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Super Flumina

Liberae sunt enim nostrae cogitationes - Cícero (Mil. 29 - 79) . Um blog de Rui Oliveira superflumina@sapo.pt

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Liberae sunt enim nostrae cogitationes - Cícero (Mil. 29 - 79) . Um blog de Rui Oliveira superflumina@sapo.pt

Terá sido mesmo o tradutor?

A notícia já não é nova, pois passou-se no dia em que Khadafi discursou na assembleia-geral das Nações Unidas. Segundo o Correio da Manhã, Khadafi deixa tradutor de rastos.

 

Não quero ser picuinhas, mas Khadafi não deixou o tradutor de rastos, quando muito deixou o intérprete de rastos. Não é exactamente a mesma coisa.

 

Eu sou tradutor, mas nunca serei um intérprete. Cada profissão tem  especificidades próprias que as tornam bastante diferentes. O intérprete embora se prepare para quilo que vai fazer tem que ter sempre uma rapidez de pensamento e um desembaraço admiráveis. Eu prefiro, mesmo com prazos apertados, mais da reflexão que a tradução permite.

 

Só agora?

Mariano Gago fez um aviso aos reitores das universidades portuguesas para não pactuarem com praxes violentas e incita-os a informarem os caloiros de que podem recusar a praxe que não perderão quaisquer direitos:

 

Mariano Gago repudia as “práticas de humilhação e de agressão física e psicológica” com carácter “fascista e boçal” infligidas aos caloiros no ensino superior, “identificadas ou desculpadas como ‘praxes’ académicas”.

Pela “extraordinária gravidade” de algumas destas práticas, impõe-se “uma atitude de responsabilidade colectiva” que “não permite qualquer tolerância” com “insuportáveis violações do Estado de Direito” no meio académico. “A degradação física e psicológica dos mais novos como rito de iniciação é uma afronta aos valores da própria educação e à razão de ser das instituições de ensino superior e deve ser eficazmente combatida por todos: estudantes, professores e, muito especialmente, pelos próprios responsáveis das instituições”, defende o governante.

 

Há muito tempo que considero as universidades como responsáveis pelo que de mau há nas praxes. Mas parece que Mariano Gago, ministro desde 2005, só agora se apercebeu disso. Enfim, mais vale mais tarde do que nunca. 

Novamente a praxe

Lentamente a justiça vai abordando o problema dos excessos da praxe. Depois dos casos de Macedo de Cavaleiros e de Santarém, chegou a vez de um caso muito mais grave, o caso passado na tuna da Universidade Lusíada de Famalicão em 2001. Com o processo-crime arquivado, a família moveu um processo cível que teve agora uma decisão, com a Universidade Lusíada a ser considerada como responsável.

 

É bom que as universidades não se demitam das suas responsabilidades, pois a grande parte nada faz para controlar os excessos da praxe. Este caso é demasiado lamentável para se falar muito sobre ele e deveria envergonhar toda academia.

 

Já por diversas manifestei neste blog a minha oposição às praxes. A conversa da integração não me convence e ler testemunho como este no Correio da Manhã não são muito encorajadores:

 

"COMEMOS NO CHÃO MAS É DIVERTIDO",

Ricardo Caeiro, 17 anos, Universidade de Évora

As praxes facilitam a integração. Os veteranos metem-nos ovos na cabeça, pintam-nos a cara e as mãos, mas o melhor são os jantares. Comemos no chão, com uma colher, mas é divertido e não pagamos. Ninguém se sente humilhado.

 

Enfim, cada um diverte-se como quer. Mas actividades como esta não me parecem muito inteligentes. Para se sentirem integrados têm que ser humilhados (mesmo que sintam que não), insultados e outras coisas que tal. Parece-me que os "doutores" têm é problemas de auto-estima.

 

Por outro lado, nunca percebi onde está o divertimento de andar em rebanho, como meia dúzia de pastores vestidos de negro a dar ordens. Tudo isto é arcaico, básico...  

 

Odi profanum uulgus et arceo

Arrumar com o Sócrates

No domingo temos a oportunidade de pôr um governo caceteiro, arrogante e manipulador no olho da rua. Por mim é o que tentarei fazer com o meu voto no PSD.

 

Não me esqueço que desde 1996 somos governados por governos socialistas, com o breve interregno dos governos Barroso/Santana Lopes.

 

Portugal empobrece alegremente sob a bota socialista desde 1999. Não se pode pôr todas as culpas na situação internacional, pois op país já estava mal antes da crise rebentar. A recuperação das contas públicas propagandeada por Sócrates é um completo embuste. Por seu lado, o aumento de impostos é bem real.

 

Não só por isto é importante pôr cobro ao reinado desta triste personagem. Por isso, voto em quem pode pôr algum bom senso neste país (por muito que a isso chamem salazarento).

À atenção de Louçã e demais socialistas

Parece-me que o governador de Nova Iorque chegou a uma conclusão brilhante:

"You heard the mantra, 'Tax the rich, tax the rich,' " Gov. David Paterson said Wednesday at a gathering of newspaper editors at an Associated Press event in Syracuse. "We've done that. We've probably lost jobs and driven people out of the state."

Zapatero que esteve em Nova Iorque por estes dias devia ter falado com Paterson para não andar a dizer que os rendimentos mais altos suportarão os aumentos.

Continuem com as ideias brilhantes (e que tão brilhantes resultados têm dado ao longo do tempo)

Mais do mesmo

Uma das estratégias do PS na campanha eleitoral em curso é tentar identificar o PSD com  Salazar ou o Estado Novo, devido ao suposto ultraconservadorismo da sua líder Manuela Ferreira. Leite. Quanto a eles, são uns imparáveis modernistas, arautos do progresso, sers do século XXI, sempre prontos a roçarem-se pelas arestas do futuro.

 

Seguindo esta linha argumentativa (?), o pessoal do PS tornou-se grande leitor dos discursos de Salazar para, encontrando-se algo que possa ser similar (nem que seja de forma muito distante) a qualquer coisa que a Manuela Ferreira Leite possa ter dito. Por isso, não espante que o discurso de Salazar de 9 de Junho de 1928 tenha sido citado num comício do PS, pela voz do inenarrável José Junqueiro, conforme noticia o Público.

 

“Advoguei sempre a politica do simples bom senso contra a dos grandiosos planos, tão grandiosos e tão vastos que toda a energia se gastava em admirá-los, faltando-lhes a força para a sua execução”, lia Junqueiro. “Eu sei o que é que vocês estão a pensar que este é um discurso de Manuela Ferreira Leite, mas não é, este é um discurso feito em 9 de Junho de 1928 e já nem me lembro quem era o primeiro-ministro dessa altura”, afirmou.

 

Para Junqueiro o facto de se ser contra os megainvestimentos públicos é igual a salazarismo. Que iluminado! Retirar frases do contexto e fazer comparações mais ou menos absurdas não é difícil. O problema está longe disso. É antes saber se esses megainvestimentos são o caminho certo para levar Portugal a sair da crise. Tudo o resto é retórica vazia. Ao PS não interessa discutir isso. Não! Interessa mais pôr rótulos nos adversários políticos, que é a melhor maneira de não se discutir nada. Mas também o que se pode esperar de um PS dirigido por esta gente.

 

Já agora, para aumentar um pouco a cultura política de José Junqueiro, o primeiro-ministro no momento em que Salazar proferiu esse discurso era José Vicente de Freitas (entre 18 de Abril de 1928 e 8 de Julho de 1929).

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