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Super Flumina

Liberae sunt enim nostrae cogitationes - Cícero (Mil. 29 - 79) . Um blog de Rui Oliveira superflumina@sapo.pt

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Liberae sunt enim nostrae cogitationes - Cícero (Mil. 29 - 79) . Um blog de Rui Oliveira superflumina@sapo.pt

O verdadeiro Oliveira da Figueira

A intervenção ontem de Sócrates na cimeria ibero-americana a vender as qualidades do Magalhães aos restantes chefes de estado e de governo ibero-americanos foi simples ignominiosa.

 

Um chefe de governo a fazer de delegado de vendas numa cimeira é algo que não esperava ver.

 

Que Sócrates anda há já muito tempo a vender gato por lebre em Portugal, já todos nós o sabíamos (consolidações orçamentais inexistentes, reformas da administração pública declaradas mas não realizadas, o mito dos 150 000 empregos, etc.). Agora ir até El Salvador para vender hardware, é simplesmente vergonhoso.

 

Nem o Oliveira da Figueira se lembraria disso.

Fórmula estupidez

Leio no ABC que a FIA está a pensar, a partir de 2010, em ter um fornecedor único de motores e que, por esse motivo, a Ferrari ameaça retirar-se.

 

Claro que compreendo muito bem a reacção da Ferrari; está ideia, a coberto de uma redução de custos, é completamente estúpida e tranformaria a fórmula 1 numa espécie de "Fórmula Ford" ou "Fórmula Renault" para crescidos.

 

A Ferrari participa oficialmente em provas de F1 desde 1948 (ainda antes da criação do Campeonato do Mundo de F1), quando conseguiu o 3.º lugar por Raymond Sommer num Ferrari 125 no GP Itália, disputado em Turim. Mas a primeira grande prova internacional em que participou um Ferrari, foi o GP do Mónaco de 1948, pelas mãos de Igor Troubetzkov, num Ferrari 166 (que não era um verdadeiro F1, mas uma adaptação). Isto é, já lá vão mais de 60 anos.

 

Ao longo deste tempo houve épocas em que os GP foram todos vencidos pela mesma marca - casos de 1950 e 1952 (Alfa Romeo e Ferrari, respectivamente, descontando a aberração de Indianapolis contar para os mundiais desses anos), tempos de domínio de um motor (Ford Cosworth DFV), com os BRM, Ferrari, Matra ou Tecno a fazerem o que podiam (em 1973, os carros com o DFV ganharam todas as provas).

 

Mas, ao longo deste tempo todo, havia variedade de carros, alguns bastante exóticos (o BRM de 16 cilindros, por exemplo), mesmo não ganhando. Houve experiências interessantes a nível de motores, sendo, particularmente interessante o início da época turbo, em que havia motores turbo de 4 e 6 cilindros e motores atmosféricos de 8 e 12 cilindros.

 

É certo que, nos últimos tempos já não há tanta variedade, por via das acções reguladoras da FIA, mas ainda assim, a nível de motores havia vários construtores. E, isto para mim, é importante.

 

A fórmulas monomarca ou monomotores perdem para mim todo o interesse. Para mim, a F1 não é apenas uma questão de pilotos, é também uma questão de paixão por uma marca, como é o caso da Ferrari. Mais do que um piloto, o que me interessa é que a Ferrari ganhe. É um mito pensar que com carros iguais ou motores iguais as corridas serão mais interessantes ou que, só por isso, o melhor piloto vencerá no fim.

 

Espero que a FIA volte atrás nesta ideia peregrina e estúpida.

Ciência inconveniente...

Os ecologistas têm ideias para salvar o mundo. Quando a ciência não parece suportar essas ideias:

 

"a government report that found old-fashioned reusable nappies damage the environment more than disposables has been hushed up because ministers are embarrassed by its findings"

 

põem-se os estudos na prateleira:

 

"the Department for Environment, Food and Rural Affairs (Defra) has instructed civil servants not to publicise the conclusions of the £50,000 nappy research project and to adopt a “defensive” stance towards its conclusions."

 

Parece que se chama a isto ecologia transparente.

Nobel para Le Clézio

O prémio Nobal da Literatura deste ano foi para J.M.G. Le Clézio. Finalmente o Comité Nobel deu o prémio a um escritor de que eu gosto. Já era tempo. É certo que eu sou esquisito e não há muitos escritores actuais de que eu goste (e o Saramago, por exemplo, não está nesta minha lista).

 

É certo que Le Clézio estava na short list e era um dos prováveis vencedores, mas não por isso ele deixa de ser uma excelente escolha, até pela extensa obra que tem. Não conheço as edições portuguesas (e parecem-me que ou estão em ruptura de stock ou já estão esgotadas, pelo que ouvi na SIC-N), mas em Portugal ainda se conseguem encontrar alguns dos seus títulos em francês (os que eu tenho são da Gallimard).

 

Se calhar, agora, vão desatar a fazer edições dos seus livros (o que também em normal).Se tivesse que recomendar algum dos seus livros para começar a ler Le Clézio, penso que poderia começar-se por um livro de 11 contos que considero absolutamente extraordinários: "La ronde et autres faits divers". Foi o primeir livro que li dele e impressionou-me mesmo.

98 anos de República

Emboa republicano, não sinto particular afeição pela 1.º República, nem pelo modo como foi implantada (consequência do regicídio), nem pela sua ideologia jacobina. Além do mais, a 1.º República não foi lá muito democrática (muito menos democrática do que a monarquia constitucional).

 

Por exemplo, veja-se o que aconteceu nas primeiras eleições realizadas pela República, para a Assembleia Constituinte:

 

[...] foi anunciado que apenas haveria eleição onde houvesse mais do que uma candidatura. Quer dizer que só se poderia votar a sério onde o directório não apresentasse candidatos, porque opor-se aos homens do partido era correr o risco de ficar marcado como anti-republicano. Foi o fim da abertura. A eleição ia ser feita dentro do Partido Republicano, e portanto as atenções para com antigos influentes da Monarquia passaram a ser irrelevantes. Toda a gente se apressou a puxar o lustre às suas medalhas partidárias, ou a reclamar «radicalismo». No dia 28 de Maio, só houve votação em 22 dos 50 círculos eleitorais do continente e ilhas. A maioria dos 226 candidatos foram pura e simplesmente proclamados sem oposição. Eram todos republicanos.

 

[Rui Ramos, História de Portugal, Sexto volume - A segunda fundação, Dir. José Mattoso, Círculo de Leitores, 1994, pp. 452-453]

 

A 1.º República foi sectária e tudo fez para que as eleições apenas fossem disputadas entre republicanos. Mudou as leis eleitorais, para estas se ajustarem aos seus desígnios, fabricou círculos eleitorais, intimidou adversários, reduziu o universo de eleitores. Governou contra a maioria dos portugueses. Talvez por isso, em 1926, não houve muita gente a querê-la defender.

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