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Super Flumina

Liberae sunt enim nostrae cogitationes - Cícero (Mil. 29 - 79) . Um blog de Rui Oliveira superflumina@sapo.pt

Super Flumina

Liberae sunt enim nostrae cogitationes - Cícero (Mil. 29 - 79) . Um blog de Rui Oliveira superflumina@sapo.pt

FELIZ NATAL

Mt 1, 18-25:

Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: Maria, sua mãe, estava desposada com José; antes de coabitarem, notou-se que tinha concebido pelo poder do Espírito Santo. José, seu esposo, que era um homem justo e não queria difamá-la, resolveu deixá-la secretamente. Andado ele a pensar nisto, eis que o anjo do Senhor lhe apareceu em sonhos e lhe disse: «José, filho de David, não temas receber Maria, tua esposa, pois o que ela concebeu é obra do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho, ao qual darás o nome de Jesus, porque Ele salvará o povo dos seus pecados.»
Tudo isto aconteceu para se cumprir o que o Senhor tinha dito pelo profeta: Eis que a virgem conceberá à luz um filho; e hão-de chamá-lo Emanuel, que quer dizer: Deus connosco. Despertando do sono, José fez como lhe ordenou o anjo do senhor, e recebeu sua esposa. E, sem que antes a tivesse conhecido, ela deu à luz um filho, ao qual ele pôs o nome de Jesus.

Clay Regazzoni

Este suíço, de seu verdadeiro nome Gianclaudio Giuseppe Regazzoni, era um dos pilotos da Ferrari quando me comecei a interessar pela F1, no início dos anos 70. Era alguém "bigger than life", com enorme alegria de viver. Começou tarde na Fórmula 1, não ganhou muitas provas, 5 no total entre 1970 e 1979 (com um Williams, em Silverstome, primeira vitória desta marca), mais era alguém que marcava a competição. Não sendo uma superdotado dessa época, do género de um Jackie Stewart, Emerson Fittipaldi ou Niki Lauda, mesmo assim só perdeu por três pontos o campeonato do mundo de 1974.

O acidente em 1980, em Long Beach, ao volante de um Ensign, atirou-o para uma cadeira de rodas, paraplégico. Mesmo assim não parou e continuou a competir, agora, no Paris-Dakar, com veículos adaptados. Ao mesmo tempo manteve-se activo como amante e coleccionador de automóveis antigos.

Morreu, ontem, ao volante numa auto-estrada italiana, aos 67 anos, quando ia para mais uma dessas reuniões.

Era um mito dos anos setenta, de uma popularidade extraordinária,  um tipo de piloto que agora já não há.

Para quem quiser saber mais sobre este piloto sempre pode visitar o seu sítio oficial ou, então a Wikipedia.

Dos louvores da língua portuguesa

O Pedro Sette Câmara, meu co-blogger no  Insurgente, publicou um interessante artigo de poesia no seu blog com o título Sete anos de pastor, a propósito do conhecido poema de Camões com esse título, com alguns comentários interessantes. Mas o que, neste momento, me leva a escrever esta entrada são as suas considerações sobre a pronúncia do português, actualmente tão diferente dos dois lados do Atlântico.

Que o português europeu contemporâneo se tornou uma língua em que as vogais átonas quase não se ouvem não é novidade para ninguém. Por isso é que os espanhóis não nos compreendem. Pura e simplesmente eles não ouvem parte daquilo que dizemos.

Mas, isto é uma evolução recente, pois a acreditarmos nas descrições que lemos em louvor da língua portuguesa nos escritores do séc. XVI e XVII , as coisas nem sempre terão sido assim. Aliás como  é referido por Maria Helena Mira Mateus, na  Gramática da Língua Portuguesa  (Caminho, 2003 - 5.ª ed., p. 28):

Foi só no período do português moderno que o -e- (e por vezes o -i-) em posição pretónica e postónica foram progressivamente substituídos por uma vogal reduzida que hoje é habitualmente suprimida no registo coloquial do português europeu. Estas vogais eram, desde o início da língua, bastante mais audíveis do que são hoje em Portugal (semelhantes, portante, às vogais átonas do português brasileiro e do português falado em África).

Vejamos agora o louvor que é feito à língua portuguesa na obra mais conhecida de Francisco Rodrigues Lobo (1573/4-1621), Corte na Aldeia, pela primeira vez publicado em Lisboa, 1619 (utilizo a ed. da Presença, 1991), na pág. 68, logo no Diálogo I, pela voz de uma das suas personagens, o Doutor Lívio:

E verdadeiramente que não tenho a nossa língua por grosseira, nem por bons os argumentos com que alguns querem provar que é essa. Antes é branda para deleitar, grave para engrandecer, eficaz para mover, doce para pronunciar, breve para resolver e acomodada às matérias mais importantes da prática e escritura. Para falar é engraçada com um modo senhoril, para cantar é suave com um certo sentimento que favorece a música, para pregar é sustanciosa, com ua gravidade que autoriza as razões e as sentenças, para escrever cartas nem tem infinita cópia que dane, nem brevidade estéril que a limite, para histórias nem é tão florida que se derrame, nem tão seca que busque o favor das alheias. A pronunciação não obriga a ferir o céu da boca com aspereza, nem a arrancar as palavras com veemência do gargalo. Escreve-se da maneira que se lê, e assim se fala. Tem de todas as línguas o melhor: a pronunciação da latina, a origem da grega, a familiaridade da castelhana, a brandura da francesa, a elegância da italiana. Tem mais adajos e sentenças que todas as vulgares, em fé de sua antiguidade. E se à língua hebreia, pola honestidade das palavras, chamaram santa, certo que não sei eu outra que tanto fuja de palavras claras em matéria descomposta quanto a nossa. E, para que diga tudo, só um mal tem: e é que, polo pouco que lhe querem seus naturais, a trazem mais remendada que capa de pedinte.

Este conhecido louvor da língua portuguesa, não anormal para a época (há antecedentes), entre os exageros com que retrata a nossa língua, diz alguma coisa quanto a pronúncia que nos diz logo que algo seria diferente do que é actualmente.  Por exemplo, a "doçura" não é uma característica que possamos atribuir ao português europeu contemporâneo.

Há também neste passo outros pormenores interessantes, mas ficarão para outra oportunidade.

 

Três anos...

Noto que faço hoje 3 anos de presença na blogosfera. Parece uma eternidade. Bem sei que nos últimos tempos não tenho sido muito assíduo e, se calhar, neste mês de Dezembro, embora um bocadinho mais assíduo, ainda não escreverei tanto como gostaria.

Mas o blog não é para acabar... provavelmente para a semana começarei a escrever com maior regularidade.

Razões para um certo 1.º de Dezembro...

Como os portugueses foram usados para servir os interesses de Castela

"Pôs-nos mal Castela com todas as nações, com que se diminui no trato; as rendas das alfândegas faltaram, as mercadorias encareceram.
Os estrangeiros, não podendo vir a nossos portos buscar nossas drogas, iam buscá-las às nossas conquistas [...].
Esta (Castela) deu licença a estrangeiros para irem comerciar as nossas conquistas, com grande perda, assim se particulares como de rendas reais. Diminuíram-se as naus da Índia [...] e as que vinham governavam-se de modo que davam à costa.
As nossas fortalezas andavam tão mal providas que as tomavam os inimigos, como se viua na Baía, Pernambuco, Mina, Ormuz, etc.
Tomaram-nos todos os galeões, galés e armadas, do que resultou ficarem as nossas naus saqueadas e não escapar embarcação nossa. E jurando Castela de nos guardar todos os privilégios antigos [...] nos pôs novos e intoleráveis tributos [...]."

In Arte de Furtar - espelho de enganos, teatro de verdades, mostrador de horas minguadas, gazua geral dos Reinos de Portugal oferecida a El-Rei nosso Senhor D. João IV para que a emende (publicada pela primeira vez em 1652 de autor anónimo, embora tendo aparecido como se fosse do Padre António Vieira)

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