambier, na sua comunicação "Diversité des pratiques de traduction: Convergence des formations" (V seminário de Tradução Científica e Técnica em Língua Portuguesa, 18/19 de Novembro de 2002) disse:

En effet, la tradition en traduction est traversée depuis longtemps par des catégories binaires qui sont loin de refléter les réalités. Ainsi, on oppose traducteurs littéraires et traducteurs non-littéraires dans les associations professionnelles. Une telle coupure demeure aussi dans la perception et les représentations chez nombre de traducteurs - l'un pratiquant un art et l'autre un artisanat. [...] Elle traversa le capital symbolique de nos sociétés, la littérature étant encore légitimée, valorisée alors que les documents dits pragmatiques sont pratiques, efficaces... mais évanescents, à l'existence souvent courte. Enfin, elle marque fréquemment les manières de considérer les stratégies, le traducteur littéraire ayant le droit à la creátivité tandis que le traducteur non-littéraire n'aurait que l'obligation de se conformer aux usages linguistiques, culturels, rhétoriques de ses destinataires, aux exigences d'ordre réglementaire, normatif, matériel. On pourrait allonger la liste de ces différences supposées. Notons simplement ici que la masse des traduction quotidiennes continue trop souvent d'être définies par rapport à la littérature (non-littéraires)!

Mas, o facto é que, como diz Yves Gambier mais adiante, depois de constatar que estas dicotomias têm sido progressivamente postas em causas,

il suffit d'admettre que tout traducteur, quelle que soit la nature de l'original à traduire, suit des régularités dans son comportement, ses décisions, son sens des responsabilités.

Isto é, independentemente, da natureza do texto que traduzem, todos os tradutores têm procedimentos comuns, com depois as especificades próprias à natureza do texto a traduzir. Muito haveria sobre esta questão, mas o tempo é pouco.

Gostava é que, para a próxima vez, quando se referissem à tradução, vissem para além da literatura (afinal, provavelmente, 95% das traduções que se fazem no mundo são não literárias).

E, tal como a tradução literária, a tradução técnica, por exemplo, tem tanta ou mais importância para o futuro de uma língua como meio de comunicação válido em todos os aspectos. Uma língua que não desevolva uma linguagem técnica, pode ser uma língua condenada a prazo.

Por último, a "tirania do inglês". Da leitura do artigo, não se vê por que é que estes tradutores são resistentes marginais ou, sequer, como proporcionam essa resistência ao inglês. Por não traduzirem do inglês. É pouco.

Eu, que também traduzo do inglês, faço a grande maioria das minhas traduções a partir do francês. É a língua com que eu mais trabalho. Conheço muitos tradutores não literários que traduzem outras línguas que não o inglês. Na tradução não literária que souber língua como, por exemplo, o neerlandês. O italiano, o espanhol ou o alemão tem muita procura...

Num artigo de 2001sobre Claude Hagège e o seu livro Halte à la mort des langues, Eduardo Berti escreve:

Reconocido combatiente de la hegemonia del inglés, promotor del bilingüismo (por no decir del plurililgüismo), Hagège se niega a hablar de lenguas asesinas, como atendible contrafigura de las muertas; propone más bien la noción de "lenguas predadoras" y, al mismo tiempo, no reduce todo el análisis al indiscutible "imperialismo del inglés".        

        

"Contrariamente a lo que suele creerse, el peligro de las lenguas regionales y tribales del Africa no proviene hoy del inglés, ni de otros idiomas europeos, a diferencia del caso de Asia septentrional con el ruso, de América central y del Sur (español), de los Estados Unidos (inglés) o Australia (ingles). En Africa, si bien las lenguas europeas ejercieron una gran presión en tiempos coloniales, su uso se limita actualmente a las clases privilegiadas. El verdadero peligro proviene mayormente de las lenguas africanas más masivas y prestigiosas, cuya promoción suele coincidir con la de las estructuras del Estado".  

        

La creciente importancia del swahili como lengua oficial en varias naciones africanas (lengua promovida, precisamente, como cimento para la unidad nacional), va en desmedro de muchas lenguas minoritarias que, para sobrevivir, suelen teñirse de numerosos neologismos procedentes del swahili. Lo mismo ocurre con el peul en Africa central, con el haoussa en Nigeria y Camerún, con el oulof en Senegal. Estas lenguas nacionales son peligrosamente predadoras, según Hagège, porque aun cuando tienen iguales efectos que una lengua extranjera, "no despiertan la misma desconfianza".

E no fim do artigo, para aqueles que temem que o inglês seja a única língua falada no final do século:

En cuanto a los pronósitos de los apocalípticos para quienes en un siglo no se hablará otro idioma que el inglés, Hagège mantiene una posición cautelosa. "La situación hegemónica del inglés no es un fenómeno novedoso. Hace dos mil años, el latín condujo a la muerte de numerosas lenguas. como el galo, el tracio, el ilirio, el dacio o el celtíbero. Tras la victoria de César, la aristocracia gala se romanizó muy velozmente, abandonando su lengua. Hoy el inglés americano cumple el mismo rol que el latín. Son numerosas las familia de diferentes países del mundo que han adoptado el inglés como lengua de prestigio. Pero incluso si el inglés llegara a imponerse de manera absoluta, esto no quiere decir que terminaríamos todos hablando de igual modo una misma lengua. No debemos olvidar que el latín engendró el español, el italiano, el portugués o el francés. ¿Por qué no suponer que puede ocurrir lo mismo con el inglés?"

É fácil recorrermos a chavões como a "tirania do inglês" (mesmo quando depois nada se fala sobre o assunto) pois de facto, por exemplo, na comunicação científica, o inglês tornou-se a lingua em que todos escrevem para dar a conhecer as suas ideias. Mas, daí a pensar que todos vão ter que aprender inglês, vai uma grande distância.

E o facto de se traduzir de uma língua minoritária, também não nos qualifica automaticamente como grande combatentes à hegemonia do inglês.


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