Alimentar o monstro é preciso... Ao que parece temos um governo liberal. Palavra que gostava de ver onde paára essa característica liberal do governo (salvo o Adolfo Mesquita Nunes que ainda vai dando os poucos lampejos liberais deste governo).
Pendant ces inspections, la guerre civile fait toujours rage. Les combats prennent notamment au piège la communauté chrétienne du pays. Les chrétiens, environ 1 million, sont présents en Syrie depuis 1400 ans.
Os cristãos existem na Síria há 1400 anos? Onde é que ele foi buscar esta informação? Será que na TF1 não sabem que a Síria está intimamente ligada à disseminação do Cristianismo por toda a Ásia ainda no tempo dos Apóstolos? Que o Patriarcado de Antioquia foi, durante os primeiros séculos da Era Cristã, mais importante do que o de Roma? Que foi em Antioquia que, pela primeira vez, os Evangelhos foram pregados aos gentios (Act 11, 19-26) e que “Foi em Antioquia que, pela primeira vez, os discípulos começaram a ser tratados pelo nome de «cristãos»” (Act 11, 26)?
Isto já para não falar já na conversão de Saulo no caminho de Damasco (Act 9, 1-18)
Na Síria, Turquia ou Egipto, o Cristianismo antecede o Islão por vários séculos. Não são invasores. Estão lá há quase dois milénios. Mas há jornalistas que não sabem ou fingem não saber.
as contribuições dos nossos jornalistas (os estrangeiros não são melhores) já teriam pago o défice há muito tempo. Hoje, o Público vem dizer que as declarações do Romney sobre as janelas dos aviões era uma piada. Mas, não era isso óbivio? Quem ontem tivesse lido os jornais americanos mais importantes (embora na Internet blogues e outros tenham pegado no assunto), por exemplo, veria que eles não deram destaque nenhum a essas afirmações (NYT, Washington Post, por exemplo). Porquê? Porque sabiam que tinha sido uma piada.
O texto de ontem do Público é paradigmático de como a comunicação social portuguesa (no seu enviesamento esquerdista) tratou o assunto, como se fosse algo sério. O texto do Diário de Notícias é ainda de uma maior má-fé. O artigo do Correio da Manhã demonstra laxismo e preguiça. também. Vê-se que o jornalista (nem este nem os outros) tiveram qualquer dúvida em tomar o material recebido como bom e nem sequer se interrogou se aquilo era bem verdade.
Isto mostra também como é a imprensa actualmente. Recebe-se umas coisas do estrangeiro, não se pensa sobre o assunto, debita-se para o jornal (frequentemente em tradução mal amanhada), e pronto, já está!
Há uns dias , o Hélder Guégués referia o uso de "desenhar" como sinónimo de "conceber", por exemplo, chamando-lhe anglicismo semantico. Este uso, segundo o Hélder foi "carinhosamente adoptado pela comunicação social". Bem, parece-me que o Hélder tem razão, pois ainda hoje, no noticiário do meio-dia da RTP Informação, dizia-se, a propósito da Capital Europeia da Cultura em Guimarães, que o grupo catalão La Fura dels Bauls tinha "desenhado" um espectáculo específico para o evento. Não há dúvida, parece que esta acepção pegou de estaca. Enfim...
Quando ouvimos/lemos/vemos notícias nos diferentes meios de comunicação social, esperamos um pouco de exactidão daquilo que dizem, sobretudo em factos básicos e facilmente comprováveis. Por isso, já estou a ficar irritado com algo que a SIC Notícias tem vindo a dizer deste ontem: que Berlusconi foi primeiro primeiro-ministro durante 17 anos.
1.º Mandato de 10 de Maio de 1994 a 17 de Janeiro de 1995;
2.º Mandato de 11 de Junho de 2001 a 17 de Maio de 2006; e 3.º Mandato de 8 de Maio de 2008 a 12 de Novembro de 2011.
Como se pode ver, não há modo de a soma dos mandatos chegar a 17 anos. Que ele chegou pela primeira vez ao governo há 17 anos é outra coisa. Mas não se está a falar do mesmo. Não houve ninguém na SIC Notícias que desse conta do erro?
Apenas sete por cento da população – um em cada 14 residentes – acha que se trata do mais sério problema que a humanidade está neste momento a enfrentar e 28 por cento dizem que é um dos três maiores problemas actuais. A média da União Europeia é de 20 por cento e 51 por cento, respectivamente.
Bom, ainda bem que há algo em que os portugueses mostram que há vida inteligente no país.
Que todos os dias quando abrimos os jornais encontramos erros de tradução mais ou menos clamorosos (bem, a discussão sobre o que é um erro de tradução pode ser algo verdadeiramente complexa, mas aqui até sou vou falar daqueles que são evidentes) é quase um facto da vida. Se tivessemos que apontar esse tipo de erros, não teríamos tempo para mais nada. Por isso, não foi com surpresa que vi este texto no Linguagista sobre um artigo no Público on-line (publicado em 06.09) que levou a uma carta de uma leitora ao provedor do leitor do jornal, criticando a tradução e sintaxe desse mesmo artigo, não faltando mesmo um malfadado "eventually" traduzido por "eventualmente" (como acontece com demasiada frequência).
O texto do Helder Guégués despertou-me curiosidade para visitar o blog do provedor do leitor do Público, José Queirós, para ver a resposta e a justificação da Direcção do jornal e, francamente, não fiquei espantado.
Diz então Bárbara Reis, directora do Público:
Usamos tradutores profissionais para grandes textos, publicados na revista, por exemplo No dia-a-dia já tivemos secretárias com essa formação e especialidade, mas tal não é verdade há uns anos, dada a gradual diminuição da redacção. Os jornalistas usam fontes em várias línguas. Alguns dos erros que notamos não tem a ver com ignorância, mas com distracção. Ou seja, alguém que passa o dia a ler ou a falar em inglês, quando vai escrever não se apercebe das traduções literais que está a fazer. É um problema que só se consegue resolver reforçando o número de desks e editores online, incapazes de lerem com atenção todos os 150 textos que publicamos por dia. Estamos neste momento a equacionar esse mesmo reforço.
O Público até usa tradutores, mas para grandes textos na revista. Antes tinhas secretárias com essa formação e especialidade. Alto! Secretárias que tinham a formação e especialização de tradução. Então, eram tradutoras, não secretárias! Ou eram secretárias que faziam traduções nas horas vagas ou entre outros afazeres? Que tipo de formação e especialização? É que ser tradutor não é uma questão de ter ou não um curso de tradução. É um bocadinho mais do que isso.
Mas o terceiro parágrafo é verdadeiramente espantoso. Os jornalistas não erram por ignorânica, mas por distracção: "alguém que passa o dia a ler ou a falar em inglês, quando vai escrever não se apercebe das traduções literais que está a fazer". Sinceramente, nem acredito que leio isto. Por um lado, talvez isso aconteça pelo facto de eles não serem tradutores. Um tradutor passa o dia a ler em língua estrangeira para escrever um texto em português (neste caso) e não é por isso que faz traduções literais.
Em segundo lugar é bastante grave que um jornalista não tenha a sensibilidade para perceber que o texto que escreveu não está em bom português ou num português minimamente escorreito. É que alguns decalques sintácticos soam tão mal que o jornalista deveria perceber que haveria algo de errado com o seu texto (por ex. a frase que a leitora dá como exemplo de má construção "e há estirpes muito resistentes que a medicina actual tem menos e menos ferramentas para lutar contra" e que no texto actualmente on line já foi retocada com "cada vez menos" a substituir "menos e menos").
O que me parece é que muito jornalismo actual é feito à base de traduções e que nem toda a gente é competente para as fazer. O controlo é inexistente (e não só para as notícias que são traduzidas). E que, também, não basta saber línguas para as saber fazer.
Por vezes, a leitura dos jornais pode ser algo muito engraçado. No Correio da Manhã, leio que um caçador foi detido pela GNR e que:
Na sequência da detenção, que ocorreu cerca das 17h55, os militares da GNR apreenderam a arma do caçador, 13 cartuxos e uma peça de caça.
Um leitor menos versado nestas coisas da caça haveria de pensar por que raio teriam sido os frades apreendidos. Continua-se a escrever bem na comunicação social, sem dúvida.
Bom, não são só essas senhoras jornalistas que escrevem assim, pois, hoje, no Jornal de Notícias, a propósito da morte do ex-presidente da Câmara Municipal de Alcaboaça, pode-se ler o seguinte:
O Público tem a partir de hoje uma nova direcção que decidiu apresentar-se por um editorial que não considero como particularmente feliz, com alguns lugares comuns.
No entanto ao ler isto:
Os editoriais, a partir de hoje, deixarão de ser assinados. Os editoriais expressarão o pensamento desta direcção e deste jornal sobre o mundo que procuramos descrever, compreender e analisar página a página. Não queremos doutrinar nem vender receitas. Queremos interrogar o mundo. Daremos expressão a todos os pontos de vista, mas afirmaremos os nossos. Os editoriais serão escritos pelo novo Gabinete Editorial, composto pela direcção e mais cinco jornalistas do PÚBLICO - Teresa de Sousa, Jorge Almeida Fernandes, Margarida Santos Lopes, Ricardo Garcia e Vítor Costa.
não pude deixar de me lembrar deste dito francês:
"un chameau est un cheval dessiné par un comité".
Podem dizer-me que é habitual grandes órgãos de comunicação não terem editoriais assinados, mas o facto é que eu prefiro que o sejam.
Para além daquela de quererem "interrogar o mundo" ser mais um lugar comum sem qualquer significado ou conteúdo. Fica bonito... mas não quer dizer nada.
Não se poderá dizer que o Público perdeu hoje um leitor, pois eu nunca fui um leitor fiel do Público (nem do Público, nem de nenhum jornal, compro o que mais interessa em cada dia), mas o facto é que este editorial, para mim, não é propriamente a melhor maneira para "repor essa credibilidade ameaçada".
Já agora, os elementos da nova direcção pode explicar o que querem dizer com isto: ""conscientes que estamos da percepção pública de um excesso de peso ideológico no jornal". O que é que isso quer dizer? Que com a saída de JMF, o peso ideológico deixou de existir? É que se há algum peso ideológico no jornal, ele não era apenas o do JMF, mas principalmente o de alguns jornalistas e das suas notícias(?) tendenciosas e opinativas, sempre simpáticas para a esquerda e extrema esquerda.