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Super Flumina

Liberae sunt enim nostrae cogitationes - Cícero (Mil. 29 - 79) . Um blog de Rui Oliveira superflumina@sapo.pt

Super Flumina

Liberae sunt enim nostrae cogitationes - Cícero (Mil. 29 - 79) . Um blog de Rui Oliveira superflumina@sapo.pt

Uma grande trapalhada

Não sou eu que o digo, mas sim o Nicolau Santos. E sem papas na língua, como se pode confirmar aqui. Eis uns excertos:
A questão é que, pelas primeiras apreciações, o OR, entregue tarde e a más horas, traz erros inadmissíveis, martela receitas e despesas para chegar ao défice de 6,2% e, mais grave, conclui que a despesa do Estado ultrapassa metade do que o país produz (50,2%), ao contrário do que tinha sido prometido. Até agora, contudo, as Finanças não deram nenhuma explicação e, ao que tudo indica, estão a trabalhar de novo os números do documento.
(...)
Não adianta continuar, embora existam outras incongruências relevantes: o esforço de investimento cai 8% mas as despesas de capital aumentam 15% (o que pode dar razão aqueles que dizem que, nas despesas de capital, estão contabilizadas rubricas salariais e custos administrativos que nada têm a ver com o esforço de investimento). O que importa é assinalar que este Orçamento Rectificativo, para quem queria acabar com o «monumental embuste» do OE 2005, é, ele próprio, uma enorme trapalhada, e que aparece ferido na sua credibilidade pelos erros técnicos que enferma e pelas promessas políticas que não cumpre.
Será um remake de "O Monstro"?

Meter a foice em seara alheia...

Sampaio decidiu falar sobre aquilo que manifestamente não sabe. Isto é, manda uns bitaites para o ar, dando expressão ao que muito gente diz (tal como o Jorge Coelho) e pronto, está dito.

O que Sampaio disse é um enorme disparate. Só que Sampaio não é um cidadão qualquer, ele é o nosso presidente da República. Não pode dizer as coisas da boca para fora sem mais nem menos. Depois das declarações de Coelhos, mais estas de Sampaio, tenho que começar a concordar com o que diz os João Miranda: Os ataques aos bancos são a versão moderna do ataque ao agiota judeu.

De facto.

73es. 24 Heures du Mans

Ao longo deste tempo que vou mantendo este blogue, tenho a impressão de que nunca falei da minha paixão pelo desporto automóvel em geral, e pela Fórmula 1 em especial, o que me leva a ter uma já interessante biblioteca sobre a F1, não só sobre esta propriamente dita, desde a sua criação em 1947 (mas com campeonato do mundo apenas em 1950), mas também das várias fórmulas e competições que foram suas antcessoras.

Embora o meu interesse se centre sobretudo na Fórmula 1, não desprezo as outras disciplinas, muito especialmente as provas de resistência. E entre estas, as 24 horas de Le Mans são sem dúvida uma prova mítica. Disputada desde 1923, esta é a sua 73.ª edição (não se disputou entre 1940 e 1948).

Para quem quiser acompanhar a corrida pode fazê-lo de duas maneiras (pelo menos): pelo Eurosport com várias transmissões directas durantes as 24 horas ou então pelo sítio oficial das 24 horas.

A prova deste ano tem o interesse ainda de ter 4 portugueses à partida: João Barbosa em Dallara/Judd na 9.ª posição (e 9.º dos LM1), Pedro Lamy (Aston Martin) que parte da 17.ª posição (mas 1.º dos GT1), Ni Amorim que parte de 23.ª posição (7.º dos LM2) e, finalmente, Miguel Ramos (Ferrari) na 30.ª posição (7.º dos GT1).

Por outro lado, foi há 50 anos, na edição de 1955, disputada a 11/12 de Junho desse ano, que se deu o mais terrível acidente de que há memória numa prova automobilística. Neste acidente morreram dezenas de pessoas quando o Mercedes-Benz de Levegh (pseudónimo de Pierre Bouillin), surpreendido por uma travagem de emergência do Austin-Healey de Lance Macklin (que tinha acabado de ser dobrado pelo Jaguar de Mike Hawthorn, que mal o ultrapassou entrou paras as boxes, obrigando Macklin a travar), utilizou a traseira do Austin-Healey para fazer de rampa de lançamento, voando de encontro a um muro. O carro bateu no muro e lá ficou incendiando-se, mas toda o eixo dianteiro (e mais alguma coisa) entrou pelas bancadas dentro ceifando literalmente dezenas de pessoas. Estranhamente, a prova continuou até ao fim, a Mercedes-Benz retirou os carros restantes mas apenas o fim de algumas horas e Mike Hawthorn e o seu parceiro Ivor Bueb ganharam a prova a bordo do Jaguar D.

Toponímia

Leio na TSF Online que a CDU e o PS aprovaram os nomes de "Vasco Gonçalves" e Álvaro Cunhal" para ruas da cidade do Porto, para além do de "Eugénio de Andrade" (mas este, penso, ninguém o contestará).

Obviamente estou contra. De Vasco Gonçalves nada resta a não ser o atraso crónico de 15 anos a que nos condenou devido às suas estapafúrdias nacionalizações. De Álvaro Cunhal, pouco mais, não posso juntar-me ao coro de carpideiras que para aí anda, louvando incessantemente o homem, quando me lembro que ele quis implantar uma ditatura ainda mais sórdida do que a anterior. Aliás Emídio Guerreiro, em declarações ao Jornal de Notícias a propósito da propalada coerência de Cunhal, diz o seguinte:
Essa coerência, para mim, é uma catástrofe. O facto de ser coerente com um bandido como era o Estaline não beneficia nada a personalidade do Cunhal. Isso pode ser sinal de fundamentalismo.
Uma lucidez aos 105 anos que muitos jovens de 25 nem sequer vislumbram.

Voltando à vaca fria, eu sei que a toponímia de uma cidade é tudo menos uma coisa coerente, por exemplo, sabem onde fica a "Rua de Fernando Pessoa" no Porto. Se souberem, digam-me lá se o homem não mereceria algo de um poucochinho melhor. Não acho que os nomes das ruas de uma cidade tenham que ter um relação directa com a cidade (embora compreenda a precedência desses sobre outros), mas penso que não se deve dar o nome de ruas a pessoas que até combateram a ditadura autocrática (não se lhe pode chamar fascista pois não tinha essas características) de Salazar/Caetano, mas que nos queriam enfiar pela goela abaixo uma ditadura à moda soviética...

Para nomes ligados a ditaduras já bastam os que por cá temos (por exemplo, a Avenida Marechal Gomes da Costa, embora este tenha sido um pateta alegre que mês e meio depois do 28 de Maio já estava apeado).

Eugénio de Andrade

Faleceu Eugénio de Andrade. Desde já confesso que não sou um particular admirador de Eugénio de Andrade. No entanto, reconheço a sua importância na paisagem poética portuguesa do séc. XX. Deixo aqui um dos seus poemas.

No teu rosto começa a madrugada.
Luz abrindo,
de rosa em rosa,
transparente e molhada.
Melodia
distante e segura;
irrompendo da terra,
cálida, madura.
Mar imenso,
praia deserta, horizontal e calma.
Sabor agreste.
Rosto da minha alma!
(Eugénio de Andrade, Os Amantes sem dinheiro)

Álvaro Cunhal

Dois dias depois de Vasco Gonçalves, morreu Álvaro Cunhal, grande aliado do ex-primeiro-ministro durante o PREC.

É óbvio que a minha opinião sobre a sua intervenção política, pois se combateu uma ditadura autocrática, queria substituí-la por uma ditadura totalitária.

Companheiro Vasco

Faleceu o companheiro Vasco. Costuma-se dizer que na hora da morte não se diz mal de ninguém, mas neste caso é óbvio que não posso dizer muito bem. Não falo muito naturalmente das qualidades humanas que Vasco Gonçalves teria, mas apenas da sua presença na vida política no pós-25 de Abril e como primeiro-ministro dos II, III, IV e V governos provisórios entre 1974 e 75.

Essa participação não pode, de modo nenhum ser considerada positiva, pois Vasco Gonçalves parecia empenhado em comprometer Portugal numa outra ditadura mal tinha acabado uma que durava há 48 anos. Não nos podemos esquecer que foi um dos governos gonçalvistas o autor das nacionalizações que durante 15 anos atrasaram a modernização do país.

Por outro lado, durante o consulado gonçalvista o país foi colocado à beira da guerra civil. Quem viu, como eu, pela televisão, o comício de Almada no Verão Quente 75 nunca poderia achar normal um país ter um primeiro-ministro como aquele.

Ainda bem que o gonçalvismo foi rapidamente derrotado (não tão rápido como deveria ter sido, mas enfim...).

No dia de Camões...

ESPARSA SUA
AO DESCONCERTO DO MUNDO

Os bons vi sempre passar
no mundo graves tormentos;
e, para mais m'espantar,
os maus vi sempre nadar
em mar de contentamentos.
Cuidando alcançar assim
o bem tão mal ordenado,
fui mau; mas fui castigado.
Assim que só para mim
anda o mundo concertado

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