No Jornal de Notícias de hoje, leio uma pequena notícia que acaba assim:
O ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Michel Barnier, exigiu, porém, a participação na conferência do "conjunto das forças políticas (iraquianas)", incluindo "aquelas que escolheram resistir pelas armas", bem como a inscrição na ordem do dia da "questão da retirada" das forças presentes no Iraque.
Se ontem aqui critiquei a possibilidade da Itália ter pago um resgaste pelas duas Simona, a política da França desde o rapto dos seus jornalistas é cada vez mais errática e, mesmo, estúpida. Será que Barnier, numa conferência da UE, também quererá a participação de, por exemplo, do movimento de libertação da Córsega, da ETA ou do Real IRA?
A chamada resistência iraquiana não quer saber do seu próprio povo, pois se quisssse bem ao povo não matava 37 crianças como o acabou de fazer esta manhã.
Chirac e o seu governo, com algumas honrosas excepções, vivem noutro planeta e estão completamente desligados da realidade. Enfim, espero, mas sem muita certeza disso, que Chirac acabe o mandato com alguma dignidade.
O dia está mau para dar muita atenção ao blog, pois as traduções acumulam-se e é preciso dar saída.
De qualquer modo não queria deixar de comentar a libertação das duas Simona, facto feliz, sem dúvida. Mas, uma inquietação fica no ar: terá o governo italiano pago um resgaste de 1 milhão de dólares? É que se pagou, não sei se terá sido uma boa opção. No programa da France 5, C dans l'air, o correspondente em Bagdad dava conta da inquietação de todos os estrangeiros civis a viverem no Iraque que, a partir de agora, e a ser verdade o pagamento do resgaste (que em Bagdad ninguém duvidava), poderiam ser considerados pelos vários grupos (desde terroristas a simples bandidos) como dinheiro em caixa. A vida poderá tornar-se mais difícil. Vamos a ver como evolui a situação.
Esta data diz alguma coisa aos meus leitores? Ainda se lembram do que aconteceu há 30 anos?
Pois bem, há precisamente 30 anos, o processo revolucionário português começava a virar decididamente à esquerda, viragem consumada em 11 de Março de 1975 e travada pelo 25 de Novembro de 1975.
Na sequência da chamada manifestação da Maioria Silenciosa, a esquerda e extrema-esquerda montou barricadas por todo o país, embora concentrando-se sobretudo em Lisboa, radicalizando o clima político do país. Spínola demitiu-se e Costa Gomes passou a ser o novo presidente da República. Começaram a ser tomadas medidas socializantes e o país começa a ficar cada vez mais agitado. Enfim, ia começar o desvario revolucionário...
Quem será esta nação? Bem, se não o sabem, é a blogosfera e quem o diz é um tal Steven Levy que tem uma coluna na Newsweek (cheguei a este senhor através do Instapundit).
E porquê? Desconfio que este Levy está com inveja e raiva pela blogosfera, actualmente, conseguir verificar em quase tempo real a veracidade e autenticidade das notícias veículadas pelos "big media".
O que gente como esta lamenta é a perda de monopólio dos media tradicionais que apenas publicavam a histórias que, nos elevados critérios de editores e jornalistas, mereceriam essa publicação. Agora, isso já não é possível, pois como se provou neste Verão, os blogs americanos conseguiram ser eles a promover a agenda em alguns assuntos e os media tiveram que os seguir.
Por outro lado, os blogs permitem que qualquer possa publicar a sua opinião sem passar pela censura editorial de um qualquer media, podendo-se fazer a correcção ou a desmontagem de um qualquer artigo sem precisar de um meio convencional.
E isso leva a que as notícias publicadas pelos media estejam sobre o escrutínio muito mais apertado, pois os milhares e milhares de bloggers têm, reunidos, competências e conhecimentos técnicos que permitem a contestação ou refutação de algumas notícias (ver o caso do Rathergate).
O que o artigo de Steven Levy demonstra é o desconforto que os media tradicionais sentem perante a capacidade de escrutínio e verificação que os bloggers demonstram e que põem fim ao monopólio noticioso.
De todo o modo, os meus comentários não significam que eu pense como desejável o fim dos media tradicionais. Isso é totalmente impossível e indesejável. Desejável é que os media tomem em devida conta que actualmente terão que ter padrões muito mais elevados na forma como fazem jornalismo, pois a partir de agora têm pessoas cuja opinião pode chegar as milhares de pessoas em todo o mundo bastando para isso ter um computador e um modem.
Post scriptum. Por estes exemplos do Blasfémias se pode ver como os blogs fazem com que os media tenham que ser muito mais exigentes com o que escrevem.
... pois não é que a realidade parece desmentir, uma por uma, todas as suas alegações e certezas?
No Libération de hoje, numa entrevista, o jornalista Jonathan Randall afirma que:
Il est de bon ton de dire que les Américains ont fabriqué Ben Laden. Ce n'est pas vrai. Comme souvent, c'est la négligence et un enchaînement d'événements...
Como o jornalista do Libération descreve que o livro que Randall escreveu sobre Bin Laden é o mais completo e o mais rigoroso que se escreveu até hoje sobre o famoso terrorista, penso que esta opinião será mais qualificada do que a de qualquer Louçã, Rosas ou Portas (Miguel).
De qualquer modo aconselho a leitura da breve entrevista que acho perfeitamente elucidativa.
Bem, ao fim deste tempo todo, lá temos um secretário-geral do PS. Sócrates ganhou por muitos (verdadeira cabazada), ficamos a saber que a esquerda do PS (a pura e dura e que pensa ainda em termos de facismo e anti-facismo) tem cerca de 17% e que a família Soares não mete medo a ninguém no PS.
De qualquer modo, quem neste momento deve estar a amaldiçoar o presidente Sampaio ainda com maior vigor são aqueles rapazinhos e rapariguinhas do BE, pois se com eleições antecipadas com o PS de Ferro ainda poderia ter esperanças de chegar ao poder, com o PS de Sócrates, à partida, isso está-lhes vedado. A oportunidade do século foi perdida. E isso eles nunca perdoarão a Sampaio...
Ah, é verdade, voltemos à vaca fria. Sócrates tem o PS na mão (ou será o aparelho do PS que tem Sócrates na mão?) e vamos lá ver agora o que é que se vai passar. Conseguirá mostrar ideias diferentes. Não aposto muito, mas a ver vamos. Este é o primeiro dia do resto da vida dele...
Quem terá sido o autor desta afirmação terá sido John Kerry, segundo Peter King, um republicano de Nova Iorque, que participou com Kerry num "Crossfire" da CNN em 1997.
O que terá mudado desde então? Ah! já sei... o presidente dos EUA em 1997 era Bill Clinton esse bem-amado das esquerdas mundiais.
Kerry já tem na América a fama de dizer uma coisa e o seu contrário, mas cada vez mais se vê que ele não tem qualquer ideia na cabeça.
A França não quer passar por anti-semita e até diz que tem uma legislação bastante avançada para prevenir esses casos. Todavia, depois acontece casos como este.
Se chamar "sale juif" e desejar que ele vá arder para Israel não é anti-semitismo, então o que será? Nem era preciso uma lei específica sobre o anti-semitismo, pois trata-se de uma expressão que refere especificamente o carácter rácico do oponente. Enfim, francesices...