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Super Flumina

Liberae sunt enim nostrae cogitationes - Cícero (Mil. 29 - 79) . Um blog de Rui Oliveira superflumina@sapo.pt

Super Flumina

Liberae sunt enim nostrae cogitationes - Cícero (Mil. 29 - 79) . Um blog de Rui Oliveira superflumina@sapo.pt

Sanidade reencontrada (II)

Também há sinais de bom-senso vindos do Canadá (surpreendente, não?):
Quebec — Quebec has rejected the use of Islamic tribunals, which can be used to settle family disputes, in the province.

In a unanimous vote Thursday, the Quebec legislature passed a motion against allowing sharia to be used in the legal system.

“The application of sharia in Canada is part of a strategy to isolate the Muslim community, so it will submit to an archaic vision of Islam,” Fatima Houda-Pepin, a Liberal member of the legislature, said as she introduced the motion against use of the Islamic law.

“These demands are being pushed by groups in the minority that are using the Charter of Rights to attack the foundation of our democratic institutions.”
Fonte

A frase em destaque demonstra uma característica que se aplica não só aos líderes islâmicos radicais, mas também a muito lideres comunitaristas: a tentiva de controlarem as suas comunidades tirando partido do multiculturalismo, reivindicando excepções culturais para isolarem as suas comunidades e jamais as integrarem na sociedade onde vivem. É que assim podem controlá-las melhor, ao mesmo tempo que exigem aos seus membros que não se afastem do modelo que eles criam para essas comunidades. Quem for diferente é logo acusado de trair os seus. Por isso é que considero o multiculturalismo uma forma de totalitarismo pois visa suprimir a identidade individual dos membros das suas comunidades.

Relativismos...

Como se sabe, nas sociedades ocidentais, a homofobia e a violência contra mulheres são crimes com enorme repercussão mediática e, normalmente, severamente punidos. Mas, em certos países civilizadíssimos da nossa querida União Europeia, parece que pode haver excepções. Quais?

Bem, para saberem, aconselho a leitura deste artigo, When is it politically correct to beat gays and kill women?".

Parece que estes crimes são apenas injustificáveis quando praticados por brancos. Afinal, tudo é relativo, não é verdade?

Festival Eurovisão da Canção

Pelo que parece, hoje, em Kiev, realiza-se a semi-final do 50.º Festival Eurovisão da Canção e nós participamos com um grupo chamado 2B com uma canção que, francamente, nunca ouvi.

Só como aparte, que diferença há em relação há 30 anos atrás. O Festival da Canção da RTP, primeiro, e o Festival da Eurovisão, depois, eram assuntos e momentos televisivos importantes. Gradualmente, caíram, ambos, numa enorme irrelevância. O primeiro morreu, o segundo arrasta-se cada vez mais levado para leste.

Mais do que estar muito interessado nisto, li no Jornal de Notícias que há polémica por a canção ir ser cantada quase toda em inglês. Não é por nada, mas considero isto um grande provincianismo. A mim não me incomoda nada que haja portugueses a cantar em inglês, penso apenas que no caso do festival da Eurovisão é uma perda de tempo. É uma perda de tempo porque nós nunca ganharemos este Eurofestival. Por isso, porquê enviar uma canção em (mau?) inglês, que se vai fundir num imenso mar de mediocridades, em vez de mandarmos uma canção em português que, pelo menos, se distinguiria por isso?

Há dezenas de anos que ouço teorias sobre as músicas, mais ou menos festivaleiras, que teriam hipótese de fazer boa figura no Eurofestival. É tempo absolutamente perdido. Mais valia tentarem levar uma canção razoável, em português, marcar o ponto e "ala que se faz tarde" pois a irrelevância do festival não justifica muito mais.

Ian Curtis - 25 anos depois


Heart and Soul

Instincts that can still betray us,
A journey that leads to the sun,
Soulless and bent on destruction,
A struggle between right and wrong.
You take my place in the showdown,
I'll observe with a pitiful eye,
I'd humbly ask for forgiveness,
A request well beyond you and I.

Heart and soul, one will burn.
Heart and soul, one will burn.

An abyss that laughs at creation,
A circus complete with all fools,
Foundations that lasted the ages,
Then ripped apart at their roots.
Beyond all this good is the terror,
The grip of a mercenary hand,
When savagery turns all good reason,
There's no turning back, no last stand.

Heart and soul, one will burn.
Heart and soul, one will burn.

Existence well what does it matter?
I exist on the best terms I can.
The past is now part of my future,
The present is well out of hand.
The present is well out of hand,

Heart and soul, one will burn.
Heart and soul, one will burn.
One will burn, one will burn,
Heart and soul, one will burn.

Ian Curtis, vocalista do Joy Division, suicidou-se, enforcando-se, a 18 de Maio de 1980. Tinha 23 anos.

Notas soltas

O tempo não tem sido muito para dedicar aos blogues, mas mesmo assim não queria deixar de comentar alguns assuntos que se vão passando pelo mundo.

Aborto. Mais tarde ou mais cedo o assunto do aborto vai voltar à agenda política portuguesa (com ou sem referendo). A este propósito, aconselho a leitura de esta notícia. No ano passado, 32% das mulheres que fizeram um aborto em Inglaterra e País de Gales já tinham feito pelo menos um aborto no passado. De notar que a lei inglesa é das mais liberais, pois permite abortos até às 24 semanas, enquanto França e Alemanha vai só até às 12 semanas e a Suécia e Noruega é de 18 semanas. Blair recusou a diminuição do limite com o argumento de que não queria "criminalizar as mulheres". O motivo pelo qual as mulheres abortam repetidamente deveria fazer pensar e de qualquer modo mostra que o aborto não éé solução para nada.

Newsweek. Que haveremos de dizer deste "Abu Ghraib da imprensa"? A Newsweek relatou um caso de profanação do Alcorão em Guantanamo, que provocou protestos maciços em vários países muçulmanos que resultaram em pelo menos 17 mortos e dezenas de feridos, para além de ter, ainda mais, manchado a imagem dos EUA nesses países. Esta informação baseava-se na fuga de informação proporcionada por alguém no interior da administração que depois já não se lembrava se aquilo que tinha dito teria sido mesmo assim. Entretanto o mal já estava feito. Agora a Newsweek arrepende-se. Como se diz em português, "agora é tarde, Inês é morta". E a credibilidade da Newsweek também. A vontade de escrever qualquer coisa contra Bush leva-os a nem sequer verificar as alegações ou a acreditar cegamente em fontes anónimas.

Israel-Palestina. Os sermões de sexta-feira na televisão oficial da Autoridade Palestiniana são verdadeiramente elucidativos da dificuldade que será fazer a paz na região. E como se pode ver (versões em inglês e francês), a culpa não será, principalmente, dos israelitas enquanto a Autoridade Palestiniana continuar a tolerar e (provavelmente) fomentar este discurso de ódio contra os judeus (os manuais escolares palestinianos também são elucidativos). Abu Mazen tem ainda muito a fazer. Será capaz (ou, por outra, terá essa vontade)?

Educação blairista

Tony Blair pode não ser considerado como um verdadeiro trabalhista por muita gente de esquerda. Mas a verdade é que, no domínio da educação, a sua política tem seguido os princípios mais dignos ditados pelos "cientistas de educação".

Por isso esta notícia não me surpreende nada:

Examiners marking an English test taken by 600,000 14-year-olds have been told not to deduct marks for incorrect spelling on the main writing paper, worth nearly a third of the overall marks.

The rule, issued by the Qualifications and Curriculum Authority, means that pupils could spell every word wrongly in the most significant piece of writing that they are required to do and yet still receive full marks.

Ministers are particularly concerned about exam results this year, having failed to achieve their 2004 target of 75 per cent of 14-year-olds reaching the level expected in English. Just 71 per cent reached the standard, despite a multi-million pound Government strategy aimed at improving lessons in secondary schools.

Muito guterrista esta solução: os alunos não sabem escrever correctamente, então não se avalia a ortografia. Problema resolvido!

A mesma retórica; os mesmos efeitos

Toda a gente se lembra da retórica francesa acerca da "excepção cultural" nas discussões sobre comércio livre na OMC. Mas, esse mesmo país que exige uma excepção para os bens culturais é também um país terrivelmente burocrático . Por isso, isto não me admira mesmo nada:

Le mal français : François Pinault renonce, devant les lourdeurs administratives, à installer sur l'île Seguin sa fondation privée consacrée à l'art moderne, qui rejoindra l'Italie ;

O presidente francês aconselha o voto no "sim" no referendo ao tratado constitucional porque estes não é "liberal". Realmente um país com esta burocracia não pode ser um país liberal. E provavelmente, também é um país que gosta de cultura subsidiada e não feita por privados de modo independente. Pelo menos é o que parece.

Até parece Portugal.

Dia da Vitória na Europa

Ontem e hoje comomerou-se o Dia daVitória na Europa, o fim da Alemanha nazi. Enfim, 60 anos passaram, mas a polémica não. Nunca percebi porquê.

Está claro que o nazismo era uma ideologia perversa e só podemos congratular-nos com o seu fim. Mas, também, está claro que os países que ficaram sob domínio da URSS, não foram libertados nessa altura, pois, nos dois/três anos seguintes os soviéticos trabalharam para estabelecer ditaduras comunistas.

Eu, durante os anos oitenta, conheci polacos que viviam na Polónia e posso dizer que eles estavam longe de gostar do regime em que viviam. Depois da queda do muro, conheci húngaros, alemães de leste, romenos, gente com a minha idade, isto é, que viveram, pelo menos até aos 25 anos sob ditadura comunista. O mínimo que posso dizer é que, apesar das dificuldades que a imediata situação pós-comunista lhes criou, nenhum tem saudades da época das repúblicas socialistas.

Ninguém põe em dúvida o contributo dos soviéticos na derrota da Alemanha nazi. Mas aqueles que criticam os EUA por não terem entrado na guerra senão em Dezembro de 1941, devem também lembrar-se de que a União Soviética tinha, em 1939, um pacto com a Alemanha naci, pacto esse que facilitou a derrota da Polónia, que os soviéticos invadiram a Polónia e partilharam-na com os alemães, que, ainda em 1939, os soviéticos invandiram a Finlândia e só entraram na guerra porque os alemães os invadiram.

Os soviéticos contiveram grande parte do exército nazi e, depois da batalha de Kursk em Julho de 1943, a sorte da frente leste estava praticamente selada. Mas a conquista de Berlim demonstra a total irracionalidade e desprezo pela vida humana que Estaline tinha, mesmo tratando-se dos seus próprios soldados (que assim também foram vítimas da ditadura feroz que os comandava).

Obviamente, tudo isto não deve ofuscar um facto verdadeiramente importante: a queda da Alemanha nazi. Mas, também não podemos esquecer a história do que se passou após.

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