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T WAS the surprise hit of the autumn season, selling out for its entire run and inspiring rave reviews. But now the producers of Tamburlaine the Great have come under fire for censoring Christopher Marlowe’s 1580s masterpiece to avoid upsetting Muslims.Notem a cobardia da frase que coloquei em destaque. Normalmente os artistas, e muito bem, não têm estes pruridos quando se trata de criticar o cristianismo. Porque será? É que o cristianismo, juntando todas as igrejas e seitas cristãs têm mais fiéis do que o islamismo em todo o mundo. No entanto, isso não impede os artistas de o criticarem. Ou será que este director teve medo de sofrer o mesmo destino do Theo van Gogh? Se foi o caso, então as sociedades ocidentais estão a deixar-se sequestrar por uma minoria de islamistas radicais. E isso é preocupante. Mas eu não acredito que tenha sido só isso. Antes de avançar, só mais um exemplo:
Audiences at the Barbican in London did not see the Koran being burnt, as Marlowe intended, because David Farr, who directed and adapted the classic play, feared that it would inflame passions in the light of the London bombings.
Simon Reade, artistic director of the Bristol Old Vic, said that if they had not altered the original it “would have unnecessarily raised the hackles of a significant proportion of one of the world’s great religions”.
Members of the audience also reported that key references to Muhammad had been dropped, particularly in the passage where Tamburlaine says that he is “not worthy to be worshipped”. In the original Marlowe writes that Muhammad “remains in hell”.Será lícito alterar obras antigas para que estas se conformem com os cânones em vigor. É claro que não. Deixem-me dar um exemplo mais português. Os alunos do 9.º ano estudam o Auto da Barca do Inferno de Gil Vicente e isto há já vários anos - aliás o Gil Vicente já fazia parte do programa do 9.º ano quando eu por lá passei (e eu andei no primeiro 9.º ano de que há memória, como aliás já tinha acontecido com o 7.º, 8º, 10.º etc...)- e neste auto aparece uma personagem referenciada, apenas e só como JUDEU.
Cette situation est certes critiquable, mais les solutions proposées pour y remédier semblent bien pires. La Chine, Cuba et les pays les plus répressifs de la planète cherchent à attribuer la régulation du Réseau à une organisation supranationale indépendante, entendez l’ONU. Or, lorsque l’on connaît l’incurie de cette organisation en matière de droits de l’homme - rappelons que sa commission ad hoc a récemment été présidée par la Libye -, l’idée fait froid dans le dos. Souhaite-t-on vraiment que les pays qui censurent le Net et emprisonnent les internautes se mettent à réguler la circulation de l’information sur le Réseau ? Le simple fait d’organiser ce sommet en Tunisie, un Etat où le Président et sa famille contrôlent la presse et Internet d’une main de fer, démontre que la liberté d’expression n’est pas considérée comme un thème central du SMSI. Pourtant, dans toutes les dictatures de la planète, c’est aussi sur le Web que se diffusent désormais les informations indépendantes, celles qui échappent à la censure. Considérer le Réseau du seul point de vue technique, et ainsi décider que l’Iran et le Viêt-nam devraient participer à sa gestion au niveau mondial, est une erreur qui pourrait coûter cher à des centaines de millions d’internautes.Aliás, o governo tunisino já apresentou credenciais no passado (ver aqui) de como reprimir o conteúdo dos sítios internet que lhe não agradam. Voltando à tomada de posição dos RSF, elatermina assim:
Il est certes difficilement justifiable que l’ICANN reste ad vitam aeternam sous la coupe d’un seul pays. C’est un point sur lequel les Etats-Unis vont devoir négocier, d’autant qu’ils recommandent eux-mêmes qu’Internet soit géré par le secteur privé. Reconnaissons toutefois que les Américains sont parvenus à développer le Net sans bug majeur ; et admettons également qu’ils sont dans l’ensemble respectueux de la liberté d’expression. Espérons donc qu’un compromis acceptable, c’est-à-dire une solution qui réduit au minimum l’intervention des Etats et garantit la liberté d’expression, sera trouvé lors du SMSI. Si tel n’est pas le cas, mieux vaut ne rien changer.De facto, a intervenção da ONU na regulação da Internet apenas iria fazer com que acabasse a liberdade de expressão neste meio.
Se se pensa que está consolidada nas democracias a condenação da violência como instrumento político, pensa-se mal. Desde que os movimentos radicais da extrema-esquerda e extrema-direita, que defendiam a violência "revolucionária", perderam influência e se desintegraram nos anos 80, com o fim do surto terrorista que das Brigadas Vermelhas italianas, às FP portuguesas, atravessou toda a Europa, que parecia haver um consenso político de intransigência quanto ao uso da violência nos sistemas democráticos. O caso da ETA e do IRA eram excepções que confirmavam a regra de que em democracia a violência estava de todo excluída.De facto a violência havida em França não pode ter qualquer tipo de desculpa, não pode ser desculpabilizada, seja qual for os motivos que estejam por detrás dela. Mas, há muito gente que tem um tal ódio à democracia representativa que justifica tudo para por a sociedade em vivem em causa. De hipocrisia está o mundo cheio e não há causa justa que possa justificar a contínua destruição de propriedade pública e privada, de uma forma completamente aleatória e cega, que, em caso algum, poderá levar ao melhoramento das condições de vida dos revoltados (se é isso mesmo o que eles querem, coisa que pode duvidar um pouco).
Mas desenganemo-nos. Bastou surgir uma nova violência, com novos actores e novas causas, ocupando, mesmo que ilusoriamente, o local e a memória dessa violência radical do passado, para se verificar que importantes sectores políticos da nossa sociedade democrática mostram uma enorme complacência com a sua utilização como instrumento político. Nos sectores tradicionalmente da "esquerda", e numa "direita" complexada e temerosa, volta de novo a haver um caldo cultural para que a violência política surja como aceitável, como "justificada".
O mecanismo fundamental de aceitação da violência nos nossos dias é uma espécie de sociologia de pacotilha, mais herdeira do marxismo do que parece, que explica a "revolta dos jovens" (bem-aventurado eufemismo) pelas condições sociais da sua vida. É uma "explicação" que tem muito de voluntarismo político e pouco de ciência, embora, como também acontecia com o marxismo no passado, pretenda fornecer uma inevitabilidade causal. Antes, os proletários deveriam fazer a revolução violenta porque eram explorados e a sua "mais-valia" apropriada pelos capitalistas, agora os jovens revoltam-se porque não têm "esperança no futuro" e são marginalizados. Em ambos os casos há sempre uma explicação social útil, que ilude o adquirido político do pensamento democrático, dissolvendo-o nas mesmas perigosas ideias sobre a "justificação" da violência pela causalidade social.
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