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Super Flumina

Liberae sunt enim nostrae cogitationes - Cícero (Mil. 29 - 79) . Um blog de Rui Oliveira superflumina@sapo.pt

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Liberae sunt enim nostrae cogitationes - Cícero (Mil. 29 - 79) . Um blog de Rui Oliveira superflumina@sapo.pt

Michael Moore's Truth Problem.

Nem os democratas acreditam nele!

Via Instapundit cheguei a este artigo publicado pela New Democrats Online.Org. O autor, Peter Ross Range afirma sobre as obras de Michael Moore:

The end result is that the writer-filmmaker spreads a fog of misbegotten notions about America, politics, business, and international affairs among his youthful, left-leaning following at home and, indeed, around the world. Uninformed readers and viewers tend to believe everything he says.

Basta ver as entrevistas à saída do último "documentário" estreado esta semana em Portugal para ver como isto é verdade.

Bem, mas o melhor é ler o artigo inteiro para perceber que a imagem que Moore dá da América ao mundo (uma imagem caricatural e completamente errada) é exactamente aquela que os anti-americanos (esquerdistas ou islamitas) desejam ver. Daí a popularidade de que Moore goza na Europa e também nos países árabes, pois os seus filmes ou livros não são objecto de uma crítica séria, mas apenas de uma concordância acéfala).


 

Teorias...

Diz Miguel Vale de Almeida:

Ninguém nasce hetero ou homo. As pessoas são construídas hetero ou homo (assim como são construídas como homens ou mulheres, em termos de género). 'Construídas' não quer dizer que haja um complot, com agentes conscientes (embora também os haja). Quer dizer que há modelos complexos, de relações, instituições e símbolos, que empurram as pessoas para certas práticas e discursos (que, no caso da sexualidade, redundam, entre outras coisas, em orientações).

Bem, tenho sérias dúvidas sobre esta teoria, sobretudo de que em termos de géneros as pessoas também são uma construção. Obviamente que não sou especialista na matéria, mas já li (em obra que não tenho agora à mão, mas se for preciso arranjo-a) que os cérebros de homens e mulheres têm uma morfologia diferente. Isso, certamente, tem também influência entre ser homem ou mulher.

Por outro lado, a história dos gémeos Reimer também não parece suportar muito a teoria. Aliás o artigo refere, quase no fim (destaques meus):

... research was sounding the death knell for the nurture vs. nature theory. Two studies – released by the Johns Hopkins Children's Center – concluded that it's prenatal exposure to male hormones that turns normal male babies into boys. The studies "seriously question the current practice of sex-reassigning some of these infants as females…"

Penso que a natureza continua a ter uma palavra a dizer...

Distracções

A Comissão de inquérito ao 11 de Setembro nos EUA teve sempre a atenção dos meios de comunicação social sempre que farejavam algo que iria pôr a administração Bush em causa.

Quem não se lembra do barulho feito há ainda relativamente pouco tempo quando um "staff report" veio dizer que não havia conexão entre o Iraque e Osama bin Laden?

Bom, mas agora que foi publicado o relatório final, não houve tanto barulho à volta deste relatório. Porque terá sido?

A leitura do artigo intitulado The Triumph Of the 9/11 Commission de Daniel Pipes talvez esclareça alguma coisa e o porquê o terem passado despercebidos algumas das conclusões mais importantes da comissão. Vejamos logo o início do artigo:

Finally, an official body of the American government has come out and said what needs to be said: that the enemy is "Islamist terrorism…not just ‘terrorism‚' some generic evil." The 9/11 commission in its final report even declares that Islamist terrorism is the "catastrophic threat" facing America.

As Thomas Donnelly points out in The New York Sun, the commission has called the enemy "by its true name, something that politically correct Americans have trouble facing."

Why does it matter that the Islamist dimension of terrorism must be specified? Simple. Just as a physician must identify a disease to treat it, so a strategist must name an enemy to defeat it. The great failing in the American war effort since September 2001 has been the reluctance to name the enemy. So long as the anodyne, euphemistic, and inaccurate term "war on terror" remains the official nomenclature, that war will not be won.


O relatório também realça o que está em questão (goste muita gente ou não em falar de choque de civilizações):

The report of the National Commission on Terrorist Attacks Upon the United States has other good value. It paints an accurate picture of Islamist views, describing these as a "hostility toward us and our values [that] is limitless." Equally useful is the description of the Islamist goal being "to rid the world of religious and political pluralism."

In contrast to those analysts who wishfully dismiss the Islamists as a few fanatics, the 9/11 commission acknowledges their true importance, noting that Osama bin Laden's message "has attracted active support from thousands of disaffected young Muslims and resonates powerfully with a far larger number who do not actively support his methods."The Islamist outlook represents not a hijacking of Islam, as is often but wrongly claimed; rather it emerges from a "long tradition of extreme intolerance" within Islam, one going back centuries and in recent times associated with Wahhabism, the Muslim Brethren, and the Egyptian writer Sayyid Qutb.


Afinal a Comissão sempre chegou a conclusões que são óbvias para muitos, mas que outros, em nome de um qualquer multiculturalismo ou relativismo de qualquer espécie, não querem ver. A Comissão acabou, com todas as suas imperfeições, por chegar a algumas conclusões utéis, mas que, por isso mesmo, muita gente preferiu agora ignorar ou, então, apenas realçar pormenores sem demasiada importância. 

Soares, o ressentido

Já tinha notado, e também escrito algures, que o traço mais marcante de Mário Soares na política, nos últimos anos, era o seu ressentimento. Este notava-se em muitas das suas intervenções.

Por outro lado, Soares atingiu um estatuto em Portugal que roça a impunidade dizendo, por vezes, os dislates mais absolutos, perante a passividade dos jornalistas, sempre tão agressivos com outros políticos. O símbolo desta reverência para com Soares é o inenarrável programa que ele tem com António José Teixeira na SIC-N. Não há praticamente uma ideia que se aproveita, perante a total submissão do jornalista(?) perante as afirmações de Soares.

Por isso, não posso deixar de dar destaque ao excelente artigo de Francisco José Viegas (no JN de hoje) sobre Soares. E como é bom de prever, não posso estar mais de acordo com a sua conclusão:

E, mesmo que assinalemos a sua presença definitiva entre os heróis da República, é preciso que alguém o contrarie nem que seja como um exercício de retórica.

Há 90 anos...

... o Império Austro-Húngaro declarou guerra à Sérvia. Com o desencadear do mecanismo de alianças - a Rússia declarou a mobilização geral a 30 de Julho, o Império Alemão declarou guerra à Rússia a 1 de Agosto, depois à França a 3. A partir daí estava lançada a Grande Guerra ou a 1.ª Guerra Mundial.

Formaram-se, logo em 1914, dois blocos: de um lado os Aliados (França, Rússia, Inglaterra, Sérvia, Montenegro, Bélgica, Japão), do outro as potências centrais (Império Alemão, Império Austro-Húngaro e Império Otomano). Outros países se lhes juntaram, como por exemplo, a Itália (em 1915) e Portugal (1916) aos Aliados.

A primeira Guerra Mundial teve profundas consequências na Europa, tendo marcado, o início do fim da supremacia europeia no mundo, tendo além disso originado a dissolução de quatro impérios (o Russo em 1917, o Alemão e o Austro-Húngaro em 1918 e o Otomano em 1922).

Pior ainda, aquela que muitos consideravam a guerra para acabar com todas as guerras levou a uma guerra ainda pior: a 2.ª Guerra Mundial de 1939-1945.

A responsabilidade por esta guerra deve ser assacada, quasde em partes iguais, a todos os beligerantes, pois foi o culminar das rivalidades imperiais e coloniais que dilaceravam a Europa desde meados do séc. XIX.

Rede pública, ensino público

Tem este título o artigo de D. António Marcelino, bispo de Aveiro, no Jornal de Notícias de hoje. E é um artigo importante para esclarecer o que se passa com as escolas e colégios particulares que oferecem a possibilidade de ensino gratuito, aumentando assim a escolha dos pais, mas que são acusadas pelos sindicatos de professores de concorrência ilegal (JN de 26 de Julho).

A este propósito talvez não seja dispiciendo ler os comentários que Pedro Madeira Foufre fez no Blasfémias em devida altura.

Pelo artigo de D. António Marcelino percebe-se o que incomoda estes sindicatos, ou seja, em muitos casos, a maior eficiência das escolas particulares.

Depois de afirmar que as escolas particulares não são supletivas do ensino oficial (que para mim é coisa óbvia), D. António Marcelino escreve:

É preciso que os cidadãos saibam, os sindicatos não o esqueçam e os responsáveis do Ministério não o ocultem ao país, que os colégios com contrato de associação, em geral, apresentam comparativamente resultados finais mais positivos e ficam muito mais baratos ao Estado que as escolas públicas. Estes colégios começam o ano escolar com regularidade e no tempo próprio, dispõem de um corpo docente permanente, cumprem as normas oficiais, estão organizados para ocupar os tempos livres dos alunos, possibilitam formas complementares de ensino e de educação, dispõem, normalmente, de associações de pais activas, multiplicam-se em iniciativas válidas de inserção na comunidade, geram processos inovadores de ensino. Por tudo isto, são preferidos pela maioria dos pais que já podem optar.

Porquê mais baratos para o Estado? Porque os colégios administram bem o que o Estado paga por cada aluno, que é incomparavelmente menos do que custa um aluno do mesmo ano, numa escola pública. Desafiamos o Governo a desmentir o que dizemos.

Então, podemos perguntar o porquê desta perseguição às escolas particulares, sobretudo estas que têm um contrato de associação.

Para mim tudo este barulho tem que ver com a mentalidade estatista (e também burocrata) que grassa na classe docente portuguesa. No que toca ao ensino tudo o que é privado é como se tivesse lepra. Só o que é ensino oficial é que é bom.

Depois alguns dos argumentos utilizados para declarar a concorrência ilegal são ridículos. Por exemplo, o dizerem que há fraude quanto à área de residência porque basta darem o nome de um encarregado de educação que nem precisa de ser familiar. Mas, estes senhores não sabem que isso é praticado em larga escala também nas escolas primárias oficiais? Na escola de 1.º ciclo do Ensino Básico que a minha filha frequenta, um número significativo de alunos (não digo percentagens porque não tenho os dados), não reside na área abrangida pela escola - que é no Porto - vindo gente da Senhora da Hora, Famalicão ou Gondomar. São pessoas minhas conhecidas, pelo que sei do que falo.

Por outro lado, quanto à qualidade de ensino, eu dei aulas num colégio particular. Entre mais de 60 professores, apenas uma dúzia davam exclusivamente aulas nesse colégio. Os outros eram todos professores do ensino oficial que estavam ali em regime de acumulação. Há uns tempos, num Opinião Pública da SIC-N, alguém disse que as acumulações deveriam acabar, tendo a pessoa presente no estúdio, pertencente a um sindicato de professores, dito que isso não resolveria o problema dos professores... apenas uma pequena percentagem. Por muito pequena percentagem que fosse, poderia ser que alguns professores mais novos tivessem possibilidade de dar aulas, pois os que estão em acumulação já têm emprego...

E, se os professores, em muitos casos, são os mesmo no ensino oficial e no particular, será que ensinam pior quando estão a dar aulas no ensino particular?

O problema é que o ensino particular desafia o ensino público a melhorar, a não ficar sempre na "áurea mediocridade" ejm que ele vive e, por outro lado, a mentalidade estatista detesta a escolha livre... Enfim, saudades doutros tempos?


O Sudão e a vergonha europeia

Leio no Público de hoje que a UE admite a aplicação de sanções contra o governo do Sudão pelo seu envolvimento com as milícias árabes que actuam no Darfur.

Na me parece nada de meritório até porque a UE sabe muito bem que o que se passa no Darfur é um genocídio, mas teme em dizer isso. Porquê? Porque é que a UE tem medo de chamar os "bois pelos nomes"? Será por causa dos interesses, por exemplo, da TotalElfFina no Sudão que o governo francês é tão passivo em relação à crise do Sudão? Será porque os opressores são árabes e não americanos ou os israelitas?

Ou será que, para os politicamente correctos europeus, uma morte palestiniana é mais importante de que 100 sudanesas?

Quando é que a UE terá uma diplomacia coerente e efectiva? A Europa tal como está é uma verdadeira anedota...

E depois admiram-se que ninguém vota nas eleições europeias... Pois, como é que se pode acreditar numa organização que hesita e evita usar a palavra genocídio para caracterizar o que se passa no Darfur, mas não só, no resto do Sudão o governo de Cartum já fez centenas de milhares de mortes.

Pobre Europa...

França: Paraíso para assassinos...

... mas só se forem de extrema-esquerda, claro!

Desde a era Mitterrand que vários brigadistas italianos culpados de assassínio de várias pessoas vivem calmamente em França que sempre os recusou entregar à justiça do país vizinho.

Isto parece estar em tempo de viragem, pois a justiça francesa parece agora inclinada a entregar os brigadistas já condenados em Itália a este país (o primeiro em questão é Cesare Battisti) e, por outro lado, o governo não vai opor-se à decisão e vai fazê-la cumprir se o último apelo de Battisti não tiver resultado.

Hoje, este artigo no Le Figaro indica outros brigadistas que podem estar na calha para serem extraditados.

Tudo isto demonstra a enorme hipocrisia da esquerda (mesmo de muita da chamada esquerda democrática) que anda sempre com os direitos humanos na boca, mas tem sempre dois pesos, duas medidas conforme estão envolvidos esquerditas ou não.

Turquia na UE? Não, obrigado.

Já disse aqui, por uma ou duas vezes, que a Turquia não deveria ser admitida na UE pois, nem geográfica, nem culturalmente ela é um país europeu. A parte europeia da Turquia é reduzida e, cultural e socialmente, a sociedade laica turca é também muitíssimo pequena.

Por isso, não podia estar mais de acordo com este artigo de Alexandre del Valle no Le Figaro de hoje. No seu artigo, Alexandre del Valle trata de refutar os argumentos daqueles que defendem a candidatura da Turquia, para explicar a seguir as consequências geopolíticas dessa adesão.

Alguns dos argumentos para a adesão turca que deverão ser refutados:

Dire que la Turquie est historiquement européenne est aussi vrai que de dire que la France, en tant qu'ex-puissance coloniale, est africaine. La Turquie n'est pas plus européenne par sa géographie (excepté Istanbul et la Thrace) que par ses moeurs ou sa conscience civilisationnelle. Les Turcs se définissent comme un peuple asiatique dont l'Age d'Or est l'apogée de l'Empire ottoman, et si une faible minorité kémaliste ou issue des quartiers privilégiés d'Istanbul se sent européenne, les habitants des favelas d'Istanbul et des campagnes de l'Anatolie se reconnaissent plus dans le voisin irakien que dans les Européens du Nord ou même dans les Grecs chrétiens.

(...)

Invoquer l'«irréversibilité» de la candidature turque sous prétexte qu'Ankara a signé un accord d'association en 1963, est membre de l'Otan et du Conseil de l'Europe, ou au titre d'une «promesse», ne tient pas. L'Otan et le Conseil de l'Europe ne sont pas des sas d'entrée dans l'Union. En réponse à la demande officielle d'adhésion d'Ankara (1987), qui fut rejetée, le Parlement européen avait voté une résolution – occultée aujourd'hui – exigeant en vain comme préalable la reconnaissance du génocide arménien, l'amélioration du sort des minorités, puis le retrait de Chypre. C'est donc Ankara qui n'a pas rempli ses obligations, et non l'inverse.

(...)

- Dire qu'il «faut» intégrer la Turquie afin de démontrer que l'Europe n'est pas un «club chrétien» et ne «rejette» pas un candidat islamique est absurde : demande-t-on à la Ligue arabe d'intégrer Israël ou l'Inde pour prouver qu'elle n'est pas un «club musulman» ? Ce mauvais procès renverse les rôles, car c'est à la Turquie de prouver qu'elle n'est pas un «club musulman» : il y a plus de Turcs de confession musulmane à Paris que de chrétiens dans toute la Turquie (100 000), pays musulman à 99%. 

Dire que la Turquie demeure une «exception laïque» et un allié naturel contre l'islamisme, grâce à l'héritage d'Atatürk, est faux : la Turquie nouvelle autorise et réclame tout ce que rejetait Kémal : le voile, les partis islamiques, les confréries, les cours de religion obligatoires. Ses lois contre le blasphème condamneraient Atatürk lui-même ! Le kémalisme a connu un coup d'arrêt dès les années 50-60, avec les gouvernements Menderes et Demirel, et il est politiquement mort sous Turgut Ozal, ce grand artisan de la réislamisation qui abolit l'article 163 interdisant les partis islamistes. Comment peut-on soutenir qu'un pays dont 70% des femmes sont voilées, dont l'Etat entretient 90 000 imams et des milliers de mosquées, mentionne les religions sur les cartes d'identité, interdit la haute fonction publique et militaire aux non-musulmans, et qui est dirigé par un parti (l'AKP) issu d'un courant islamiste victorieux aux élections depuis le début des années 90, est encore un pays laïque ?

(...)

– L'intégration de la Turquie permettrait à celle-ci de «poursuivre sa démocratisation», nous dit-on. L'Union européenne est certes un espace de paix et de démocratie, mais elle est située du point de vue civilisationnel, donc naturellement «réservée» aux peuples de culture judéo-chrétienne marqués par la pensée gréco-latine et situés en Europe, ce qui fait déjà beaucoup de monde à démocratiser avant la Turquie, l'Ukraine, la Biélorussie et la Russie étant infiniment plus européennes. Toute entité géopolitique doit avoir des limites claires, faute de quoi nous avons affaire à un phénomène néo-impérial ayant vocation à s'étendre à l'infini.

Consequências da adesão turca:

L'entrée de la Turquie dans l'Union ouvrira la boîte de Pandore de l'élargissement. Pourquoi refuser ensuite les 200 millions de turcophones du Caucase et d'Asie centrale ou les Etats du Maghreb ? L'UE héritera de tous les contentieux géopolitiques (eau, frontières, minorités, etc.) que la Turquie entretient avec ses voisins. Sans oublier les trafics de drogue, d'armes et d'immigrés clandestins dont elle est une des plaques tournantes majeures. L'Union aura comme voisins directs l'Iran des mollahs et la Syrie, parraines du Hezbollah ; l'Irak du djihad anti-occidental d'al-Qaida ; l'Azerbaïdjan et la Géorgie, points de passage des islamo-terroristes du djihad tchétchène...

Malgré cela, les partisans de la candidature turque affirment que son intégration à l'UE nous permettra de conjurer le choc des civilisations et de combattre la menace islamiste !

L'Europe serait une chance pour la démocratie turque, nous dit-on. Elle sera surtout une chance pour les islamistes turcs, jusque-là condamnés à édulcorer leur programme et à subir l'alliance avec l'Amérique et Israël tant que les militaires contrôlent le pays. Ne serait-ce que pour préserver l'exception kémaliste tant invoquée par les turco-euphoriques, les dirigeants européens devront réfléchir à deux fois avant de déclencher un processus qu'ils ne maîtriseront plus.

De qualquer modo, um artigo para ser lido na íntegra.

Calor

Perante o calor que hoje fez (e ainda faz a esta hora), lembrei-me deste soneto de Francisco Sá de Miranda:

Soneto XX

O sol é grande, caem com calma as aves
Em tal sazão que soía ser fria.
Esta agua que cai de alto acordar me hia
De sono não, mas de cuidados graves.

Oh cousas todas vãs, todas mudaveis,
Qual é o coração que em vos confia?
E passa um dia assi, passa outro dia,
Incertos muito mais que ó vento as naves?

Eu vira ja aqui sombras, vira flores,
Eu vira fruita ja, verde e madura;
Ensordecia o cantar dos ruiseñores!

Agora tudo é seco e de mistura:
Tambem mudando me eu, fiz outras côres.
E tudo o mais renova: isto é sem cura.

(Poesias de Francisco Sá de Miranda, Ed. de Carolina Michaëlis de Vasconcelos, reprodução em fac-símile do exemplar com data de 1885 da Biblioteca Nacional, Lisboa: IN-Casa da Moeda, p. 81)

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