Dia Mundial da Música
Hoje é o Dia Mundial da Música.
Desde já digo que não sou um fã desta ideia de "dias mundiais", "dias europeus", etc..., etc..., etc... Ainda para mais com a banalização dos dias mundiais de tudo e mais alguma coisa, muito da sua missão sensibilizadora perde-se.
Todavia, o dia mundial da Música deveria tentar ser aquilo quem o seu mentor, Yehudi Menuhim, desejava que fosse:
"
a major achievement among our activities and become an event for the propagation of greater knowledge of our art, arid for the strengthening of the bonds of peace and friendship between peoples through music".
De facto, estamos rodeados de música por todo o lado, mas essa música raramente tem uma pinga de qualidade. A grande música anda afastada da população. E, posso afirmar sem medo de errar, que muita gente simples gosta verdadeiramente da chamada música clássica. Simplesmente esta não está ao seu alcance.
Durante anos, mais de dez, pertencia a um coro amador que cantou música sacra dos sécs. XVIII e XIX em muitos lugares, sobretudo no norte do País e, em quase todo o lado, tínhamos as salas e as igrejas cheias. Obviamente éramos amadores, os nossos concertos não se poderiam comparar com concertos de profissionais (embora tivesse havido concertos em que a nossa performance foi superior aos cantores e músicos profissionais contratados - também do profissionalismo destes tenho algumas histórias interessantes e pouco edificantes), mas ainda assim Mozart, Haydn, Haendel, Bach, Gounod e até Palestrina e Victoria fazia parte do nosso repertório. E as pessoas gostavam mesmo de nos ouvirem pois a oportunidade de ouvirem certas peças nas suas terras, ao vivo, eram extremamente raras.
Daí a minha convicção de que as pessoas, quando têm hipóteses de ouvir o que é bom, não hesitam em o fazer.
Hoje à noite vou ouvir este coro de que fiz parte. É um modo de matar saudades...