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Super Flumina

Liberae sunt enim nostrae cogitationes - Cícero (Mil. 29 - 79) . Um blog de Rui Oliveira superflumina@sapo.pt

Super Flumina

Liberae sunt enim nostrae cogitationes - Cícero (Mil. 29 - 79) . Um blog de Rui Oliveira superflumina@sapo.pt

Os Balcãs mexem-se de novo...

A vitória de Vojislav Seselj e do seu partido ultranacionalista SRS veio demonstrar à Europa (e, neste caso, também dos Estados Unidos) quão desastrada tem sido a sua política em relação à ex-Jugoslávia.

Depois da guerra do Kosovo (ilegal, lembram-se?) que não resolveu coisissima nenhuma pois a uma limpeza étnica (de albaneses) praticada pelos sérvios sucedeu-se uma limpeza étnica (de sérvios e outros minorias, como, por exemplo, os ciganos rom) praticada pelos albaneses, tendo como único resultado palpável a queda de Milosevic, a Sérvia, apesar de ter entregue Milosevic ao TPI para a ex-Jugoslávia, foi praticamente abandonada pelos ocidentais, tendo tido um governo corrupto com a cumplicidade dos ocidentais.

Agora, ao fim destes anos, a Europa inquieta-se com a subida dos ultranacionalistas. E o que fez a Europa para que isto não acontecesse? Nada! Limita-se a julgar criminosos de guerra em Haia (já viram que são quase todos sérvios, que há poucos kosovares, bósnios ou croatas?) e pouco mais. Espanta-se, agora! Talvez seja um pouco tarde, não?

Islamismo radical e esquerda

Um dos grandes mistérios do mundo actual é ver grupos esquerdistas aliarem-se com islamitas radicais para combaterem a sociedade ocidental (que ambos detestam). À partida nada os aproximaria pois uns têm a ideia de um califado universal (onde política e religão não estão separados) e os outros querem impor uma utopia socialista.

Esta situação passa-se a nível de toda a Europa conforme se pode comprovar por este artigo sobre as relações do Islamismo e o Trotsquismo. A ler...

Talvez assim se compreende melhor certos afirmações, principalmente, de dirigentes do Bloco de Esquerda.

Natal - historicidade e significado

Da leitura de alguns jornais e de conversas havidas, parece que houve gente que só agora descobriu que na época em que se celebra o Natal, havia, no passado, várias festas pagãs relativas ao Solstício de Inverno, uma das quais, Dies Natalis Solis Invicti, instituída pelo imperador Lucius Domitius Aurelianus em 274 d.C., teria sido cristianizada algures durante o séc. IV.

Tudo isto dito ou interpretado de uma forma a querer sugerir a menorização da festa de Natal, que não teria passado de uma apropriação da parte da Igreja de uma festa de origem pagã.

Não negando a importância desta festa pagã no estabelecimento do dia 25 de Dezembro como dia de nascimento de Jesus Cristo, dizer que esta é a única explicação para esse facto é insistir numa perspectiva redutora que não tem sequer em conta a época histórica em que isto sucedeu.

Não vou eu fazer aqui o relato circunstanciado do aparecimento do Natal - embora tenha um longo texto inédito sobre o assunto, considero que ainda não está na sua redacção final (prevejo publicação para o final do próximo ano) - quem quiser saber algo mais completo do que aquilo que saiu nos jornais sempre pode obter informação na Enciclopédia Católica em inglês ou em castelhano. Também este artigo rebate a opinião de que o Natal e a Páscoa são festas pagãs.

Também interessante para o assunto é um artigo publicado no Osservatore Romano de 24/12/1998, por um professor universitário, Tommaso Federici, com o título 24 giugno, 23 settembre, 25 dicembre: date storiche que defende que o estabelecimento de 25 de Dezembro como dia do nascimento de Cristo é uma data histórica.

É por isso que a explicação que muitos querem dar da substituição de uma festa pagã por uma festa cristã é apressada e não tem em conta, pelo menos, dois factores:

- o desejo de muitos dos primeiros cristão estabelecerem o dia de nascimento de Jesus Cristo; e,

- as várias batalhas teológicas que a Igreja empreendeu nessa época, por exemplo, contra o arianismo (que aliás foi condenado no Concílio Ecuménico de Niceia de 325), nesse mesmo séc. IV.

Estas heresias negavam a dupla natureza, divina e humana, de Jesus Cristo e, por isso, as festas de Natal e da Epifania foram sem dúvida um poderoso meio de afirmar a verdadeira fé em Jesus Cristo, Filho de Deus, "gerado não criado, consubstancial ao Pai" e nascido da Virgem Maria (cf. Símbolo de Fé de Niceia).

Na verdade o que a Igreja celebra no Natal, ou melhor dizendo, no Tempo de Natal, não é tanto o nascimento histórico de Jesus, mas antes a Vinda de Jesus, Filho de Deus e a sua Manifestação aos homens.

Querer esquecer este aspecto e privilegiar só a questão de uma tentativa de oposição aos pagãos, através de uma festa cristã é só contar meia história (ou ainda menos).

PS - Aliás, também no séc. IV, conforme testemunho de Santo Agostinho, na quinquagésima da Páscoa, foi introduzida no quadragésimo dia após a Páscoa, a festa da Ascensão que também incide sobre a dupla natureza de Jesus Cristo.

Pois é, maldita comercialização do Natal...

Hoje, dediquei-me a uma das coisas que mais detesto, as compras de Natal. Podem perguntar-me se detesto, porque as faço? E eu digo, muito simplesmente, não gosto de decepcionar quem gosta de mim. Por isso, lá faço eu este sacrificiozinho... Mas, como de costume, à última das útlimas horas...

PS - Amanhã tentarei falar mais seriamente do Natal, mas não prometo.

A nova esquerda velha

Quando li esta notícia no JN sobre os 30 anos da LCI lembrei-me de escrever algo sobre o assunto.

Mas o tempo é pouco e através do Valete Fratres vi que Hermínio Santos tinha escrito no Diário Digital um editorial com o título de Radicais de Esquerda muito recomendável.

Para aqueles que se abespinham logo quando alguém diz que o Bloco de Esquerda não é uma força democrática, talvez seja bom este refrescar da memória e que o Louçã comemore os 30 anos da LCI, que depois deu em PSR que por sua vez se integra no BE, só lhe fica bem. É que quem se reclama de uma herança, seja sob que forma for, trotsquista dificilmente poderá ser considerado como um democrata.

Mais, quem se relembrar da actuação da LCI nos idos de 74 e 75, e eu tenho idade para me lembrar disso, embora na altura fosse muito jovem,, também não acredita na democracia de senhores que comemoram essa efeméride.

Será que os jovens que se sentem atraídos pelo discurso dito moderno destes senhores, não sentem o cheiro a mofo da suas teorias?

É pena, pois como dizia Cícero: "Historia uero testis temporum, lux ueritatis, uita memoriae, magistra uitae, nuntia uetustatis".

BBC e o Médio Oriente

Já ontem falei da BBC, mas nunca é de mais referir este caso, que muitas vezes é citado como sendo uma radiotelevisão pública de referência e acima de toda a suspeita quando, na verdade, está longe dessa exemplaridade.

A propósito da agressão ao ministro dos negócios estrangeiros egípcio em Jerusalém, segundo a o blog Biased BBC, entrada de 22/12/2003, ao dar a notícia a BBC escreveu num primeiro tempo: </a>

...the BBC's Jill McGivering, in Jerusalem, says the incident is sure to cause some embarrassment for the Israelis.

Realmente, embaraço para Israel? Cuja escolta ficou à porta para não ofender sensibilidades muçulmanas? A BBC não tem emenda. Ou tem?

É que quem for hoje ler a mesma notícia encontrará a seguinte redacção:

But the BBC's Jill McGivering, in Jerusalem, says the incident is likely to prove embarrassing for the Israeli and Palestinian authorities, as well as Egypt.

Parece que houve uma pequena modificação. E, o facto é que isto não é sequer original, pois já aconteceu várias vezes no passado.

Serviço público imparcial e isento sem dúvida!

A paz está longe...

O ministro dos negócios estrangeiros do Egipto, Ahmed Maher, foi atacado por palestinianos, no interior da mesquita Al Aqsa, durante uma visita ao Monte do Templo em Jerusalém.

Parece que há palestinianos que não perdoam o facto do Egipto ter tentado negociar uma trégua com os grupos radicais palestinianos, que estes recusaram.

Por aqui se vê que a paz não mora ainda em muitos espíritos...

A BBC ja não é o que era

Durante a guerra do Iraque não era raro, entre os partidários da guerra, chamarem Rádio Bagdade à TSF. Não querendo reeditar um debate havido em tempos sobre se a TSF era de esquerda ou não, o facto é que apesar de tudo a TSF nunca chegou aos extremos da BBC, em que o mesmo jornalista ligado ao caso do Dr. Kelly chegou a negar, no dia em que os americanos entraram em Bagdade pela primeira vez, que tal tivesse acontecido. Por tudo isto a BBC ganhou o título de Baathist Broadcasting Corporation.

Li no Andrew Sullivan que a BBC enviou um e-mail aos seus colaboradores para não utilizarem a expressão "antigo ditador" quando se referissem a Saddam, mas apenas como "deposto presidente do Iraque", com base de que como houve um referendo (em que, recorde-se, Saddam teve 100% dos votos), tecnicamente, ele não seria um ditador.

Obviamente do que se trata aqui, mais de que aquela estupidez do "politicamente correcto", é de um "parti pris" contra a guerra no Iraque e, especialmente, contra os americanos.

Enfim, a BBC já não tem emenda...

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