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Super Flumina

Liberae sunt enim nostrae cogitationes - Cícero (Mil. 29 - 79) . Um blog de Rui Oliveira superflumina@sapo.pt

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Liberae sunt enim nostrae cogitationes - Cícero (Mil. 29 - 79) . Um blog de Rui Oliveira superflumina@sapo.pt

A hipocrisia moral da esquerda

Bem, neste caso da esquerda norte-americana, mas bem se poderia aplicar à esquerda portuguesa (enfim, mais ao BE do que ao PS, é bem verdade, que isto de generalizações é sempre um pouco injusto).

Já ouviram falar de Jeff Gannon? Se calhar não, mas então nada como ler isto e isto. Edificante, não é?

Um jornalista anónimo (até aí) faz uma pergunta que parece pró-Bush e, toca daí, os bloggers esquerdistas americanos tratam de descobrir o passado pouco recomendável do senhor que, ao que parece é homossexual e foi "gay escort" e até puseram fotografias "x-rated" dele na Internet.

E ainda falavam da campanha baixa contra o Sócrates em Portugal. Os homossexuais (norte-americanos) ficam avisados de que só são homófobos os que mencionam e/ou atacam a sexualidade das pessoas de esquerda. Se for homossexual de direita, não conta para o totobola e já se pode atacar as suas opções sexuais, bem como os "erros" e "desvios" à moral vigente.

Não há dúvida que há uma esquerda que é muito selectiva naqueles que se devem proteger. As minorias são serão protegidas se estiverem do lado certo (ou seja o deles) do espectro político. Basta ver os ataques "ad hominem" feitos nas audições a Condoleeza Rice ou a Alberto R. Gonzalez antes de serem investidos nos seus cargos. Se tivessem sido os republicanos a utilizarem aquela linguagem, teriam sido logo invectivados de racistas (no mínimo), por ofensas à comunidade negra e hispânica norte-americanas. Como foram os democratas, as associações de direitos civis assobiaram para o lado e seguiram em frente.

Os elementos das minorias que fogem ao discurso do "coitadinho" e se afirmam pelos seus méritos individuais - não se abrigando em figuras jurídicas de discriminação positiva ou à sombra das suas comunidades - são postos de lados e quase que considerados como traidores. De facto é fácil de compreender por que isso acontece. É que estes indivíduos, arrostando certamente com dificuldades maiores do que os outros, venceram o discurso oficial comunitário e, desta forma, fogem ao controlo dos seus chefes. Por isso é lógico que estes não querem ver estes exemplos a multiplicar-se, pois, quantos mais assim procederem menor será o seu poder como grupo de pressão. Os líderes comunitários não estão, frequentemente, interessados numa verdadeira integração, mas na continuação da discriminação, pois só assim serão suficientemente poderosos junto do poder político.

Todavia isto já é outra conversa, embora tenha vindo a propósito. Voltarei a ela...

Há 273 anos...

... nascia na Virgínia George Washington que se tornou em 1789 o primeiro presidente dos Estados Unidos da América. Washigton foi presidente até 1797, recusando a hipótese de se recandidatar para um terceiro mandato. Faleceu em 1799.

Personagem importante na vitória da Revolução Americana, por ter conduzido o exército americano à vitória na Guerra da Independência (1775-1782), tendo contado com a ajuda do corpo expedicionário francês de Rochambeau - enviado pelo rei absoluto Luís XVI -, Washington recebeu a capitulação do general inglês Cornwallis em Yorktown a 19 de Outubro de 1791.

O prestígio ganho, levou-o a ser eleito unanimemente presidente da Convenção Constitucional de 1787 em Filadélfia, que redigiu a Constituição aprovada a 17 de Setembro de 1787.

Washington foi também importante, graças ao seu prestígio, na consolidação na cena internacional da jovem república.

Só pode ser boa notícia...

se se confirmar que o que diz a TSF. Depois do resultado eleitoral, o abandono de Santana é um primeiro passo para a recuperação do PSD. Mas pelo meu lado não fico muito entusiasmado com alguns dos nomes que andam na berlinda: Marques Mendes, Ferreira Leite, Filipe Menezes.

Bem, vamos esperar para ver. As quotas estão em dia, só gostava que a eleição fosse em directas, mas não sei se os estatutos o permitem já para o próximo congresso.

Nada no meio?

Ouço uma pessoa, sem dúvida simpatizante socialista, no fórum da TSF, a dizer que o PSD não tem espaço político em Portugal porque este partido seria composto por duas espécies de pessoas: os conservadores (que deveriam estar no CDS-PP) e os sociais-democratas (que deveriam estar no PS).

Isto é o que se chama uma análise reducionista, como se entre os conservadores (que tipo de conservadores?) e os socialistas/sociais-democratas não existiria nada no meio. E então os liberais, onde caberiam neste esquema?

O PSD é, ideologicamente falando, uma espécie de "albergue espanhol" (como dizem os franceses), mas é o único partido de governo português que pode fazer as reformas de que o país precisa. Mas, mesmo sendo um albergue espanhol, o PSD precisa de clarificar um pouco mais a sua ideologia, assumindo, talvez, uma matiz um pouco mais liberal (não neoliberal que isso não sei o que é, apenas me parece uma palavra criada pela esquerda para denegrir qualquer tipo de modernização da economia).

Tambores de guerra...

...começam a rufar no Líbano, 30 anos depois do início da guerra civil que acabou com o país que era conhecido como a Suíça do Médio-Oriente.

O Hezbollah, fortemente pró-sírio, após a contestação anti-síria existente no Líbano depois da morte de Hariri, ameaça os contestatários com uma guerra civil.

Os dados podem estar lançados e Rubicão pode já ter sido atravessado.

Post-Scriptum. Uma análise das várias comunidades presentes no Líbano e da posição face à crise actual pode ser encontrada aqui.

Bom começo, sem dúvida...

Depois do discurso de Sócrates, Ruben de Carvalho na TVI disse que foi um discurso de "vacuidade" e "arrogância". Concordo absolutamente. José Gomes Ferreira, da editor de Economia da SIC-N, disse que não gostou do tom de facilitismo que o discurso transmitia. Também concordo. António Barreto disse que foi um discurso para o partido (será "jobs for the boys"?), não para o resto do portugueses.

Eu também não gostei do discurso de Sócrates pelos motivos acima apontados, mas não só. Sócrates não mobiliza ninguém, a maioria absoluta não foi festejada nas ruas e, penso, que bem depressa as limitações dele virão ao de cima. Mas não façamos futurologia... o tempo dirá se tenho razão ou não.

É pena, muita pena

Portas demitiu-se, Santana não, fica-se pela convocação de um congresso. É pena, penso que poderia ter tirado outras ilações.

Vai haver um período de indefinição táctica no PSD que não será bom para o tempo de oposição. A oposição também se prepara, se quer ganhar respeitabilidade junto do eleitorado. E o PSD deve ser uma oposição firme e responsável desde o primeiro dia, pois sinto que o governo Sócrates vai meter a pata na poça muito rapidamente e é preciso estar atento - e não a brincar às guerrinhas internas - para desde logo apontar e corrigir erros do governo.

Por isso uma definição rápida e clara no PSD é absolutamente necessária.

Acta est fabula

Encerrado que está o acto de governação santanista, vamos ver o que nos reserva o futuro.

Em primeiro lugar, foi bem sucedido o golpe de estado constitucional feito pelo Presidente da República. Tal como Ferro Rodrigues o disse, as eleições só foram convocadas quando o PS teve nova direcção.

Para já não me parece que o futuro seja muito brilhante, o governo Sócrates, seja ele qual for, não promete, pois, obviamente, não poderá satisfazer as expectativas que criou. Certamente que contará com a cumplicidade da imprensa, mas será difícil cumprir, por exemplo, com os 150000 empregos prometidos.

No que diz respeito ao PSD, ainda sem conhecer resultados finais, penso que Pedro Santana Lopes deverá demitir-se e convocar Congresso para eleição de novo líder. Os resultados são maus de mais para se dar qualquer benefício da dúvida. Como eu disse, Santana Lopes não era o meu líder preferido. Votei PSD porque penso que um governo PS seria, e será, sempre pior. Mas os resultados são o que são e é preciso partir para outra. É a minha opinião.

Quantos aos restantes partidos, nada de especial, apenas de considerar a subida do BE. Tanta gente enganadinha, sobretudo nas cidades. O intelectual chique-caviar está na moda.

Quem tem medo do google?

Leio que em França há inquietação em relação ao projecto da Google de digitalizar 15 milhões de livros online provenientes das colecções da biblioteca de Nova Iorque e de mais quatro universidades (Michigan, Stanford, Harvard e Oxford).

Sinceramente não percebo porquê e ainda para mais em França, que já dispõe, por exemplo, da Gallica, que tem 70 000 obras e 80 000 imagens digitalizadas. Tomara eu que a nossa Biblioteca Nacional dispusesse de capacidades semelhantes. Eu já descarreguei vários livros completos (do séc. XVI e XVII) da biblioteca francesa e, obviamente, se puder dispor de um serviço muito mais completo, ainda melhor.

Será que o incómodo em França se deve ao facto de serem os americanos os impulsores do projecto? A não ser que haja algum problema que não estou a ver neste momento, parece-me apenas ser uma outra manifestação de anti-americanismo.

Post scriptum. Ler também a este propósito La croisade inutile.

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