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Super Flumina

Liberae sunt enim nostrae cogitationes - Cícero (Mil. 29 - 79) . Um blog de Rui Oliveira superflumina@sapo.pt

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Liberae sunt enim nostrae cogitationes - Cícero (Mil. 29 - 79) . Um blog de Rui Oliveira superflumina@sapo.pt

Minarete?

Sábado de tarde, numa peça televisiva informativa, penso que na RTP-N (mas não tenho a certeza, também pode ser sido na SIC-N), referia-se que um raio tinha destruído o minarete da Igreja de Beiriz.

 

Não conheço muito de arquitectura, mas nunca ouvi falar de minarete em igrejas. Já em torres, sim.

 

Mas, enfim, há sempre alguém que se lembra de inventar.

Jerónimo

Na RTP-N, estou a ouvir Jerónimo de Sousa no Congresso do PCP e parece-me que estou 30 e tal anos mais novos. É que grande parte do discurso poderia ter sido feito em 1975.

 

Parece-me que há coisas que nunca mudam...

Culturas...

Interessante este post de Vasco M. Barreto de ontem sobre a tolerância ou ignorância que muita gente demonstra em questões de ciência e a intolerância perante qualquer erro ou deslize em questões de "cultura" (isto é, música, literatura, artes, etc.).

 

É claro que estou 100% de acordo com o que ele diz. Uma coisa que me impressionou quando fiz o meu curso da Faculdade de Letras do Porto, e já não foi neste século (pelo que o problema não é de agora), foi a ignorância de muitos dos meus colegas em coisas muitos simples como certos tipos de contas (nem sequer falo em matemática). E, então, no que respeita às restantes ciências, enfim, nem é bom falar. E, também, não se importavam nada com isso.

 

Ora, para mim, se é certo que alguém especialista em "ciências duras" perde alguma coisa ao ignorar aquilo a que convencionalmente se chama cultura, também é certo que alguém que se dedicou ao estudo das humanidades também perde algo da compreensão do mundo ao não fazer a mínima ideia de fundamentos da física ou matemática, por exemplo.

 

Como tradutor, frequentemente, os meus conhecimentos de física ou matemática resolveram-me muitos problemas em traduções técnicas, mas também, no quotidiano, estes conhecimentos serviram-me para resolver pequenos problemas ou são de utilidade permanente.

 

A falta de cultura científica é algo que, provavelmente, vamos pagar caro no futuro.

 

 

Tolerância muçulmana

Os muçulmanos no Ocidente reclamam que são injustamente tratados, que são todos considerados como terroristas, que não há tolerância com as suas crenças, querem impor as suas leis sobre a blasfémia, etc.

 

No entanto, em países onde são maioritários acontecem coisas destas. Onde são maioritários os muçulmanos já não acham a tolerância assim muito importante.

 

Cada vez mais penso que as exigências que eles fazem no Ocidente não estão nada motivadas por um desejo de obter o respeito, mas apenas de impor aquilo que pensam (isto é, as  suas lideranças comunitaristas). Quando exigem tolerância, esta exigência é apenas uma arma de arremesso político.

  

A tolerância é uma estrada com dois sentidos e se querem ser respeitados têm também que respeitar.

25 de Novembro

Embora com falta de tempo para me alongar muito, não queria deixar de assinalar a passagem de mais um ano sobre o 25 de Novembro de 1975.

 

Provavelmente, ainda não se sabe a história toda, como ainda hoje se viu pelas várias versões sobre o golpe (p. ex., a entrevista de Pires Veloso no DN), mas, de facto, Portugal escapou nessa noite em se tornar em mais uma experiência fracassada do socialismo real.

 

Foi uma tentativa de uma extrema-esquerda desesperada por ver o poder escapar-se-lhe e, por ter percebido, depois das eleições de 25 de Abril de 1975, que estava longe de ser maioritária. O 25 de Novembro, com todos os seus problemas, como bem lembrou Rui Ramos, impediu, pelo menos, a substituição de ditatura autoritária por uma ditadura totalitária.

 

Enfim, já não foi pouco.

Nova desgraça na ONU

Já se estava à espera, mas é sempre triste ver, uma vez mais, a ONU a alinhar com aqueles que querem limitar a liberdade de expressão em nome do respeito por todos:

 

Une commission de l'ONU a adopté lundi une résolution appelant les Etats à empêcher, y compris par la loi, le dénigrement des religions, et affirmant que l'islam est souvent et faussement associé aux violations des droits de l'Homme et au terrorisme.

 

Esta resolução foi patrocinada pelos países islâmicos, Bielorrússia e Venezuela, tudo democracias excelentíssimas.

 

A reolução apela a que se impeça pela lei que se denigra a religião, mas, depois, desmascarando a sua verdadeira intenção, só fala nos mulçumanos que, segundo esta resolução, seriam falsamente acusados de terrorismo:

 

La résolution "note avec une vive inquiétude que la campagne globale de dénigrement des religions et l'incitation à la haine religieuse en général, notamment la discrimination ethnique et religieuse à l'égard des minorités musulmanes, se sont intensifiées depuis les événements tragiques du 11 septembre 2001".

 

L'Assemblée se déclare "profondément préoccupée par le fait que l'islam est souvent et faussement associé aux violations des droits de l'Homme et au terrorisme."

 

É claro que, casos como os que aconteceram no Cairo não entram no vocabulário desta resolução. Nâo, são os muçulmanos é que têm direito a ser mencionados como falsamente acusados e vítimas da intolerância dos outros. Quanto a intolerância dos muçulmanos contra as minorias nos países em que são maioritários, nada, nada consta, desconhecem.

 

Razão tem a ONG UN Watch:

 

"C'est la dernière salve d'une série de résolutions de l'ONU qui cherchent dangereusement à introduire les interdits islamiques contre le blasphème dans le vocabulaire du droit international", a déclaré son directeur, Hillel Neuer, dans un communiqué.

"Les droits de l'Homme ont été conçus pour protéger les individus, pour garantir à chaque personne la liberté d'expression et la liberté de culte, mais certainement pas pour protéger quelque croyance que ce soit, religion comprise", a-t-il ajouté.

Mas, enfim, esperar bom senso da ONU é algo como estar à espera das calendas gregas.

Socialistas...

Grande confusão vai pelo PSF com a luta entre Aubry e Ségolène, com esta última a não reconhecer a derrota. Sinceramente, não tenho grande opinião sobre qualquer uma delas, parece-me que não será com elas que o PSF irá muito longe.

 

Pelo que se vê, a oposição também anda pelas rua das amarguras em França. A única sorte dos franceses é que o presidente deles não se chama Sócrates.

D. Francisco Manuel esquecido?

É este o nome do artigo que Guilherme d'Oliveira Martins publica hoje no Público. De facto, amanhã, 23 de Novembro, é o 4.º centenário do nascimento de D. Francisco Manuel de Melo, um autor que, de facto, parece esquecido. Razão tem Oliveira Martins quando diz:


Passaram quatrocentos anos, um número redondíssimo, mas, para surpresa de muitos, eis que um pesado silêncio parece ter caído sobre a efeméride. Invocam-se mil medianias, mas do escrito que, no século XVII, foi com Vieira referência de maturidade da nossa prosa fica a marca da ausência.

 

Oliveira Martins não encontra razões para este esquecimento, pelo que conclui muito acertadamente:

 

Não vale a pena, porém, tentar encontrar mais razões, uma vez que o que deve ser feito, está ao nosso alcance. Mais do que discursos ou de que fogo-fátuos, será aconselhável ir à estante e ler D. Francisco Manuel, irónico ou sisudo, mas crítico. Será esse o motivo do esquecimento?

 

D. Francisco Manuel de Melo contribuiu em parte para o nome deste blog. Na FLUP, em Literatura Portuguesa, estudei o poema "Sobre os rios" de Camões e o "Canto da Babilónia" de D. Francisco Manuel de Melo e fiquei absolutamente impressionado por estes dois poemas. Quando criei o blog, pensei logo no salmo que lhes deu origem (quanto ao nome em latim, confesso que tenho uma enorme paixão pelo latim). Por outro lado, mais do que o Renascimento, gosto particularmente do Maneirismo e do Barroco.

 

D. Francisco Manuel de Melo, é descrito na História da Literatura Portuguesa de A. J. Saraiva e O. Lopes como "a personificação mais acabada da cultura aristocrática peninsular na época da Restauração" em Portugal.

Ironias...

Eu ia fazer um post sobre as declarações da Manuela Ferreira Leita, mas o Bruno Alves antecipou-se e só posso dizer que concordo completamente com ele.

 

Podemos falar da felicidade ou infelicidade das declarações, mas as afirmações de Alberto Martins são completamente desajustadas. Alberto Martins não é um iletrado, pelo que a interpretação absolutamente espúria que ele faz das declarações de MFL são pode ser má-fé.

 

Já agora, concordo absolutamente como João Gonçalves sobre o "debate" da SIC-N. Até meteu impressão aquela gentinha. O tempo que eles perdaram à volta de uma coisa que, obviamente, não entenderam.

 

Enfim...

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