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Super Flumina

Liberae sunt enim nostrae cogitationes - Cícero (Mil. 29 - 79) . Um blog de Rui Oliveira superflumina@sapo.pt

Super Flumina

Liberae sunt enim nostrae cogitationes - Cícero (Mil. 29 - 79) . Um blog de Rui Oliveira superflumina@sapo.pt

Começa a definir-se

Nas primárias para as presidenciais americanas começama definir-se. Nos democratas, vai ser uma corrida entre a Hillary e Obama (nada que me entusiasme muito, diga-se de passagem). Nos republicanos, cada vez mais parace que a corrida vai ser entre McCain e Romney. Neste caso a minha preferência vai nitidamente para McCain, apesar de algumas das suas iniciativas legislativas (por exemplo as chamadas McCain-Feingold e McCain-Kennedy) sejam bastantes discutíveis para o seu eleitorada conservador nuclear.

Já aquilo que se fala, ou seja de Huckabee vir a apoiar McCain em troca da vice-presidência, não me parece grande ideia.

Bem, na próxima terça-feira teremos mais notícias.

Algumas notas soltas

Como o tempo não é muito, estas são algumas apenas notas soltas que me vieram hoje à cabeça:

1. Remodelação I - Estou como o Pacheco Pereira, o primeiro-ministro mostrou fraqueza e temeu que Correia de Santos lhe fizesse estragos no governo. Livrou-se dele a ver se passa a tormenta. Quanto à sua substitua, parece-me uma nítida cedência ao lado esquerdo do PS. Não sei se não vamos ter saudades do Correia de Campos.

2. Remodelação II - A ministra da cultura era uma carta fora do abralho há já algum tempo. Demasiados erros. Uma discussão inútil com Rui Rio a propósito da saída do túnel frente ao Soares dos Reis, o processo do museu Berardo, a exposição Hermitage, a criação da OPART, as confusões com Pinamonti, Dalila Rodrigues, etc. (que ela não soube gerir), afirmações infelizes, etc. É certo que, por mim, o Ministério da Cultura nem precisava de existir... Quanto ao seu substituto, não sei o que esperar, mas, também não espero muito de um ministério da cultura.

3. Jornalistas e isenção - Hoje de manhã, numa peça da SIC-N sobre as eleições primárias americanas, a jornalistas fala dos problemas do Partido Repúblicano  derivados, diz ela, pela (supostamente má) "qualidade das alternativas por parte dos republicanos".  Bem, para mim, se há qualidade discutível nos candidatos nas primárias americanas, essa está no Partido Democrático, desde Obama, passando por Hillary e acabando em Edwards é tudo gente que não augura nada de bom para os Estados Unidos (não vejam isto como um elogio ao Bush, que, efectivamente, não foi um grande presidente). Ao menos, nos republicanos aí têm gente como Giuliani ou McCain que, apesar das suas fraquezas, são bastante melhor do que qualquer um dos candidatos democratas.

4. Ruca e Tradução - Não sei se quem faz a tradução dos episódios do Ruca lê o Hélder ou não, mas o facto é que ontem e hoje nos episódios do Ruca, a Menina Martins desapareceu e deu lugar à Menina Marta...

Diz que é uma espécie de humanismo...

De vez em quando chegam-nos notícias que, apesar de não me espantarem, sempre me levam a pensar se está gente está si quando propõem coisas como esta contada pelo Telegraph:

Doctors are calling for NHS treatment to be withheld from patients who are too old or who lead unhealthy lives.

Smokers, heavy drinkers, the obese and the elderly should be barred from receiving some operations, according to doctors, with most saying the health service cannot afford to provide free care to everyone.

Estes senhores do serviço público de saúde britânico querem ter o poder de dizer quem pode ou não pode ser tratado. Começam agora por aqui, qualquer dia acabam na cor da pele, na religião ou no clube de futebol.

Só posso dizer, são doutores, mas são burros como o caraças!

Das Märchen

Pensei escrever sobre isto, mas o Henrique já o fez e de que maneira. Também já Augusto M. Seabra escreveu dois artigos sobre o assunto (O conto interminável, a ópera dos fogos-fátuos - I e O conto interminável, a ópera dos fogos-fátuos - II).

Ambos o fizeram de modo completamente esclarecedor (muito melhor do que eu poderia fazer), de um modo que as críticas dos jornais não o conseguiram fazer - DN, JN, Público (caderno P2, p. 12) -, que, quando muito, nos informam que, pelo menos, metade dos espectadores no vários espaços saíram no intervalo. Não é que este indicador, por si só, nos diga alguma coisa (acho que houve alguma gente que não sabia ao que ia, não se aperceberam que era uma ópera contemporânea), mas também não é totalmente desprovido de sentido. Nem toda a gente está para ver até ao fim aquilo que lhe desagrada.

Infelizmente, parece que o cepticismo meu artigo anterior era completamente justificado.

P.S. Completamente rídicula aquela afirmação numa peça da RTP em que se dizia (sem rir) que já se afirmava que no mundo da ópera em Portugal haveria um  antes e depois  de Das Märchen. Simplesmente ridículo...

Parturient montes, nascetur ridiculus mus

Hoje, alguma imprensa e também televisão faz muita publicidade à estreia da ópera Das Märchen de Emmanuel Nunes, no São Carlos.

Normalmente quando vejo toda este alarido à volta de qualquer coisa, tenho logo a suspeita que estamos perante de uma tentativa de "épater le bourgeois" e que, se calhar, o mérito intrínseco da obra não iguala o embrulho que lhe querem fazer.

Se calhar estou a ser injusto com o autor, do qual, reconheço, nada conheço (música erudita moderna não é propriamente a minha favorita, embora conheça alguma, tenha cantado alguma e  tenha ido assistir a alguns concertos, mas do Emmanuel Nunes, nada), mas, penso que toda esta espectacularidade que nos querem vender parece mesmo para impressionar papalvos.

Enfim, logo se verá.

Triste, não... tristíssimo

A morte de uma pessoa de 75 anos que foi encontrado caído no chão com uma maca em cima, afinal, foi por traumatismo crânio-encefálico segundo nos diz o Jornal de Notícias de hoje, apesar do hospital de Aveiro ter afirmado, ontem, que o doente não tinha morrido em sequência da queda.

Isto diz muito sobre os hospitais em Portugal (e não, não estou a atacar o ministro, nem a sua política de saúde, primeiro porque não sou especialista nesse campo; segundo, pelo que conheço dos hospitais portugueses devido a familiares meus que precisaram de a eles recorrerem, não me admira que isto tenha acontecido, infelizmente).

Não obstante a conclusão inscrita na certidão de óbito,

[...] a família de Manuel Dias da Silva não pretende avançar com qualquer processo judicial contra o Hospital Infante D. Pedro "porque não dispõe de recursos financeiros e a viúva pretende ir para França, para junto dos filhos", explicou a sobrinha.

A família não tem dinheiro para a tribunal, mas espero que a Inspecção-Geral de Saúde averigue realmente o que se passou, pois, em qualquer caso, o que se passou é inadmissível.

Taça das Nações Africanas

Para quem tem hipótese de, como eu, trabalhar com a televisão na frente (mesmo que não esteja sempre a olhar para ela), aconselho vivamente a ver o Eurosport e a acompanhar os jogos da Taça das Nações Africanas 2008 (os nossos jornalistas gostam de dizer CAN). Até agora não vi um jogo sem golos ou que fosse aborrecido. Nem sempre são jogos bem jogados, mas, quase sempre, bastante movimentados e com alguns golos absolutamente fantásticos.

Tem sido uma boa companhia televisiva, para já.

Parece que têm dúvidas...

Vendo este título desta notícia no Diário de Notícias:

Uribe à procura do apoio europeu contra "terroristas" das FARC

parece que no DN têm dúvidas sobre se as DARC são terroristas ou não. Sempre podem dizer que puseram as aspas para citar o presidente Uribe, mas, no caso, das FARC, só não vê quem não quer, elas são mesmo terroristas.

A propósito de iniciativa do parlamento da Venezuela de retirar as FARC da lista das organizações terroristas, Clara Rojas, a ex-refém, disse em Madrid:

"Não se deve tirar a denominação de terroristas de repente. Isso poderá acontecer depois de um acordo prévio para libertar os sequestrados e a promessa de não raptar mais ninguém. Isto poderá ajudar o processo"

Por mim, penso que as FARC só poderão deixar de ser uma organização terrorista no dia em que depuser as armas, pois com ou sem reféns, trata-se de uma organização que pretende impor a um país a sua visão totalitária da política.

A religião, a ciência e, inevitavelmente... Galileu

3.

(I.) As to Physical Science, of course there can be no real collision between it and Catholicism. Nature and Grace, Reason and Revelation, come from the same Divine Author, whose works cannot contradict each other. Nevertheless, it cannot be denied that, in matter of fact, there always has been a sort of jealousy and hostility between Religion and physical philosophers. The name of Galileo reminds us of it at once. Not content {220} with investigating and reasoning in his own province, it is said, he went out of his way directly to insult the received interpretation of Scripture; theologians repelled an attack which was wanton and arrogant; and Science, affronted in her minister, has taken its full revenge upon Theology since. A vast multitude of its teachers, I fear it must be said, have been either unbelievers or sceptics, or at least have denied to Christianity any teaching, distinctive or special, over the Religion of Nature. There have indeed been most illustrious exceptions; some men protected by their greatness of mind, some by their religious profession, some by the fear of public opinion; but I suppose the run of experimentalists, external to the Catholic Church, have more or less inherited the positive or negative unbelief of Laplace, Buffon, Franklin, Priestley, Cuvier, and Humboldt. I do not of course mean to say that there need be in every case a resentful and virulent opposition made to Religion on the part of scientific men; but their emphatic silence or phlegmatic inadvertence as to its claims have implied, more eloquently than any words, that in their opinion it had no voice at all in the subject-matter, which they had appropriated to themselves.

John Henry Newman (1801-1890), Discourse 9. Duties of the Church towards Knowledge in The Idea of a University (1852)

Isaías

Um dos livros mais interessantes de todo o Antigo Testamento é sem dúvida o livro do profeta Isaías que, na verdade, não é um único profeta, mas três, pois num único livro reuniram-se os escritos de Isaías (nascido por volta de 760 a.C.) e de dois outros profetas, denominados Deutero-Isaías e Trito-Isaías, de quem nada sabemos, mas que viveram já depois do regresso do exílio da Babilónia (séc. VI a.C.). Proto-Isaías: 1-39, Deutero-Isaías:  40-55; Trito-Isaías: 56-66.

O livro de Isaías é interessante não são pelas implicações teológicas do mesmo, mas sobretudo por. apesar de ser escrito por três pessoas diferentes, separadas por quase duzentos anos, ser uma obra literária superior, extremamente poética, cheia de símbolos e metáforas.

A liturgia de hoje, tem como primeira leitura parte (Is 49, 3.5-6) do chamado Segundo Cântico do Servo (Is 49, 1-6), que é um oráculo (poema) sobre o Servo de Deus. Apresento-o aqui na sua totalidade (edição da Difusora Bíblica: 1998):

«Ouvi-me, habitantes das ilhas,
prestai atenção, povos de longe.
Quando ainda estava no ventre materno, o Senhor chamou-me
quando ainda estava no seio da minha mãe,
pronunciou o meu nome.
Fez da minha palavra uma espada afiada,
Fez da minha mensagem uma seta penetrante,
guardou-me na sua aljava.
Disse-me: «Israel, tu és o meu servo,
em ti serei glorificado.»
Eu dizia a mim mesmo: «Em vão me cansei,
em vento e em nada gastei as minhas forças.»
Porém, o meu direito está nas mãos do Senhor,
e no meu Deus a minha recompensa.
E agora o Senhor declara-me
que me formou desde o ventre materno
para ser o meu servo,
para lhe reconduzir Jacob,
e para lhe congregar Israel.
Assim me honrou o Senhor.
O meu Deus tornou-se a minha força.
Disse-me: «Não basta que sejas meu servo,
só para restaurares as tribos de Jacob,
e reunires os sobreviventes de Israel.
Vou fazer de ti luz das nações,
para que a minha salvação chegue até aos confins da terra.»

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